porque convergimos e integramos com AMOR, VERDADE, RETIDÃO, PAZ E NÃO-VIOLÊNCIA

dedicamos este espaço a todos que estão na busca de agregar idéias sobre a condição humana no mundo contemporâneo, através de uma perspectiva holística, cujos saberes oriundos da filosofia, ciência e espiritualidade nunca são divergentes; pelo contrário exige-nos uma postura convergente àquilo que nos move ao conhecimento do homem e das coisas.
Acredito que quanto mais profundos estivermos em nossas buscas de respostas da consciência melhor será para alcançarmos níveis de entendimento de quem somos nós e qual o propósito que precisaremos dar as nossas consciências e energias objetivas e sutis para se cumprir o projeto de realização holística, feliz, transcendente, consciente e Amorosa.

"Trata-se do sentido da unidade das coisas: homem e natureza, consciência e matéria, interioridade e exterioridade, sujeito e objeto; em suma, a percepção de que tudo isso pode ser reconciliado. Na verdade, nunca aceitei sua separatividade, e minha vida - particular e profissional - foi dedicada a explorar sua unidade numa odisseia espiritual". Renée Weber

PORTANTO, CONVERGIR E INTEGRAR TUDO - TUDO MESMO! NAS TRÊS DIMENSÕES:ESPIRITUAL-SOCIAL-ECOLÓGICO

O cientista (psicólogo e reitor da Universidade Holística - UNIPAZ) PIERRE WEIL (1989) aponta os seguintes elementos para a falta de convergência e integração da consciência humana em geral: "A filosofia afastou-se da tradição, a ciência abandonou a filosofia; nesse movimento, a sabedoria dissociou-se do amor e a razão deixou a sabedoria, divorciando-se do coração que ela já não escuta. A ciência tornou-se tecnologia fria, sem nenhuma ética. É essa a mentalidade que rege nossas escolas e universidades"(p.35).

"Se um dia tiver que escolher entre o mundo e o amor...Lembre-se: se escolher o mundo ficará sem o amor, mas se escolher o amor, com ele conquistará o mundo" Albert Einstein

segunda-feira, 5 de agosto de 2013



TUDO QUE NECESSITAMOS É AMOR: MINHAS EXPERIÊNCIAS ACADÊMICAS ENTRE 1988 E 1992


(número 3... CAP.2 parte II DESCOBRIR A EVOLUÇÃO OU EVOLUIR O DESCOBRIMENTO?: A DEPENDÊNCIA PSÍQUICA DA DIMENSÃO ESPAÇO-TEMPO.....obs.: Prezados leitores em decorrência de o Facebook ter me bloqueado (NÃO SÓ BLOQUEOU COMO TAMBÉM RETIROU (?????????) O NÚMERO 17 DA MINHA SÉRIE SOBRE MINHAS EXPERIÊNCIAS ESPIRITUAIS INEXPLICÁVEIS E EXTRAORDINÁRIAS (que em uma semana alcançou 44.000 visualizações!!!!!....eles enviaram um e-mail para o meu hotmail sugerindo para que eu pagasse pelas minhas postagens ..eu vinha fazendo gratuitamente!!!!!! ) eu decidi, então, levar esta série para um outro site meu .....ver link ..... http://bernardomelgaco.blogspot.com.br/  (nome do site é TUDO QUE NECESSITAMOS É AMOR: MINHAS EXPERIÊNCIAS ESPIRITUAIS INEXPLICÁVEIS E EXTRAORDINÁRIAS) ....assim quem quiser continuar acompanhar a série TUDO QUE NECESSITAMOS É AMOR: MINHAS EXPERIÊNCIAS ESPIRITUAIS INEXPLICÁVEIS E EXTRAORDINÁRIAS....por favor visite o site no  link  http://bernardomelgaco.blogspot.com.br/  ...obrigado Namastê!
“Senhor, eu sei que Tu me Sondas...”
“Conhece-te a ti mesmo” – Sócrates (ver link...carta encíclica ”fé e razão” do Papa João Paulo II.. http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_15101998_fides-et-ratio_po.html)
“All you need is love” (Lennon/MaCartney)
"o problema humano é o mesmo do problema divino quando se consegue responder um então conseguimos responder o outro" Bernardo Melgaço da Silva
  DESCOBRIR A EVOLUÇÃO OU EVOLUIR O DESCOBRIMENTO?
            2.3 A DEPENDÊNCIA PSÍQUICA DA DIMENSÃO ESPAÇO-TEMPO       
            As expressões "tempo" e "matéria", para o homem moderno,    sintetizam uma enorme quantidade de conhecimentos que para os    indivíduos comuns permanecem ocultos numa nuvem de desconhecimento. Todas as análises matemáticas com suas deduções e axiomas alimentam a interpretação puramente racional desses  conceitos, e habituamo-nos a aceitar como verdades    inquestionáveis tais formulações. Se em algum momento aceitamos o    significado de tempo como algo "subjetivo", esse instante é fugaz: logo sucumbimos a toda uma carga de interpretações cientifizadas que invalidam essa perspectiva, impedindo que enveredemos pelo caminho novo e desconhecido de uma tal intuição.         
            Somos desse modo "cativos" da construção mental "ad infinitum" de teorias a respeito da nossa "certeza" em relação a realidade do tempo e da matéria. E ,assim, medimos, comparamos e dividimos. Toda uma civilização "material" se estrutura tendo por base essas certezas "físicas".   
            O tempo "físico" está inserido nas fórmulas matemáticas que o homem criou. Para compreender essa inserção o homem precisa primeiro construir o "mapa" do território "tempo", descobrindo algo que ele teme inconscientemente, para formular então uma resposta consciente sobre o sentido de sua existência como ser vivo num local determinado de um universo ilimitado e finito.     
            A concepção cristã nos dá uma idéia de tempo que não se deixa reduzir a uma explicação racional analítica, pois:
"O homem criado por Deus á Sua imagem e semelhança, foi precipitado no tempo e na morte em consequência do pecado, que é uma ruptura com Deus. Pelo Cristo, porém, que é o mediador, pode restabelecer a ligação com Deus, e fazer da sua vida no tempo uma preparação para a vida eterna. O tempo é apenas um caminho que deve conduzir o homem fora e além do tempo"(ENCICLOPÉDIA MIRADOR INTERNACIONAL,1983, p.10827)

            Analisando este texto podemos verificar uma relação do tempo com o pecado e a morte. Considerando o tempo como o universo desconhecido da sensibilidade de construção da realidade, a Queda do homem se deu e está se dando em associação com sua dificuldade em encontrar seu caminho de retorno a um nível superior de ser: a vida eterna. A palavra pecado tem um esquecido significado simbólico: o arqueiro, ao tentar acertar o alvo, erra-o. A morte por sua vez está relacionada à incapacidade do individuo de elevar-se para além do tempo, para a eternidade. O pecado também está, em nossa sociedade moderna, relacionada com o amor. KRISNAMURT (1981) assim aponta essas relações:
"Conheceis o tempo. Só há um tempo: o tempo do relógio. Não há outro tempo. Não há, com efeito, nenhum amanhã, a não ser o amanhã criado pelo pensamento. Na realidade, não existe amanhã. Paciência, senhores, que já vou explicar isto. A questão requer muita investigação, e não meramente, que se diga: "Que disparate estais dizendo!" Há amanhã. Tenho de ir ao escritório, tenho de ganhar dinheiro para comprar "isto" e fazer "aquilo", tenho de ir a um certo lugar - amanhã - Claro que há um amanhã - cronológico! - nas vinte e quatro horas marcadas pelo relógio. Mas, existe outra espécie de tempo? Nós fizemos o tempo - não o "tempo cronológico", porém o "tempo psicológico" - como meio de resolver nossos problemas: "Resolverei meu problema amanhã", "Farei isto", "Farei aquilo". O pensamento inventou o tempo, uma irrealidade, e esta é uma das nossas dificuldades.
 Este assunto requer muita investigação, e não que se "aceite" ou "rejeite", porque toda a nossa educação, nossas maneiras de pensar - a criação de uma utopia, que significa o sacrifício do presente pelo futuro, o desenvolvimento do caráter, e a idéia "serei", "terei êxito", "ganharei", "virei a ser" - todas elas estão na esfera do tempo que o pensamento criou. E o que o pensamento criou não é real. Só há um tempo, o tempo do relógio" (pp.57-58)

            E continuando com a análise de KRISNAMURTI (1981) temos:
"Iremos considerar a morte em relação com o tempo, e em relação com o amor. Mas, se não compreenderdes o processo integral do tempo, não podereis entrar em contato com o problema da morte e, por conseguinte, compreendê-la. E, se não compreendeis essa coisa extraordinária chamada "morte", não compreendereis o amor. Assim, pois, o tempo, a morte, e o amor estão relacionados entre si. Naturalmente não temos tempo para analisarmos por miúdo esta questão do tempo. Se não tivésseis o "tempo", entendido como "amanhã" ver-vos-íeis frente-a-frente com vosso problema pessoal, em íntimo contato com ele. De modo nenhum se deve pensar em adiar esse problema. Não há tempo para análises. O problema tem de ser resolvido imediatamente. E pode-se resolver imediatamente qualquer problema, quando a mente não está envolvida no tempo" (p.60)

   Uma idéia de tempo inteiramente fundada na explicação racional-analítica fomentou nossa concepção de progresso, produtividade e eficiência. Esses três conceitos norteiam o comportamento social das sociedades modernas. Através do conceito de tempo vinculamos a vida das pessoas à vida industrial instrumentada "sincronizando" o processo mental de organização das atividades com o nosso processo biológico interno. Acordamos sob o comando de uma  máquina, fazemos todas as nossas atividades preso ao olhar atento da máquina de medir tempo, promovemos os nossos encontros sociais dirigidos pela organização mental-espacial das atividades representada por esta mesma máquina. A crença neste mecanismo nos faz sofrer e adoecer porque nossos órgãos internos não foram criados para seguir apenas um ritmo fixo determinado segundo nossa construção puramente mental-racional da realidade.
            Essa questão pode ser assim sumarizada:
"Os baluartes da identidade são a fixação de metas a prazo longo. As metas, segundo o psicólogo social Gordon Allport, devem ser arduamente buscadas e este esforço " sempre tem uma referência futura". Portanto, a orientação temporal da cultura e da vontade individual condicionam a qualidade do seu esforço, a qual, por sua vez, retroalimenta e possibilita o sucesso. O esforço, como motivo, não pode ser separado da questão da auto-imagem: "...há muito crescimento que só ocorre com a ajuda e por causa da auto-imagem. Esta imagem ajuda-nos a pôr a nossa visão do presente em linha com a nossa visão do futuro", salientaram os psicólogos sociais Chad Gordon e Kenneth Gergen.          
  Metas e esforços relacionam-se com as imagens- papéis, que, por sua vez, são uma expressão composta de aspirações e ocupações, de objetivos educacionais e relações sociais, que sofrem veloz mudança. Sem a auto-imagem que liga o nosso comportamento presente à nossa visão do futuro, todas as atividades humanas, condicionadas por uma perspectiva intemporal, seriam meras respostas a estímulos imediatos [...] As evidências, que estabelecem a ligação entre o que somos e a visão que temos de nós próprios, o modo como existimos no tempo, são dispersas, mas prementes. Consideremos, em primeiro lugar, o nosso sentido de tempo.
 O sentido de tempo, conforme é expresso pela criança, parece começar entre as idades de dois e dois e meio anos, pois é nessa idade que as palavras indicativas do futuro começam a aparecer na fala da criança. Antes que o processo de assunção de papel comece com intensidade, as palavras que tratam do futuro ligam-se a atividades e acontecimentos concretos, e então, ao final do terceiro ano, a criança começa a entender os papéis futuros. Os indivíduos do seu meio imediato fornecem-lhe as identificações e expectativas iniciais que ajudam a formar a sua identidade. É neste ponto que começam a tornar-se aparentes diferenças do comportamento dos pais em relação à criança, que parecem então condicionar o desenvolvimento das diferentes perspectivas de tempo, aspirações e o comportamento necessário a realizà-las.
 O processo começa com a ideia que os pais fazem do futuro da criança. Na verdade, há pesquisas indicadoras de que as imagens futuras que os pais fazem dos filhos podem ser um fator mais importante em seu desenvolvimento intelectual do que o tempo que os pais perdem para ensinar- lhes a contar ou a escrever o nome. Foi esse surpreendente resultado da pesquisa de Norman Radin e Hanne Sonquist, quando investigaram os fatores mais aptos a melhorar o desempenho das crianças, num programa tipo "operação de iniciação" realizado em Ypsilanti, Michigan. Verificou-se que o fator mais importante ligado ao real sucesso da criança no programa- a medição do crescimento cognitivo- era a imagem dos pais quanto ao futuro da criança: suas expectativas ocupacionais para o filho no futuro. As expectativas dos pais estavam entre "as melhores variáveis prognosticadoras para o crescimento cognitivo pré-escolar no meio da população desabonada", segundo Radin e Sonquist. O mecanismo pelo qual esta aspiração focalizada no futuro transforma-se em habilidades cognitivas nas crianças não é claro, mas existe" (SINGER,1977, pp.51-52).

            A produtividade de que tanto nos orgulhamos tem um "preço emocional". Ela está baseada num processo maquinal-mental que leva o homem ao desequilíbrio. O “super-paradigma" da produtividade precisa ser revisado.
            O tempo, como processo interno no ser humano, enraiza-se na diferença de percepção entre emoção e raciocínio. Ele gera assim um espaço na consciência, onde se opera um continuo movimento de "telas mentais", numa dinâmica de construção/destruição de equilíbrios/desequilíbrios. Esse movimento engendra a sensação do "tempo", como uma espécie de "imersão existencial", análoga à dos peixes dentro da água. Nesse espaço da consciência criamos uma realidade onde o objeto observado e o sujeito observador são reconstituídos simbolicamente. Assim, cria-se uma história pessoal, onde se diluem as fronteiras entre "ilusão" e "realidade": conversamos, discutimos, amamos e recordamos pessoas e eventos distantes de nós , ou mesmo já mortos. Einstein assim se referia a esta ilusão (apud PAGELS,1982):       
"O amigo de Einstein morreu um mês antes dele, na Suiça. Exprimindo a sua imagem do mundo de determinismo absoluto, Einstein escreveu as seguintes palavras numa carta comovente ao filho e à irmã de Besso: "Agora ele deixou este estranho mundo um pouco antes de mim. Isto não significa nada. As pessoas como nós, que acreditam na física, sabem que a distinção entre passado, presente e futuro é apenas uma ilusão obstinadamente persistente" (p.73).

            E Segundo MORIN (1977):
 "A recordação é uma duplicação do acontecimento, sob a forma de imagem. Esta imagem recordada é da mesma natureza que a imagem percebida: um cérebro, animal ou humano, nunca vê, a partir de estímulos transmitidos pelos sentidos, senão uma imagem, uma representação dos acontecimentos ou das coisas. É esta imagem vista que se engrama e, depois, se reconverte em imagem. Assim, a remoração traduz a potencialidade generativa do nosso cérebro: transformar o real fenomênico em imagem, e reproduzir, re-generar esta imagem" (p.301).

            O desenvolvimento da sensibilidade do homem "terrestre" é relatado nas tradicionais ciências sagradas como imerso num processo evolutivo complexo. Torna-se imperativo para a evolução humana desenvolver uma capacidade de construção simbólica que alargue os horizontes da percepção espaço-temporal. As expressões comunicativas guturais se transformam no código abstrato denominado "linguagem". O adestramento dos sentidos, juntamente com o desenvolvimento da capacidade motora, permite ao homem suas primeiras "interpretações" da realidade, registradas nas imagens pintadas em cavernas espalhadas pelo mundo. A "experiência do mundo" está vinculada a atos imperativos para a sobrevivência, que configuram uma realidade "direta" e "imediata", apenas tenuemente referida a uma outra realidade "mágica" mais abstrata, que lhe é subjacente. Nessa "experiência do mundo" cativa do domínio dos sentidos, as manifestações tremendas da natureza despertam a sensibilidade para uma intuição do transcendente e as figuras dos deuses como símbolos do mistério.
            A constante observação da natureza circundante desenvolve no homem a capacidade de uma construção mental da realidade, onde a construção "sensível" fica condicionada pelos imperativos de sobrevivência em um ambiente "animalesco". O raciocínio se desenvolve imerso em necessidades da sobrevivência, onde se configuram os diversos ciclos das culturas. A humanidade sedentária distingue-se da nomâde. Emerge o apoio humano sobre previsões racionalmente construídas e a necessidade de conhecimento mais sistemático das regularidades do mundo físico. A percepção objetiva pode então crescer em decompasso com a sutilização da sensibilidade, de modo que sua realidade se "cristalize" e absolutize, tornando opaco seu caráter incompleto e "simbólico". A ciência objetiva, filha do raciocínio, conquista posição de destaque ao desenvolver um conjunto de conhecimentos eficientes e gradativamente aperfeiçoados. Emerge uma cientifização da cosmologia. Essa construção cientifizada da realidade se autoperpetua, invadindo os domínios da Estética e da Religião.
            A nossa dependência para com o raciocínio cientifizado perdura até o dia de hoje. Ele engendra uma progressiva potencialização e um contínuo aprimoramento dos métodos de investigação do mundo fenomênico da natureza visando sua objetivação. Aquilo que normalmente conhecemos como "natural" é fruto do hábito. O processo de sutilização da sensibilidade, que constitui a base dos métodos de autoconhecimento, tem por finalidade investigar e modificar os hábitos adquiridos inconscientemente. Os hábitos mais enraizados são os de pensar e sentir. Neles depositamos uma crença inabalável, com eles nos identificamos totalmente. Esses hábitos são os principais desencadeadores dos outros hábitos físicos e comportamentais. O hábito de pensar sem uma auto-investigação provoca um processo de identificação e criação de "formas-pensamentos" que designaremos de "aderências". BRENNAN (1990) assim analisa sua visão das "formas-pensamentos":
"Cada forma de pensamento contém suas próprias definições da realidade, como, por exemplo: todos os homens são cruéis; o amor é fraco; ter tudo sob controle é seguro e forte. Deduzo das minhas experiências que as pessoas, quando se movem na sua experiência diária, também se, movem por diferentes "espaços" ou níveis de realidade, definidos pelos grupos de formas de pensamento. O mundo é experimentado de maneira diferente em cada grupo ou espaço da realidade.
 As formas de pensamento são realidades energéticas, observáveis, que irradiam cores de várias intensidades. Sua intensidade e sua definição de forma decorrem da energia ou da importância que a pessoa lhes deu. As formas de pensamento são criadas, construídas e mantidas pelos seus donos por intermédio dos pensamentos habituais. Quanto mais definidos e claros forem os pensamentos, tanto mais definida será a forma. A natureza e a força das emoções associadas aos pensamentos dão a forma sua cor, sua intensidade e seu poder. Esses pensamentos podem ou não ser conscientes" (BRENNAN,1990,p.146).

            Essas formas-pensamentos são um a priori para a consciência num duplo sentido: i) porque a consciência não se "lembra" de como elas foram criadas e, toma-as como dado inquestionável; e ii) porque elas próprias se autonomizam com respeito à consciência. Como se fossem dotadas de vida própria. Devido a falta de hábito de auto-investigação confundimos a reflexão com o simples processamento informacional das "aderências". Ao fazermos nesse capitulo essa distinção, entendemos por reflexão:
"Reflexão: [...] ato ou efeito de refletir (-se), volta da consciência, do espírito, sobre si mesmo, para exame do próprio conteúdo, ponderação, observação" (FERREIRA,1977, p.407).

            A reflexão é uma atividade do espírito humano na busca de compreensão dos princípios que dizem respeito a ele mesmo. A falta de discernimento entre "reflexão" e "aderência" conduz o ser humano a um hábito mental-emocional que induz a uma percepção distorcida da realidade. Podemos dizer que a consciência humana opera por ciclos de fluxos e refluxos, onde o fluxo é a "inspiração" e o refluxo é "expiração". No primeiro caso temos o conhecimento e no segundo o autoconhecimento. O hábito unilaterizado de produção de conhecimento como objetivações desequilibrou e está desequilibrando o processo de "respiração" da consciência. Perdemos o hábito de produção de autoconhecimento. As perplexidades dos grandes cientistas como Einstein corrobora nossas afirmações e temores:
 "Tenho a firme convicção de que nenhuma riqueza de bens materiais pode fazer progredir o homem, mesmo que ela esteja nas mãos de homens que demandam uma meta superior. Pode alguém imaginar Moisés, Jesus ou Gandhi, armados de um saco de dinheiro milionário?" (apud ROHDEN,1989,p.225).

2.4   A "CRISTALIZAÇÃO" DO MÉTODO CIENTÍFICO       
            O método é a alma de uma ciência. O método é o caminho,    percurso, meio ou via para se desenvolver uma experiência, podendo ser aprendido pelos meios formais de aquisição de conhecimento ou  pela prática da vida cotidiana. O método é, portanto, processo, caminho e não um fim em sí. Ele só se completa quando concluída a ação de caminhar. Em seu movimento de caminhar ele possui pelo menos duas direções ou dois sentidos. O conhecimento científico "peca" por supor ser o método cientifíco como o único sentido, sendo ele capaz de orientar e conduzir completamente a ação humana em seu anseio de conhecer a ordem, o movimento de organização da    vida.    
"Na origem, a palavra "método" significava caminho. Aqui temos de aceitar caminhar sem caminho, fazer o caminho de caminhar. O que dizia Machado: Caminante no hay camino, se hace camino al andar". O método só pode formar-se durante a investigação; só pode desprender-se e formular-se depois, no momento em que o termo se torna um novo ponto de partida, desta vez dotado de método. Nietzche sabia-o: "Os métodos vêm no fim" (O Anticristo). O regresso ao começo não é um círculo vicioso se a viagem, como hoje a palavra trip indica, significa experiência, donde se volta mudado. Então, talvez tenhamos podido aprender a aprender aprendendo. Então o círculo terá podido transformar-se numa espiral onde o regresso ao começo é, precisamente, aquilo que afasta do começo. Foi precisamente isto que nos disseram os romances de aprendizagem de Wilhelm Meister a Siddharta" (MORIN,1977,p.25).  

            Temos dois tipos de método, um racional-analítico e outro intuitivo-sensível, e devemos aqui nos lembrar da advertência de Leibniz: "que o importante não é saber, mas ser capaz de saber" (apud ENCICLOPÉDIA MIRADOR INTERNACIONAL,1983,p.7532). Como nos dizem MATTOSO e SAVIOLI (1987), o método científico pode ser visto da seguinte forma:
"A produção da vida do homem é um processo permanente, através do qual são alteradas suas necessidades. Assim, se num dado momento da história, a atividade do homem restringiu-se principalmente à satisfação de necessidades básicas (procriação, alimentação, etc.), com o passar do tempo tais necessidades transformaram- se. Por um lado novas necessidades são criadas; por exemplo, a educação formal tornou-se necessidade e direito de todo o cidadão, na sociedade contemporânea. Por outro lado, velhas necessidades são alteradas; por exemplo, são hoje muito diferentes os hábitos e necessidades alimentares dos indíviduos, em relação ao que foram em outros momentos. O método científico, portanto, é um conjunto de procedimentos utilizados na produção científica e um conjunto de pressupostos em que tais procedimentos se baseiam. Tais pressupostos, retomando, referem-se ás concepções de homem, de natureza e de ciência de que se parte para propor a maneira de produzir conhecimento científico. A mudança de um destes pressupostos implica necessariamente uma nova forma de ver a realidade, um novo modo de atuação para a obtenção do conhecimento e uma transformação no próprio conhecimento; muda, portanto, a própria forma de interferir na realidade. O método científico é históricamente determinado e só pode ser compreendido desta forma. O método é o reflexo das nossas necessidades e possibilidades materiais, ao mesmo tempo que nelas interfere. Portanto, os métodos científicos transformam-se no decorrer da história" (p.7-8).        

            O método científico tanto na dimensão material/racional quanto na dimensão espiritual/sensível depende dos conjuntos de pressupostos que o constituem. O conjunto de pressuposto das ciências racionais se baseia nos paradigmas das construções mentais (os axiomas). O processo de ganho de conhecimento no campo científico é eminentemente dinâmico e se transforma, à medida que novas construções vão sendo propostas e aceitas como válidas. Os principios ou pressupostos quando bem formulados adequadamente, asseguram a possibilidade de se alcançar os objetivos do experimento. A relação do sujeito com o objeto observado depende dos princípios e dos métodos para a obtenção de maior quantidade e melhor qualidade de informações. O grau de confiabilidade dos principios, bem como o método correto, são fatores imprescíndiveis para desenvolvimento de qualquer experimento, tanto na lógica "cerebral" quanto na "lógica" do coração. A questão passa portanto a ser sobre quais princípios nos devemos apoiar, já que o universo de pressupostos possíveis é imenso. Por isso ALLEAU (1976) afirma: "Aquilo que menos se sabe a cerca de qualquer coisa é o princípio dela ". E EINSTEIN (1985) enfatiza essa mesma questão: 
     
“O método teórico implica que, como base em todas as hipóteses, ele utilize aquilo que se chamam princípios, a partir dos quais pode deduzir consequências. Sua atividade portanto se divide principalmente em duas partes. Em primeiro lugar, tem de procurar estes princípios e em seguida desenvolver as consequências inerentes a eles. Para a execução do segundo trabalho recebe na escola excelentes instrumentos.
 [...] Porque aqui não existe que se possa aprender ou sistematicamente aplicar para alcançar um objetivo. O pesquisador tem antes que espiar, se assim se pode dizer, os princípios gerais na natureza, enquanto detecta, através dos grandes conjuntos de fatos experimentais, os traços gerais e exatos que poderão ser explicitados nitidamente"(p.142).

   Os cientistas desenvolvem suas pesquisas envolvidos num conjunto de principios hierarquicamente encadeados. Os princípios referem-se a uma hierarquia de domínios, referentes aos campos: a) do saber; b) do saber-fazer; c) do saber-fazer-acontecer; d) do saber-fazer-acontecer-transcender. Nessa cadeia o primeiro é uma pré-condição para o segundo e assim sucessivamente até que o ultimo contém a todos em si.
   No campo do saber o homem desenvolve uma ciência da investigação: aprende a conhecer ou interpretar mentalmente os fenômenos da natureza produzindo um conjunto de CONHECIMENTOS. No campo do saber-fazer o homem desenvolve uma ciência experimental: aprende a experimentar ou "controlar" os fenômenos da natureza produzindo um conjunto de EXPERIÊNCIAS. No campo do saber-fazer-acontecer o homem desenvolve a ciência das descobertas: aprende a prever eventos, descobrir leis físicas e visualizar fenômenos da natureza com relativa antecedência produzindo um conjunto de PERCEPÇÕES INTUITIVAS. No campo do saber-fazer-acontecer-transcender o homem aprende sensívelmente a compreender as leis e fenômenos da natureza, produzindo um conjunto de AMOR-SABEDORIA, que transcende a mera "modernidade" da existência.
            Esses campos da cadeia hierárquica do ser são direcionados segundo níveis da dinâmica de sobrevivência: a) evolução do eu; b) descobrimento e manutenção do prazer; c) fortalecimento do poder do grupo; d) impulso de amor pela natureza. Inicialmente somos impulsionados para o processo de evolução do eu. Devido às interferências dos valores e da visão do mundo esse impulso é desviado para o descobrimento e a manutenção do prazer, expressos no fortalecimento do poder do grupo, que gera facções e divisões por todo o ambiente político, social, familiar, profissional,etc. O impulso de amor pela natureza, fim último do impulso de evolução do eu, é distorcido por desvios, de modo a ficarmos cativos de impulsos intermediários, numa simbiose ilusória, identificada como expressão da defesa da sobrevivência.
            Uma vez perdida a noção de que a evolução se enraíza e culmina no Amor, nossa visão fica direcionada para o descobrimento do poder e para a paixão pelo prazer. Desvirtuamos a noção de evolução degenerando-a num processo semi-mecânico de afirmação pela força da "materialidade" da vida.
            A escolha dos caminhos de evolução e de descobrimento conduz à inevitável experiência de aquisição de "poder". Mas esse poder, que a humanidade pratica, se autonomiza face ao verdadeiro caos de valores reinante no mundo moderno. É um processo conducente a um beco sem saída. Sendo os valores e as virtudes as condições de possibilidade da evolução, o esforço por retomar a trilha evolutiva se torna "solitário", precisando tatear no escuro da consciência para o reencontro dos valores. A buscarmos encontrá-los no "mundo material" corremos o risco da idolatria dos poderes modernos. Nos resta a "perigosa" alternativa de nos voltarmos para a "interioridade" do "mundo espiritual", reencontrando a trilha do autoconhecimento como a busca daquilo que Jesus Cristo chamou do "Reino dos Céus" dentro de nós. MORAIS (1971) assim comenta:
"Nada nos ajuda nesse processo dramático, pelo qual rompemos os elos de ligação com áreas essenciais da vida. O que penetra dentro de nós faz-nos ainda, paradoxalmente, caminhar mais para fora. O que nos torna cada vez prêsa mais fácil da solidão" (p.197).

            Prosseguindo com o comentário de MORAIS temos:
"Nos desencontramos a cada passo; procuramos, com irriquieta agonia, nosso eu interior e quando nos damos conta de nós, auscultamos apenas os estertores vazios do não-eu, ou seja, de todos os apelos vindos do mundo exterior, num pandemônio incongruente através de todas as sugestões ultrapoderosas dos processos de comunicação.
 Já não nos damos conta do que somos e vagamos como inquietos sonâmbulos pelas avenidas superlotadas de outras pessoas igualmente como nós, sofrendo as mesmas emoções. Padecendo os mesmos sofrimentos, como sobretudo vagando ou escapulindo para mundos irreais, na desesperada busca da fuga e todos os outros mecanismos que nos dêem menor sensação de instabilidade, num mundo que se tornou móvel demais debaixo dos nossos pés e, mais ainda, dentro de nossas próprias cabeças" (p.195).
Senhor, Eu sei que Tu me Sondas (música religiosa brasileira http://letras.mus.br/padre-marcelo-rossi/66350/ ). Bonita!!!!!!!!!!!!!!!!!
Senhor,
Eu sei que tu me sondas
Sei também que me conheces
Se me assento ou me levanto
Conheces meus pensamentos
Quer deitado ou quer andando
Sabes todos os meus passos
E antes que haja em mim palavras
Sei que em tudo me conheces
Senhor, eu sei que tu me sondas (4 vezes) Refrão
Deus, tu me cercaste em volta
Tuas mãos em mim repousam
Tal ciência, é grandiosa
Não alcanço de tão alta
Se eu subo até o céu
Sei que ali também te encontro
Se no abismo está minh'alma
Sei que aí também me amas
Senhor, eu sei que tu me sondas (4 vezes) Refrão
Senhor, eu sei que tu me amas (4 vezes) Refrão
Sugiro que assistam seis vídeos na Internet: “Quem somos nós? (baseado na física quântica...ver link http://www.youtube.com/watch?v=WDXFRvbe2VY)”, “I AM” (Sobre Tom Shadyac) , “As Sete leis Espirituais do Sucesso – de Deepak Chopra”, “O Ponto de Mutação – baseado no livro de Fritjof Capra ”, “Conversando com Deus” – baseado no livro publicado por Neale Donald Walsch ... Conversando com Deus (título original em inglês: Conversations with God) é uma série de três livros publicada por Neale Donald Walsch, que afirma ter sido inspirado diretamente por Deus em seus escritos. Cada livro é escrito como um diálogo no qual Walsch faz perguntas e "Deus" as responde. Walsch afirma ainda que não se trata de canalizações, mas de inspirações divinas. Em 2006, um filme foi lançado sobre a história do autor e seus livros... Ver link http://pt.wikipedia.org/wiki/Conversando_com_Deus), “A Unidade das Religiões: O Amor Universal – no site da Organização Sri Sathya Sai Baba do Brasil”.
Livros recomendados: “Mãos de Luz – de Barbara Ann Brennan, editora Pensamento”, “Medicina Vibracional – de Richard Gerber, editora Cultrix”, “Seu EU Sagrado – Dr. Wayne Dyer, Editora Nova Era”, “O Fluir do Amor Divino: Prema Vahini – Publicado por: Fundação Bhagavan Sri Sathya Sai Baba do Brasil”.
Namastê!
Prof. Bernardo Melgaço da Silva – pensador livre holístico-transcendental: filósofo (praticante), cientista e espiritualista – Professor Universitário Aposentado da URCA (Universidade Regional do Cariri –CE).
Facebook: Bernardo Melgaço da Silva/ Educação Para o Terceiro Milênio
bernardomelgaco.blogspot.com
Nota: Em 1992 e 1998 fiz dois trabalhos científicos: dissertação de mestrado e tese de doutorado respectivamente. E nesses dois trabalhos, que tem uma cópia de cada um na Universidade Federal do Rio de Janeiro (na biblioteca do Cento de Tecnologia –CT  - Universidade Federal do Rio de Janeiro - Brasil), procurei mostrar (“explicar cientificamente”) o Caminho do Amor Divino que fiz em 1988. E quem desejar uma cópia dos meus trabalhos científicos envie um e-mail (eu tenho eles no formato Word) para mim, pois terei o maior prazer do mundo de compartilhar minhas pesquisas acadêmicas na UFRJ/COPPE. Namastê...obrigado!

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