porque convergimos e integramos com AMOR, VERDADE, RETIDÃO, PAZ E NÃO-VIOLÊNCIA

dedicamos este espaço a todos que estão na busca de agregar idéias sobre a condição humana no mundo contemporâneo, através de uma perspectiva holística, cujos saberes oriundos da filosofia, ciência e espiritualidade nunca são divergentes; pelo contrário exige-nos uma postura convergente àquilo que nos move ao conhecimento do homem e das coisas.
Acredito que quanto mais profundos estivermos em nossas buscas de respostas da consciência melhor será para alcançarmos níveis de entendimento de quem somos nós e qual o propósito que precisaremos dar as nossas consciências e energias objetivas e sutis para se cumprir o projeto de realização holística, feliz, transcendente, consciente e Amorosa.

"Trata-se do sentido da unidade das coisas: homem e natureza, consciência e matéria, interioridade e exterioridade, sujeito e objeto; em suma, a percepção de que tudo isso pode ser reconciliado. Na verdade, nunca aceitei sua separatividade, e minha vida - particular e profissional - foi dedicada a explorar sua unidade numa odisseia espiritual". Renée Weber

PORTANTO, CONVERGIR E INTEGRAR TUDO - TUDO MESMO! NAS TRÊS DIMENSÕES:ESPIRITUAL-SOCIAL-ECOLÓGICO

O cientista (psicólogo e reitor da Universidade Holística - UNIPAZ) PIERRE WEIL (1989) aponta os seguintes elementos para a falta de convergência e integração da consciência humana em geral: "A filosofia afastou-se da tradição, a ciência abandonou a filosofia; nesse movimento, a sabedoria dissociou-se do amor e a razão deixou a sabedoria, divorciando-se do coração que ela já não escuta. A ciência tornou-se tecnologia fria, sem nenhuma ética. É essa a mentalidade que rege nossas escolas e universidades"(p.35).

"Se um dia tiver que escolher entre o mundo e o amor...Lembre-se: se escolher o mundo ficará sem o amor, mas se escolher o amor, com ele conquistará o mundo" Albert Einstein

terça-feira, 26 de maio de 2009

DO MUNDO VIRTUAL AO ESPIRITUAL - FREI BETTO‏

Ao viajar pelo Oriente, mantive contatos com monges do Tibete, da Mongólia, do Japão e da China. Eram homens serenos, comedidos, recolhidos e em paz nos seus mantos cor de açafrão. Outro dia, eu observava o movimento do aeroporto de São Paulo: a sala de espera cheia de executivos com telefones celulares, preocupados, ansiosos, geralmente comendo mais do que deviam. Com certeza, já haviam tomado café da manhã em casa, mas como a companhia aérea oferecia um outro café, todos comiam vorazmente. Aquilo me fez refletir: 'Qual dos dois modelos produz felicidade?'
Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei: 'Não foi à aula?' Ela respondeu: 'Não, tenho aula à tarde'. Comemorei: 'Que bom, então de manhã você pode brincar, dormir até mais tarde'. 'Não', retrucou ela, 'tenho tanta coisa de manhã... '. 'Que tanta coisa?', perguntei. 'Aulas de inglês, de balé, de pintura, piscina', e começou a elencar seu programa de garota robotizada. Fiquei pensando: 'Que pena - a Daniela não disse: 'Tenho aula de meditação!'
Estamos construindo super-homens e super-mulheres, totalmente equipados, mas emocionalmente infantilizados.
Uma progressista cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias! Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em relação à malhação do espírito. Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos: 'Como estava o defunto?'. 'Olha, uma maravilha, não tinha uma celulite!' Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa?
Hoje, a palavra é virtualidade. Tudo é virtual. Trancado em seu quarto, em Brasília, um homem pode ter uma amiga íntima em Tóquio, sem nenhuma preocupação de conhecer o seu vizi¬nho de prédio ou de quadra! Tudo é virtual. Somos místicos virtuais, religiosos virtuais, cidadãos virtuais. E somos também eticamente virtuais...
A palavra hoje é 'entretenimento'; domingo, então, é o dia nacional da imbecilização coletiva. Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se apresenta no palco, imbecil quem perde a tarde diante da tela. Como a publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres: 'Se tomar este refrigerante, vestir este tênis, ¬ usar esta camisa, comprar este carro, você chega lá!' O problema é que, em geral, não se chega! Quem cede desenvolve de tal maneira o desejo, que acaba¬ precisando de um analista. Ou de remédios. Quem resiste, aumenta a neurose.
O grande desafio é começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globalizante, neoliberal, consumista. Assim, pode-se viver melhor. Aliás, para uma boa saúde mental três requisitos são indispensáveis: amizades, auto-estima, ausência de estresse.
Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um shopping center. É curioso: a maioria dos shoppings centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de missa de domingo. E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas...
Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus; se deve passar cheque pré-datado, pagar a crédito, entrar no cheque especial, sente-se no purgatório; mas se não pode comprar certamente vai se sentir no inferno... Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo hambúrguer do McDonald...
Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas: 'Estou apenas fazendo um passeio socrático'. Diante de seus olhares espantados, explico: 'Sócrates, filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia: "Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz!".







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"Preocupe-se mais com sua consciência do que com sua reputação. Porque sua consciência é o que você é, e sua reputação é o que os outros pensam de você. E o que os outros pensam, é problema deles!!!!"
"Existem mais mistérios entre o Céu e a Terra, do que possa imaginar sua vã filosofia." (William Shakespeare)

segunda-feira, 25 de maio de 2009

A VOZ DO SILÊNCIO DIVINO

Ainda que me apresentassem todo um discurso rebuscado filosófico e dados científicos concretos
Eu diria com fé, compaixão e humildade: cala-te homem!
Já ouvistes o silêncio da verdade?
Já frequentastes o templo da divina sensibilidade?

Se não fostes ao pico da Amorosa Verdade Silenciosa
Então nada sabes a respeito da tão falada e ignorada verdade!
Apenas resmunga palavras sem conteúdo e essência
Apenas dita verbos e substantivos intelectuais reproduzidos e mecanicamente decorados
Apenas teoriza hipóteses e paradigmas racionalizados e limitados
Apenas agoniza na ânsia pelo som inaudível que vem do Outro Lado

Ouça: a verdade é a voz do próprio silêncio conquistado!
Assim disse o admirável Albert Einstein: “O Velho me disse...”
Assim afirmou o magnifíco Sócrates: “Conhece-te a ti mesmo”
Então ouça: cala-te homem!
Firme-se nesse propósito de não dizer ou julgar aquilo que não ouviu diretamente do Silêncio Cósmico Ancião
Busque compreender o contexto da Rainha sensibilidade AMOROSA
Ela mora ao lado do Rei-silêncio profundo no princípio de todo Ser também humano

Se um dia encontrá-la verás e ouvirás um mundo de verdades nunca dito
E nesse novo modo de perceber saberás o que de fato pensavas sobre a arte de novo ser
Sem poder no entanto de fato nesse mundo de pseudas verdades se fazer compreender
Pois com certeza te chamarão de anormal, insano ou louco

É verdade sim!
Porque quem tem um olho da verdade é rei e quem tem a visão da sensibilidade é insano e louco!
Louco por querer falar o que não se fala com a poiesis da razão
Insano por querer mostrar o que não se vê senão com a práxis da intuição
E anormal por querer demonstrar o que não se comprova pela ciência da intervenção

És louco! És insano! És anormal!
Porque és para muitos deles apenas ruído e significado muito distante e totalmente desconhecido
Falando aquilo que somente pode ser ouvido quando se vive no templo do Silêncio Interior
Mostrando aquilo que somente pode ser visto pela luz na vivência da alta Sensibilidade sutil do Amor
Tentando provar aquilo que somente se saboreia pelo fervor da fé sensível na ciência da compreensão

És louco! És insano! És anormal!
E ao mesmo tempo és sincero, sensível, MESTRE e sábio!
Mas se tu ainda não fostes ao templo do silêncio soberano Criador
Então o primeiro Ato Existencial: aquieta-te e cala-te por Amor à Verdade!

Se reserve à própria ignorância existencial
De nada vale um titulo ou autoridade sem a sabedoria do Último e belo encontro de Amor Real
O majestoso encontro ontológico do Rei-silêncio com a Rainha-sensibilidade
Pois nesse encontro está o Poder Criador do Verbo que se torna carne
Que se torna muitas vezes humano
Que se comunica muito além de qualquer discurso-contexto do mundo profano
E que se transmuta na crença de conhecer a verdade
Que se oculta no caminho e na fonte da verdade do conhe-Ser-em-Si
Para ser aquilo que de fato diz ver e saber com propriedade

Ó homem só lhe resta um caminho de esperança e evolução!
Volte-se imediatamente para a luz interior do silêncio profundo
Deixem que lhe chamem várias vezes de cego e louco de paixão intuitiva existencial
Deixem que riam de teu caso solitário, perdido, inútil e insano
A maravilhosa diferença está na alteridade do encontro do silêncio da luz transcendental
A maravilhosa diferença é a tua própria sensibilidade-luz-essência de fonte espiritual

Siga o teu próprio e único trabalho-disciplina de conhe-Si-mento-transcendência
Siga o teu próprio e único caminho-encantamento agradável de paz-estrela-vivência
Siga a tua própria e única verdade de ser uma chama-viva-de-consciência
O Amor é o Sentido Cósmico no ato sagrado de Criação da gloriosa e eterna Existência
E a Presença do Verbo Divino é o referencial do Senhor em Seu Silêncio e Imanência
Um encontro com a Transcendência para muito além de tudo o que é racionalmente falado sem consciência

Bernardo Melgaço da Silva

sexta-feira, 22 de maio de 2009

A ORDEM NATURAL DOS ERROS: POR QUE BUSCAMOS NO FIM AQUILO QUE ESTÁ NO PRINCÍPIO?

O dinheiro é feito para ser colocado no banco. O lixo é feito para ser colocado na lixeira. O Amor foi feito para ser colocado no (chakra do) “coração”. Agora, podemos imaginar a seguinte desordem natural dos erros sociais comuns: o lixo colocado no (chakra do) coração; o dinheiro colocado na lixeira e; o Amor colocado no banco. A interpretação que podemos fazer desse contexto invertido nos permite compreender o atual caos social de um mundo desordenado, confuso e paradoxal. O lixo colocado no coração implica a poluição dos valores humanos e dos modelos decadentes da vida; o dinheiro colocado na lixeira implica o desperdício de verbas e consequentemente do mal uso dos recursos naturais; o amor colocado no banco implica a idolatria ao dinheiro e o fetiche da mercadoria.
A ordem natural dos erros faz com que cada coisa gire fora do seu eixo e fique fora de seu devido lugar. Ama-se o que não se deve sentir; compra-se o que não se deve vender e; guarda-se o que não se deve prestar para mais nada. As conseqüências dessa desordem natural das coisas podem ser percebidas pelo acúmulo de lixo no (chakra do) coração; pelo montante de riqueza desperdiçada na produção e aquisição de futilidades sociais; pelo desejo e apego obsessivo às coisas materiais efêmeras. Um mundo assim está em desequilibrio, ou seja, está efetivamente doente. A organização social desse mundo implica uma reformulação – em si mesmo! - da práxis natural dos valores humanos. Faz-se necessário valorizar cada coisa de acordo com sua especificidade: o lixo é para ser jogado fora na lixeira, o Amor é para ser guardado no (chakra do) coração, e o dinheiro é para ser empregado com sabedoria da liberdade e da igualdade de oportunidades, ou seja, que ele sirva para fluir igualmente com justica pelo banco, pelo bolso dos pobres e pela conta bancária honesta de qualquer cidadão.
As leis que regulam a ordem natural dos erros prioriza a produção daquilo que não é essencial para a humanidade; orienta a vida utilitária num tempo socialmente desnecessário; massifica a confusão dos valores (sub)humanos. Essas leis produzidas num ambiente desestruturado produzem seqüelas sociais imensas, tais como o aumento da violência e o sucateamento do sistema penitenciário e das vidas humanas inseridas nele, crescimento da angústia, fortalecimento da corrupção e petrificação da sensibilidade humana.
A ordem natural dos erros é implacavelmente imperfeita. Por onde essa ordem passa produz suas inevitáveis distorções e graves erros em desordem constante: exclusão social, educação super-racionalizada, violência generalizada, poder desgovernado, ganância planejada e globalizada, vida desqualificada e amor desvirtuado. O homem inserido num mundo governado por tais leis implacáveis sofrerá terrivelmente. O reconhecimento do valor desse homem será feito pelo poder do sucesso apenas material e utilitário. A verdade desse homem será ditada pelo mercado dos discursos ideológicos oportunistas, ou seja, somente terá voz aquele que servir ao mercado “lite-antenário” (internet, jornal, televisão ou rádio). A felicidade desse homem será normatizada pela compra de produtos de luxo (p.ex.: mega-carro, mega-computador do ano, mega-casa, mega-fazenda etc) sem os quais se sentirá vazio, inferior e isolado (excluído) no interior de uma imensa multidão na base da pirâmide social. O deus desse homem será aquele que perdoa o freqüente acúmulo da ganância humana, porque assim poderá sempre justificar a sua “ fé “, mas ao mesmo tempo condena o miserável à morte, ao sofrimento e ao esquecimento. A justiça desse homem será aquela ditada pelas normas do contrato social do capital e da interpretação comprada ou alugada por esse mesmo capital (e assim a maioria que não tiver dinheiro terá uma grande probabilidade de ser presa e uma minoria com capital terá tambem uma grande probabilidade de ser libertada – tudo justamente previsto por um bom advogado super-capitalista!). Assim, quem tiver sensibilidade num mundo de “cegos” nunca se tornará rei de fato. Isto porque esses “cegos” nunca poderão perceber e aceitar a orientação e poder do caminho ético daquele ser que desenvolveu a sua própria sensibilidade.
A vida natural tem suas próprias leis. E as leis naturais governam a vida social daqueles que se permitiram sintonizar com as Leis Cósmicas. Albert Einstein chegou afirmar que “ouvia” uma Inteligência da Natureza Cósmica. Quantos ouvem em si mesmo essa Inteligência da Natureza? Quantos estão poluindo seus corações com valores e modelos daninhos? Quantos estão escravos de uma produção social que somente beneficia 1/3 da humanidade? Quantos ensinam a mesmice do poder de realização contratual capitalista? Quantos decidiram servir de fato à humanidade (e não apenas à corporação a qual pertence!) em troca de nada (ou de sua própria vida)? Quantos amam e são felizes de verdade? Quantos acordaram para si mesmos? Quantos saíram de suas cavernas de ilusões materiais e sucessos enganosos? Quantos conseguem enxergar com os olhos da sensibilidade fina ou sutil? E quantos estão cegos pela intensa luz da racionalidade instrumental excessiva e pelo valor contratual das relações capitalistas?
Um cientista (Paracelso?) chegou afirmar: “ Não é a substância que mata, mas a dose [de poluição ou desordem natural]”. Urge que os homens não pensem tanto, mas sintam – em si mesmo! – mais e melhor a ordem natural dos erros agindo em suas mentes e (chakras dos) corações. A vida deveria ser bela, mas nos extraviamos porque não nos esforçamos adequadamente para produzir a ordem natural dos acertos que chamamos de CARÁTER, INTUIÇÃO, SENSIBILIDADE E AMOR. Na vida não existe acaso! O acaso (tal como o desespero) é a percepção de uma vida desequilibrada e desordenada. Vida essa limitada e desviada pela ordem natural dos erros ou pela desordem natural dos acertos. Mudar implica inverter a ordem vigente pela Desordem latente ou a desordem vigente pela Ordem latente. Cada um de nós é responsável pela ordem e desordem das coisas a nossa volta. Ninguém está isento dessa responsabilidade. Ninguém vive isolado e neutro. O caos e a ordem caminham lado a lado, assim como o poder de Deus-da-Ordem caminha ao lado (metafisicamente falando) do poder humano-da-desordem.
Assim, como afirmou Pascal “para se amar as coisas da terra precisamos conhecê-las: para se conhecer as coisas do Céu precisamos amá-las”, da mesma forma, para se amar a ordem na terra precisamos conhecer as causas de sua desordem; para se trazer o conhecimento da “Desordem” do Céu precisamos Amar a sua Ordem”. Esse paradoxo foi muito bem expresso por Jesus Cristo quando afirmou: “Eu vim para trazer luz aos cegos e cegar os que estão vendo”. E Ele completou os seus ensinamentos paradoxais afirmando: “Vim para trazer a espada, a divisão e a guerra” e “Amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei”. “Existe um caminho que parece correto, mas que nos leva à morte” (Bíblia Sagrada). Disse paradoxalmente Jesus: “Por que buscam no fim aquilo que está no princípio?”. Buda chamou de Maya a nossa construção da realidade objetiva. Bertrand Russel denominou esse modo racional e extremamente limitado de construir a realidade de “Realismo ingênuo”. Vejamos o que diz Bertrand Russell (apud EINSTEIN, COMO VEJO O MUNDO, 1981):
"Começamos todos com o realismo ingênuo, quer dizer, com a doutrina de que os objetos são assim como parecem ser. Admitimos que a erva é verde, que a neve é fria e que as pedras são duras. Mas a física nos assegura que o verde das ervas, o frio da neve e a dureza das pedras não são o mesmo verde, o mesmo frio e a mesma dureza que conhecemos por experiência, mas algo totalmente diferente. O observador que pretende observar uma pedra, na realidade observa, se quisermos acreditar na física, as impressões das pedras sobre ele próprio. Por isto a ciência parece estar em contradição consigo mesma; quando se considera extremamente objetiva, mergulha contra a vontade na subjetividade. O realismo ingênuo conduz à física, e a física mostra, por seu lado, que este realismo ingênuo, na medida em que é conseqüente, é falso. Logicamente falso, portanto falso" (p.46).

Um cientista japonês descobriu recentemente (ler livro e ver o filme QUEM SOMOS NÓS?)que o pensamento é energia pura emitida por cada um de nós, consciente ou inconscientemente,e que é capaz de criar desordem na estrutura molecular da água. Ele fez experiências em laboratório! Logo, podemos inferir se o pensamento e o sentimento humano tem esse poder fantástico eles podem modificar a vida a nossa volta de forma radical de acordo com a intensidade e permanência da emissão que cada um faz com suas energias sutis e metafísicas. Podemos criar uma nova ordem DE PAZ E FELICIDADE ou manter a ordem vigente de CAOS E CONFUSÃO.
Cabe ao homem MODERNO desfazer e ordenar corretamente a própria percepção de si e do mundo (vencer suas limitações internas de sua consciência) para trazer a Ordem Correta em si e consequentemente ao mundo. O desafio de todos NÓS é entender o paradoxo da necessidade da permanente mudança em si mesmo. Heráclito há milhares de anos já havia percebido e profetizado sobre esse epifenômeno humano! Ainda não percebemos o desvio natural dos erros. Por isso, "PAI, ELES NÃO SABEM O QUE FAZEM!" - autor bastante conhecido de todos nós.

Por isso, escuto numa rádio aqui em Madureira-RJ UMA MÚSICA (pagode) QUE TOCA E A SUA LETRA DIZ - AGORA! - assim: "Todo mundo erra. E todo mundo vai errar1"

OBS>; AOS CATADORES DE ERROS ORTOGRÁFICOS (que catam pulgas e esquecem de ver o contexto como um todo - O ELEFANTE principal é ignorado) DESSE BLOG: OS ERROS DE ACENTO NÃO SÃO MEUS MAS DO EDITOR DE TEXTO QUE ESTOU UTILIZANDO AQUI E AGORA. Obrigado!
Bernardo Melgaco da Silva – E-mail: bernardomelga10@hotmail.com

terça-feira, 12 de maio de 2009

EDUCAÇÃO PARA A TRANSFORMAÇÃO E ELEVAÇÃO DA ALMA HUMANA


TEXTO ANÔNIMO - CADERNO DE ESTUDOS JM - No. 1, s.d., Rio de Janeiro, p.16
“Por mais que estudemos e nos esforcemos para compreender o comportamento humano e seu desenvolvimento, ele sempre reserva surpresas e imprevistos. Antes de ser negativa, esta imprevisão e esta incerteza é que dão sabor, graça a beleza à vida humana. Esse desajuste do ser humano a padrões pré-estabelecidos é que produz o avanço, o progresso, a mudança. Como disse Piaget, é o desequilíbrio que gera o desenvolvimento, pois este “é uma equilibração progressiva, uma passagem contínua de um estado de menor equeilíbrio para um estado de equilíbrio superior” (p.10)

“A educação tem de se inspirar na filosofia devido à convicção de que o homem não pode ser tratado como objeto, mas como algo excepcional, que se revela pela sua criatividade, sua tendência para a liberdade, sua capacidade de autolimitar-se e de aspirar, bem como pela sua inquietação interior, que o impele para o transcendental.
Para todas essas características, o homem não pode ser manipulado como objeto, mas deve ser tratado como algo próprio, espontâneo, que traz dentro de si condições peculiares que precisam manifestar-se através das diferenças individuais.
Assim, o homem não pode ser moldado ou sufocado, mas orientado para manifestar toda a sua originalidade, voltada para uma reflexão e atuação capazes de enriquecer a vida pessoal e a social.
É a filosofia, pois, que deve orientar o homem para o reconhecimento de certos valores inerentes à sua própria vida e elaborar outros que o tornem mais humanos, mais conscientes, mais responsável” (p.6).

“O conceito de educação aqui adotado é o seguinte: “Educação é o processo que visa a levar o indivíduo, concomitantemente, a explicitar as suas virtualidades e a encontrar-se com a realidade, para na mesma atuar de maneira consciente, eficiente e responsável, a fim de serem atendidas necessidades e aspirações pessoais e sociais”.
O presente conceito focaliza, primordialmente, o homem, como centro e objeto fundamental da educação, porque dentro das circunstâncias em que se processa o fenômeno “vida humana”, ele, individualmente ou em grupo, é responsável pelo seu próprio destino.
A educação tem de ajudar o indivíduo a se revelar como pessoa. Tem de ajudar o indivíduo a manifestar, de forma atuante, as suas potencialidades, a fim de que possa dizer “para que veio ao mundo”.
Mas tudo isso tem de ser feito em consonância com a realidade de suas possibilidades e do mundo exterior.
Só assim a educação não será alienada. Não uma educação para as nuvens, mas para a objetividade, a fim de que o esforço humano tenha um sentido de ajuda a si mesmo.
Este encontro com a realidade não deve ser os limites fechados do “puro pragmatismo” ou do estrito “cientificismo”, porque seria matar muito do que o ser humano tem dentro de si...
O encontro com a realidade tem por obrigação convencer o homem da inelutabilidade do princípio de causa e efeito e que lhe dará meios para torná-lo senhor do seu próprio destino. Tem por obrigação, também, despertá-lo para o estético, a fim de sensibilizá-lo para o belo que possa apreender em toda parte e em todos os fenômenos e que ele mesmo possa criar. Obrigação mais de sacudi-lo para a sua condição social, de convívio com seus semelhantes. Obrigação, além disso, de conscientizá-lo para o transcendental, em que todo o científico, o estético e o social podem alcançar uma dimensão maior” (p.5).


“A educação deve levar o indivíduo a atuar na realidade porque é dela e nela que ele vive.
...Atuar de maneira responsável, eis a culminância do processo da educação, que se refere à formação do homem moral. A educação tem de sensibilizar o indivíduo pelos valores sócio-morais. Assim, a educação não pode deixar de cuidar da formação do homem moral... A falta de preocupação com a formação moral tem sido, a nosso ver, a falha maior da educação, para ceder passo a um liberalismo suicida... O homem moral é aquele que avalia as conseqüências de seus atos em sentido profundo de respeito pelo seu semelhante. E o que se nota é que o homem tem agido, individual e coletivamente, de forma egoística, no sentido de querer impor os seus desígnios aos outros, “a ferro e a fogo”, chegando mesmo, friamente, a matar com a pseudo-intenção de salvar ou libertar... O comportamento moral do homem deriva do respeito que ele tiver pelo seu semelhante, seja ele forte ou fraco, rico ou pobre, inteligente ou não, perfeito ou mutilado, saudável ou doente, jovem ou velho, parente ou não... É preciso reprisar que nada terá sentido se não se formar o homem moral, que cultiva profundo sentido de respeito pelo seu semelhante e, também pela natureza em geral. O homem que não depreda, mas reflete, admira e constrói. Homem que não atira pedras, mas que as retira por onde se deva passar; que não agride, mas coopera, que não ridiculariza, mas reconhece e estimula; que, no dizer de Emerson, não só deixar, como ajudar a viver... Enfim, homem que não destrói, mas que, de uma forma ou de outra, constrói”. (p.5)

“Auto-educação

É talvez o mais elevado grau de realização educacional, pois representa o fato de que o próprio indivíduo procura promover a sua própria educação, buscando ele mesmo caminhos para aprofundar-se na compreensão da realidade e de si mesmos, a fim de melhorar o seu comportamento perante a si e a sociedade” (p.5)

“O ponto nevrálgico de todo o processo de educação, está na intenção e na ação em direção à elevação espiritual do homem, a fim de torná-lo mais sensível com relação ao mundo que o cerca e aos seus semelhantes.
Toda e qualquer ação educativa que não tenha em mira a elevação espiritual do homem falhará, como, aliás, todas têm falhado até hoje, uma vez que nenhuma teoria educacional baseada somente em princípios sócio-econômicos-políticos conseguiu um vislumbre sequer, no sentido de se marchar para a realização plena da vida, com respeito irrestrito à natureza e, notadamente, ao seu semelhante.
O que se tem visto, seja de que lado se olhar, são grupos humanos tentando estabelecer hegemonias para atrelarem e, direta ou indiretamente, escravizarem outros grupos humanos...
E tudo indica que o caminho a seguir, para que o homem consiga se elevar à condição de humanidade, é o da elevação espiritual. com ou sem a colaboração de ordens religiosas ou ideologias políticas.
Assim, a educação estará ajudando o homem a transcender do seu concreto, que é o seu substrato material, a fim de, mais alto, pela escalada da espiritualidade, poder ver e admirar o panorama físico e humano da vida e sobre o mesmo poder refletir responsavelmente, no sentido de condução para um sentimento e uma solidariedade universais” (p.5)

“Aliás, o que caracteriza o homem, o que o diferencia dos demais seres vivos, é a sua capacidade de aspirar, de ir além da sua realidade presente, para alcançar outra realidade projetada, elaborada com a inteligência e o coração. O homem, neste sentido, é um projetista. Projetista de sua própria vida. Aliás, o homem começa a definhar e mesmo morrer quando não mais projeta e só se atem a satisfazer necessidades...” (p.5).

A GRANDE BATALHA INVISÍVEL: O VENCEDOR E O VENCIDO NO MESMO PROCESSO EVOLUTIVO CÓSMICO



Já dizia Buda: “É mais fácil vencer uma ou mais batalhas exteriores do que vencer a batalha mais difícil de todas: a interior em si mesmo”. A sabedoria de Buda vai além da nossa compreensão humana racional. Pois, não vemos claramente os inimigos e muito menos as suas posições estratégicas. Vivemos todos no interior de uma batalha invisível entre a transcendência e a permanência; entre evoluir espiritualmente ou progredir materialmente. Uma nova ordem mundial precisará nascer do resultado da vitória do transcendente-espiritual sobre a aliança entre o instinto-animal e a razão-humana. Isto porque cada um de nós carrega em si mesmo o lado animal, o lado humano e o lado divino. Na atualidade o lado divino vem sendo ignorado, enfraquecido ou esquecido em nossas ações e comportamentos. E como resultado temos um mundo fortalecido de egos lutando para manter o poder político, econômico e bélico. A luz interior de cada um é obscurecida pela escuridão dos pensamentos e sentimentos do ego (formado pela aliança entre a razão e o instinto).
E segundo VACLAV HAVEL (O DOLOROSO PARTO DE UMA NOVA ERA, 1995):

"Existem razões para crer que a Idade Moderna terminou. Muitos sinais indicam que estamos atravessando um período de transição em que algo está morrendo e algo está nascendo, num parto doloroso.

Está ocorrendo uma amálgama de culturas. Uma era está sucedendo a outra e, como nossa civilização não tem um estilo próprio unificado, nem um espírito próprio, nem uma estética própria, qualquer coisa pode acontecer. Tudo é possível, mas nada é certo.

Como em período de transição anteriores, estão sendo agora derrubados até os mais consistentes sistemas de valores e existe uma tendência a citar as opiniões alheias, a imitar e amplificar, em vez de afirmar com autoridade ou integrar.

O sinal central e característico deste período é a crise, ou a transformação da ciência como base da concepção moderna do mundo.

O vertiginoso desenvolvimento desta ciência, com sua fé incondicional na realidade objetiva e sua completa dependência das leis gerais e racionais do conhecimento, conduziu ao nascimento da civilização tecnológica moderna.

Mas a relação com o mundo, que a ciência moderna promove, parece agora ter esgotado sua potencialidade. Torna-se cada vez mais claro que está faltando alguma coisa a esta relação, pois não se consegue ligar à mais intrínseca natureza da realidade nem à experiência natural do homem e, na realidade, é mais uma fonte de desintegração e de dúvidas do que de integração e de sentido.

Produz um estado de esquizofrenia em que o homem, como observador, está se alienando completamente de si mesmo como ser. Embora atualmente saibamos infinitamente mais a respeito do universo do que nossos antepassados, parece cada vez mais claro que eles sabiam algo que nos escapa.

Quanto mais a fundo são descritos nossos órgãos e suas funções, tanto menos conseguimos captar o espírito, o propósito e o significado do sistema que eles formam em seu conjunto e constitui nosso próprio "eu".

Assim, estamos numa situação paradoxal. Desfrutamos de todas as conquistas da civilização moderna, mas não sabemos para onde ir. O mundo de nossas vivências parece caótico, desconexo e confuso.

Em nossa percepção do mundo parece não haver forças integradoras, nem significados unificadores, nem uma verdadeira compreensão interior dos fenômenos.

Esse estado de coisas tem conseqüências sociais e políticas. Esta singular civilização planetária, a que todos pertencemos, nos põe em confronto com desafios globais, perante os quais reagimos sem esperança, porque ela globalizou apenas a superfície de nossas vidas.

E, ao que parece, quanto menos respostas esta era de conhecimento racional oferece às perguntas básicas do ser humano, tanto mais profundamente as pessoas se aferram às velhas certezas de sua tribo. Por isso, as culturas individuais, cada vez mais misturadas pela civilização contemporânea, estão tentando com renovados impulsos readquirir ou reforçar sua identidade, reconhecendo-se em suas próprias características internas e ressaltando as diferenças que as separam das outras.

Daí resulta que os conflitos culturais são, logicamente, cada vez mais perigosos e mais difíceis de resolver do que em qualquer outro período da história.

O fim da era do racionalismo foi catastrófico: apetrechados com as mesmas armas supermodernas de outrora, freqüentemente obtidas das mãos dos fornecedores de sempre, e acompanhados pontualmente pelas câmaras de TV, os membros de variados cultos tribais estão em guerra entre si.

Durante o dia, trabalhamos com as estatísticas e, ao anoitecer, consultamos a astrologia e nos assustamos com histórias truculentas sobre vampiros.

O abismo entre o racional e o espiritual, a técnica e a moral ou universo e o singular se torna cada vez mais profundo.
A principal tarefa política dos últimos anos deste século é, portanto, criar um novo modelo de coexistência entre as diferentes culturas, povos, raças e esferas religiosas, dentro de uma única civilização interconectada.

Esta tarefa é sobretudo extremamente urgente, pois estão aumentando de forma mais séria do que nunca outras ameaças contra a humanidade, provocadas pelo desenvolvimento unidimensional. da civilização.

Na busca de fontes mais naturais para a criação de uma nova ordem mundial geralmente recorremos às idéias básicas da democracia moderna: respeito pelo ser humano como indivíduo, tanto homem como mulher, e por suas liberdades e direitos inalienáveis, bem como pelo princípio de que todo o poder vem do povo.

Sinto porém, com cada vez mais força, que estas idéias não são suficientes, mas devemos ir mais além e mais fundo. A solução que elas oferecem ainda é moderna e tem origem num clima do Século das Luzes, bem como numa visão do homem e de seu relacionamento com o mundo que foi característica da esfera euro-americana durante os dois últimos séculos.

Contudo, hoje em dia, as soluções clássicas da era moderna não dão por si mesmas uma resposta satisfatória aos problemas apresentados.

O mesmo princípio de que os direitos inalienáveis do homem foram concedidos pelo Criador nasceu da noção tipicamente moderna de que o ser humano era o pináculo da criação e o senhor do mundo.

Este moderno antropomorfismo pretende, inevitavelmente, dizer que o Criador, que, segundo se afirma, outorgou ao homem seus direitos inalienáveis, começa a desaparecer do mundo.

O Criador, que estava muito além da compreensão e do alcance da ciência moderna, foi sendo gradualmente empurrado para a esfera privada das pessoas e mesmo para a esfera das fantasias privadas, isto é, para um lugar onde os deveres públicos não se aplicavam mais.

Na minha opinião, a idéia de que os direitos e as liberdades do homem devem ser parte integral de toda ordem mundial legítima precisa ser aplicada num lugar diferente e de um modo diverso atual.

Para ser algo mais que um slogan repetido e não respeitado pela metade do mundo, esta idéia não pode ser expressa na linguagem desta era agonizante, caracterizada pela fé numa relação puramente científica com o mundo.

Hoje, a única verdadeira esperança das pessoas reside, provavelmente, na renovação da certeza de que estamos enraizados na terra e, ao mesmo tempo, no cosmos. A consciência deste enraizamento nos dá a capacidade de autotranscendência.

Nos foros internacionais, os políticos podem reiterar mil vezes que a base para uma nova ordem mundial é o respeito universal pelos direitos humanos, mas este não significará nada se o imperativo não vier do respeito pelo milagre do ser, do universo, da natureza e de nossa própria existência.

No mundo atual, multicultural, o único caminho seguro para a coexistência pacífica deverá ser inspirado pela autotranscendência, porque a transcendência é a única alternativa real para a extinção.

Penso que o homem só poderá se realizar na liberdade, se não esquecer que esta é um dom de seu Criador".

Texto publicado no JORNAL O ESTADO DE SÃO PAULO - 23/04/95 - PAG.A2

Vaclav Havel, escritor e ex-presidente da República Checa.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

EM ALGUM LUGAR DO PASSADO


“Num tempo que transcende minha capacidade de entendimento atual, e que difere das limitações impostas por um corpo denso, me propus como voluntário a participar da implantação da Luz. Tenho seqüelas desta caminhada e lampejos breves de recordação. Procuro como tantos outros, recordar a promessa que fiz a quem em mim confiou, e no mínimo, corresponder à expectativa.
Caí por diversas vezes; falhei em muitas missões, mas tenho consciência de que apenas experienciando é que eu aprenderia nos erros. Como entender o espírito sem antes ter passado por um corpo físico? Como saber o que é amor sem ter sentido o antagonismo do ódio? Como valorizar o bem estar se nunca me senti mal? Como sentir alegria de vencer se jamais fui derrotado? Como valorizar a alegria sem ter chorado? E vou por aí afora.
Enfrento obstáculos que eu mesmo coloquei. Arranho-me nos espinhos que plantei, colho o que semeei. Que força interior é essa que parece não existir, mas que aflora em momentos de desânimo? A imagem e semelhança do Pai habita em meu interior. Ela quer se expandir mas a casca ainda é grossa. Sinto-a em lampejos de amor incondicional, diferente do possessivo, passional, carnal; percebo-a nas lágrimas roubadas da dureza do meu coração; tento agarrá-las nos momentos de equilíbrio e lucidez.
Não sou parte de um Todo. Sou espelho de todos os seres viventes e reflito e sou refletido por todos os atos, sentimentos, ações e dramas de cada um. Tenho consciência que o que acontece ao outro reflete em mim. Temos unicidade tanto nos propósitos como de origem. Nossas casas natais são diferenciadas, mas lembremo-nos, sempre no terreno do Criador. Movido por emoções, vou procurando transmutá-las em ações sadias, fraternas, altruístas.
Reta final de um tempo que jamais vou querer vivenciar novamente. Não posso ver meu semelhante padecer de necessidades, mesmo compreendendo que é seu aprendizado. Não aceito separatividade, racismo e individualidade. Não quero que a Terra se transforme pela dor. Creio que por estarmos galgando a quarta dimensão, já caminhamos muito para estar aqui, não sendo coerente este comportamento humano que lembra estágio em dimensões inferiores.
As forças que combatem a luz, sabem que o momento é decisivo. É hora da conquista final: ou ficamos no mesmo degrau, ou galgamos mais um. Tem gente nos puxando para baixo, mas tem muito mais nos puxando para cima. Quem decide para onde? Nós, somente nós. Ninguém salva ninguém. Ninguém caminha pelo outro. O degrau só é galgado por nós.
Momentos de grandes transformações irreversível. Conflitos afloram pois estão enraizados em nosso ser. Chegou a hora de zerar nosso passivo, pois ninguém alcança a quadrimensionalidade com saldo devedor. Cada um sabe como pagar sua conta; não há empréstimos, não há crédito, só mérito. E lembre-se, sua tarefa é fazer com que todos subam com você, pois com egoísmo não há evolução” (p.1).


EUSTÁQUIO ANDRÉA PATOUNAS, “EM ALGUM LUGAR DO PASSADO”, CORREIO EXTRATERRESTRE, ED.23, JUNHO/97

SADHANA: O CAMINHO INTERIOR



Uma vida de sadhana (disciplina) implica dedicar todos os atos a Deus, ofertar aos pés do Senhor o que quer que faça, pense e fale.
A mente deve gravitar em torno de um centro - Deus. Você tem de concentrar-se firme e forte. Por que tem você de travar batalha para concentrar-se? A razão é esta: você não tem tido ânsia por Deus, apego profundo por Ele, nem tampouco amor. Mas, mantenha esforço. Pela disciplina contínua, você o conseguirá.
Sadhana é uma atividade excepcionalmente preciosa, que não deve ser vulgarizada, e posta ao alcance dos olhos do público. O peixe é vendido em lojas abertas ou ar livre, em plena rua. Os diamantes, porém, são vendidos em lojas fechadas, que só admitem genuínos compradores, e são guardados em reforçadas criptas subterrâneas. O sadhana é mais valioso que todos os diamantes. A disciplina espiritual perderá muito, se praticada a céu aberto.
...Deus é tão misericordioso que dará dez passos em sua direção se você tiver a iniciativa de dar um somente na direção d’Ele.
O verdadeiro Amor só pode ser por Deus, mas não um amor qualquer. Hoje se tornou comum ver crianças amando os pais somente tanto quanto estes sejam vantajosos. Mas, uma vez que os pais tenham envelhecido e se aposentado do serviço, seus conselhos são ignorados. Similarmente, o amor entre esposo e esposa, com a passagem do tempo, empalidece. O verdadeiro amor é tal que se mantém imutável, e este é o Amor para Deus. Acredite em você mesmo. Então você terá fé em Deus.
Se Deus não o sustentar, você cai. O que quer que faça, qualquer que seja seu lugar, saiba que Deus o colocou aí para trabalhar. Então isso se tornará uma educação, uma sadhana (disciplina). Todos os dias, em cada ato, em cada pensamento, em cada palavra, aproxime-se cada vez mais de Deus. Isso lhe dará a Felicidade Suprema, e a Libertação.
Atma é Deus; o particular é o Universal, nada menos que isso. Portanto, reconheça em cada ser, em cada homem, um irmão, um filho de Deus, e ignore todos os pensamentos e preconceitos de status, cor, classe, nascimento e casta. Entre no mundo objetivo, após tornar-se consciente do Atma, porque então verá a Natureza sob nova luz, e sua vida se tornará uma longada festa de Amor.

O ideal de uma melhor qualidade de vida, em detrimento de um alto nível ético de viver, vem arruinando a sociedade humana.

Um alto nível ético de viver insiste em verdade, humildade, desapego e compaixão. Agora o homem se fez um escravo de seus desejos. Encontra-se incapaz para vencer a avassaladora sede de prazer e luxúria. Reconhece-se muito débil para manter sob controle sua natureza (material). Não sabe como expandir a Consciência Divina, que está latente dentro dele. A solução disso está no sadhana (disciplina espiritual), por se tratar de uma transmutação fundamental.
...“Aquele que conhece o mais vasto o mais vasto se torna” (“Brahmavid Brahmavathi”), dizem os sábios (rishis).
SATHYA SAI BABA - SADHANA: O Caminho Interior, 2a ed., Rio de Janeiro , Record, 1993.
Bernardo Melgaço da Silva -

terça-feira, 5 de maio de 2009

O MUTANTE E O ESTAGNANTE: UMA NOVA HUMANIDADE PARA UM NOVO MILÊNIO

No momento estou terminando de ler um livro de grande valor com ensinamentos profundos. O livro tem o seguinte título: “OS MUTANTES – Uma Nova Humanidade para um novo milênio” (Ed. VERUS). O autor é o mestre e psicólogo Pierre Weil. Nesse livro ele discute as etapas evolutivas da consciência humana. Ele divide a evolução humana em três grandes fases. Num extremo temos o ser Estagnante, e no outro encontramos o ser Iluminado. E no meio entre esses dois extremos encontramos o ser Mutante. O ser mutante seria a ponte para um novo paradigma existencial onde desaparecia de vez por toda a ilusão de separatividade (ser-mundo, sujeito-objeto etc) e suas consequencias nefastas no mundo objetivo humano. A meta do Mutante é alcançar conscientemente o estado de consciência Transpessoal (em seu nível mais elevado é o Amor Divino). Essa meta é a realização plena onde o ser se encontrará consigo mesma numa viagem interior saindo de um pólo estagnante e terminando na sua descoberta transpessoal-espiritual. Essa transformação interior é tão profunda que transcende o tempo e espaço vivenciado pelo homem comum (estagnante) preso ainda as suas percepções racionais-instintivas da realidade psicológica tridimensional. No mundo inteiro, vários indivíduos experimentaram essa mudança de estado de consciência indescritível. No seu livro Pierre Weil cita vários casos de indivíduos que sentiram e iniciaram uma nova jornada a partir dessa mudança profunda e radical. E ela é tão radical que devolve ao ser a visão holística onde se pode perceber diretamente a unidade e a totalidade da vida e do saber em seus vários planos de realizações e valores. Assim comenta Pierre Weil em seu livro:
“Os valores que movem os mutantes são bem diferentes daqueles dos estagnantes. Embora integrem os valores do intelecto e da razão na busca da verdade como os estagnantes, os valores dos mutantes estão bastante ligados ao amor do coração, à compaixão, à ternura, ao carinho, à criatividade da inspiração, à poesia, à beleza, à alegria, à fome de saber, à intuição, ao conhecimento da verdade, à pureza de alma, à elevação espiritual, ao sagrado e ao divino” (p.113).
Assim, a humanidade atual segue um caminho de realização onde os estagnantes são mais predominantes do que os mutantes. Por isso, o mundo vivencia tanta violência, exploração, dor e insensibilidade. O que vemos na verdade é uma catarse global onde o ser manifesta a sua condição humana de confusão e caos interior. Nesse sentido, a mudança interior (profunda e radical) é condição primeira para uma transformação profunda de verdade da realidade social, política, ecológica, ética e espiritual. E nesse processo global atual em que vivenciamos continuaremos hipnotizados buscando cada vez mais do lado de fora racional – no exterior do mundo social, político e econômico – o princípio de tudo que já existe dentro de cada um: a condição transpessoal do humano e da humanidade.
Nesse contexto, a mudança do ser implicará numa mudança de perspectiva e sentido de vida: uma mudança tão profunda e radical que poucos conseguirão aceitar e trabalhar para o sucesso dessa transformação íntima-interior. Por isso, a educação de valores e a cultura de ensinamentos holísticos-espirituais deverão ser a tônica desse novo milênio. Pois, a vida tem um sentido transpessoal e eterno. Somos seres mutantes na jornada de si mesmo para si mesmo: autotransformação universal, espiritual, cósmica e quântica (energia sutil saltando e mudando de níveis e realidades paralelas).

Bernardo Melgaço da Silva – bernardomelgaco@hotmail.com

sexta-feira, 1 de maio de 2009

O SACRO-OFÍCIO DA TRAVESSIA ESPIRITUAL



PENSAMENTO PARA O DIA 01/05/2009
(retirado do site:
http://pensamentos.sathyasai.org.br)

“A vida é uma longa peregrinação pela estrada áspera e tortuosa deste mundo. Mas, com o Nome de Deus em seus lábios, o peregrino não terá sede; com a forma de Deus em seu coração, ele não se sentirá esgotado. A companhia do sagrado o inspirará a viajar com esperança e fé. A segurança de que Deus está sempre próximo conferirá força a seus membros. Lembre-se de que, a cada passo, você está se aproximando de Deus e Deus está Se aproximando de você, pois Ele dá dez passos em sua direção quando você dá um passo em direção a Ele. Essa jornada não tem paradas. Ela é uma viagem contínua através de lágrimas e sorrisos, através de nascimentos e mortes. Quando a estrada termina e a Meta é alcançada, o peregrino descobre que apenas viajou se si para si mesmo porque compreende que Deus que procurou estava o tempo todo nele, ao seu redor e ao seu lado! Ele mesmo era sempre Divino”. Sathya Sai Baba