O dia 21 de Janeiro de 2008 foi sem dúvida um marco do nascimento de uma nova consciência política na URCA. Uma assembléia dos professores, bem conduzida e respeitosa, mostrou que é possível se fazer política acadêmica sem partidarismo, agressões e acusações emocionais sem fundamentos. Era um momento para se discutir e debater o rumo da greve dos professores. Uma boa parcela dos estudantes compareceu apoiando a categoria docente. As velhas táticas de usar os alunos como “bucha de canhão” não foram usadas. Os alunos que discursaram, fizeram muito bem – confesso que fiquei impressionado com o discurso bem posicionado da jovem estudante da UECE (ex-URCA).
Tomara que daqui para frente tenhamos guardado em nossa memória que a prudência e o respeito a quem quer que seja, vale a pena porque estaremos construindo um espaço de diálogo e entendimento. Entendo que quando se utiliza a sensibilidade da ética não há vencedores e vencidos, pois na vida o menor um dia será maior, e o maior um dia será menor também. A roda da vida nos faz elevar e depois num momento inesperado nos coloca embaixo novamente. A vitória de hoje pode ser a nossa derrota de amanhã. O nosso inimigo de hoje pode ser nosso amigo de amanhã e vice-versa. Nessa vida que Deus criou nada permanece estático, pois tudo muda, se transforma e nos surpreende.
A vida nos iguala nas nossas imperfeições. Erramos porque acreditamos que a vida é uma continuidade lógica da razão. A razão se torna soberana desprezando a sensibilidade do coração. E o coração se enfraquece sem o apoio ontológico da razão. O braço esquerdo enfraquece o corpo quando perde ou se afasta da força do braço direito. Tudo na vida está preso ou conectado a outra realidade invisível que complementa e fornece equilíbrio e unidade. Ninguém por si mesmo é auto-suficiente, dependemos uns dos outros.
A humildade só acontece na prudência e na sensibilidade de si. E quando perdemos a humildade caímos em desgraça. A vida nos ensina – sempre! Ainda me lembro que durante o debate entre Prof. Plácido e Prof. Zé Nilton, no CCT-URCA, dois professores da atual gestão (alta administração) levantaram na platéia um cartaz que dizia: “André Herzog, Cadê você?”. Na assembléia de ontem, nenhum dos dois professores estavam presentes, mas um cartaz invisível dizia: “Fulano e beltrano, cadê vocês?”. Assim, se um dia menosprezares ou fizeres o mal a alguém, espere que um dia essa mesma energia se voltará contra você. É um princípio básico!
Ontem ficou claro que ninguém é o dono da verdade e tampouco pode subestimar o outro. Somos seres espirituais buscando experiências materiais. A idéia de vencedor e vencido é apenas humana, não tem sentido para o Espírito. O que vale para o Espírito é a experiência com aprendizado. Os que hoje acertaram amanhã errarão. E os que erraram hoje amanhã acertarão se prestaram atenção na lição que se desenrolou. Espero que aqueles que se tornaram arrogantes durante vários anos, hoje se tornem de fato prudentes e humildes – se quiserem aprender! O problema que o outro é um espelho criado pelo Espírito para que possamos ver nossas imagens humanas refletidas fora de nós.
A nova abordagem quântica pode nos ajudar nessa tomada de consciência de que nossa percepção é criada pelas nossas faculdades intelectuais e emocionais. A ilusão criada pelos sentidos é reflexo de um sistema de energia-consciência que circula e produz efeitos em vários níveis de nossa realidade multidimensional. Todo cuidado é pouco quando queremos ver o que é real e depois falar sobre ele. Os descuidados caem em desgraça porque ignoram que existem energias e leis cósmicas agindo em nosso mundo social e existencial. E quem será o próximo a cair em desgraça? Fiquemos atentos no desenrolar dos acontecimentos humanos. A história se repete – sempre!
Prof. Bernardo Melgaço da Silva – bernardomelgaco@hotmail.com
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