As crises rondam nosso modo de viver e ser. E quando menos esperamos somos assaltos por elas. E para que não sejamos pegos de surpresa precisamos estar bem informados e criar estratégias para uma situação de emergência. Posso citar as principais crises do mundo moderno: a) crise da razão instrumental; b) crise moral e ética; c) crise energética; d) crise ecológica; e) crise econômica; f) crise ideológica; g) crise existencial. Em síntese vivemos uma mega-crise geral que nos afeta e nos impede de sermos livres e felizes de fato. O grande desafio é entender essa mega-crise quando estamos a um passo de sentir sua força destruidora e transformadora, por exemplo, na crise econômica da maior economia do mundo (E.U.A). Podemos compará-la a um furacão que vai se formando lentamente no oceano. E assim, logo que cresce em força destrói tudo que encontra pela frente no continente. E com certeza os prognósticos apontam indícios de que ela poderá acontecer (ou não) de fato varrendo economias nacionais no mundo inteiro. Isto porque, o sistema econômico mundial está interligado e interdependente. E se a economia americana entrar em recessão puxará as economias nacionais em crescimento: Japão, China, índia, Brasil etc. O olho desse furacão em formação é sem dúvida a economia dos E.U.A. Os especialistas afirmam que a dívida do povo americano corresponde ao PIB americano, ou seja, 11 trilhões de dólares. E a dívida pública americana está nesse mesmo tamanho – 11 trilhões de dólares! E como o Brasil ainda tem sua moeda atrelada ao dólar – imagine o que vai acontecer quando o dólar despencar de vez? Uma pessoa bem informada agiria com prudência sabendo dessa situação, poupando agora para se manter forte na hora em que o furacão econômico provocar a grande crise recessiva.
A outra grande crise em curso é sem dúvida a energética. Vejamos por que. A força produtiva do mundo depende do consumo de energia básica ou primária (petróleo, gás, carvão, energia nuclear, hidrelétrica etc.) para a produção de energia secundária (energia elétrica e outras formas de energia). A matriz energética mundial é bem diversificada. Alguns países como o Brasil utilizam-se de energia “limpa” como a hidrelétrica. Outros ao contrário consomem energias não limpas (p.ex.: queima de petróleo (e seus derivados) e carvão mineral e vegetal) que por sua vez põe em risco a qualidade de vida do planeta. Grandes potências, como os E.U.A, optaram estrategicamente, em séculos passados, por energias não limpas, e agora além de sofrer pressões internacionais precisam mudar sua matriz energética, uma vez que o impacto (social e ambiental) e o custo dessas energias aumentam a cada ano. E eles sabem que não podem mudar sua matriz energética de uma hora para outra (por isso mesmo que os E.U.A não assinaram o tratado de KIOTO). A crise energética puxa uma outra crise: a crise ecológica. Na busca crescente de novas fontes de energia (não renováveis) o impacto é inevitável. Para se produzir precisa-se explorar e retirar recursos da natureza – não existe mágica ou milagre! Estudos vêm mostrando que a produção de alimentos sofrerá grandes alterações devido à mudança climática já em curso. O aumento de temperatura do planeta de 2 ou mais graus Celsius afetará diversas culturas no campo, fazendo com que se invista em novas pesquisas genéticas ou provocando a migração dessas culturas para países de clima frio (p.ex.: o café de São Paulo poderá ir para a Argentina). A crise ecológica afetará populações imensas - os chamados refugiados do clima. Ou seja, uma imensa massa humana terá que deixar sua terra natal em busca de um clima que permita uma sobrevivência mínima. Essa massa de gente faminta, sem terra e sem perspectiva de sobrevivência inchará os grandes centros urbanos, fazendo com que se mude o planejamento dessas cidades e conseqüentemente o controle social e as políticas públicas. A violência tenderá a aumentar e com isso novas formas ou mecanismos de coação, por parte do Estado através de suas leis, deverão tornar a vida social altamente regulada. Nesse contexto, a crise política surge porque as classes excluídas reivindicarão e lutarão por terra, trabalho e capital. E com a crise econômica em andamento, não se permitirá uma distribuição equitativa da riqueza nacional, o caos moral se instalará de vez. A vida social perderá seu eixo de equilíbrio, e milhões de pessoas no mundo inteiro sucumbirão (p. ex.: na África) devido à carência de informação, conhecimento, matéria-prima, trabalho, água e terras habitáveis. É importante frisar que a população mundial aumentou 6 vezes de 1840 para cá (de 1 bilhão para 6 bilhões). E o processo de desertificação aumenta ano a ano. Isso implica dizer e inferir, que se a população mundial aumenta e os recursos do planeta (a matéria-prima diminui também devido à alta produção e o alto consumo dos países industrializados) o cenário que se apresenta é de escassez para os pobres e acumulação para os ricos numa guerra ideológica e cultural - entre nações desiguais! A luta pela sobrevivência vem se dando no campo científico e tecnológico. A divisão de tarefas no mundo globalizado vem acontecendo em três partes: os criadores, os produtores e os consumidores. Os criadores exigem atualização de conhecimento em função da demanda de novos produtos, novas tecnologias e novos serviços. A riqueza dos criadores vem sendo realizada a custa da submissão e dependência dos outros dois (os produtores e os consumidores). Essa situação conduz a massa humana global a se voltar para sua realização material (para não ficar excluída e morrer) forçando a todos negarem sua realização espiritual e existencial. Daí surge a crise interior como conseqüência de um processo de conquista fora de sua própria natureza e consciência de si-existencial. Atualmente nos tornamos seres dependentes do trabalho pragmático e instrumental em busca de uma “felicidade” apenas formal e material. O poder racional predominante na lógica de produção e consumo acelerado, impedirá a evolução da sensibilidade humana. E assim, o Amor se esfriará mais ainda, gelando cada coração humano. E a vida perderá sentido de ser e existir – se as crises continuarem crescendo como estão atualmente!
Prof. Bernardo Melgaço da Silva – bernardomelgaco@hotmail.com
A outra grande crise em curso é sem dúvida a energética. Vejamos por que. A força produtiva do mundo depende do consumo de energia básica ou primária (petróleo, gás, carvão, energia nuclear, hidrelétrica etc.) para a produção de energia secundária (energia elétrica e outras formas de energia). A matriz energética mundial é bem diversificada. Alguns países como o Brasil utilizam-se de energia “limpa” como a hidrelétrica. Outros ao contrário consomem energias não limpas (p.ex.: queima de petróleo (e seus derivados) e carvão mineral e vegetal) que por sua vez põe em risco a qualidade de vida do planeta. Grandes potências, como os E.U.A, optaram estrategicamente, em séculos passados, por energias não limpas, e agora além de sofrer pressões internacionais precisam mudar sua matriz energética, uma vez que o impacto (social e ambiental) e o custo dessas energias aumentam a cada ano. E eles sabem que não podem mudar sua matriz energética de uma hora para outra (por isso mesmo que os E.U.A não assinaram o tratado de KIOTO). A crise energética puxa uma outra crise: a crise ecológica. Na busca crescente de novas fontes de energia (não renováveis) o impacto é inevitável. Para se produzir precisa-se explorar e retirar recursos da natureza – não existe mágica ou milagre! Estudos vêm mostrando que a produção de alimentos sofrerá grandes alterações devido à mudança climática já em curso. O aumento de temperatura do planeta de 2 ou mais graus Celsius afetará diversas culturas no campo, fazendo com que se invista em novas pesquisas genéticas ou provocando a migração dessas culturas para países de clima frio (p.ex.: o café de São Paulo poderá ir para a Argentina). A crise ecológica afetará populações imensas - os chamados refugiados do clima. Ou seja, uma imensa massa humana terá que deixar sua terra natal em busca de um clima que permita uma sobrevivência mínima. Essa massa de gente faminta, sem terra e sem perspectiva de sobrevivência inchará os grandes centros urbanos, fazendo com que se mude o planejamento dessas cidades e conseqüentemente o controle social e as políticas públicas. A violência tenderá a aumentar e com isso novas formas ou mecanismos de coação, por parte do Estado através de suas leis, deverão tornar a vida social altamente regulada. Nesse contexto, a crise política surge porque as classes excluídas reivindicarão e lutarão por terra, trabalho e capital. E com a crise econômica em andamento, não se permitirá uma distribuição equitativa da riqueza nacional, o caos moral se instalará de vez. A vida social perderá seu eixo de equilíbrio, e milhões de pessoas no mundo inteiro sucumbirão (p. ex.: na África) devido à carência de informação, conhecimento, matéria-prima, trabalho, água e terras habitáveis. É importante frisar que a população mundial aumentou 6 vezes de 1840 para cá (de 1 bilhão para 6 bilhões). E o processo de desertificação aumenta ano a ano. Isso implica dizer e inferir, que se a população mundial aumenta e os recursos do planeta (a matéria-prima diminui também devido à alta produção e o alto consumo dos países industrializados) o cenário que se apresenta é de escassez para os pobres e acumulação para os ricos numa guerra ideológica e cultural - entre nações desiguais! A luta pela sobrevivência vem se dando no campo científico e tecnológico. A divisão de tarefas no mundo globalizado vem acontecendo em três partes: os criadores, os produtores e os consumidores. Os criadores exigem atualização de conhecimento em função da demanda de novos produtos, novas tecnologias e novos serviços. A riqueza dos criadores vem sendo realizada a custa da submissão e dependência dos outros dois (os produtores e os consumidores). Essa situação conduz a massa humana global a se voltar para sua realização material (para não ficar excluída e morrer) forçando a todos negarem sua realização espiritual e existencial. Daí surge a crise interior como conseqüência de um processo de conquista fora de sua própria natureza e consciência de si-existencial. Atualmente nos tornamos seres dependentes do trabalho pragmático e instrumental em busca de uma “felicidade” apenas formal e material. O poder racional predominante na lógica de produção e consumo acelerado, impedirá a evolução da sensibilidade humana. E assim, o Amor se esfriará mais ainda, gelando cada coração humano. E a vida perderá sentido de ser e existir – se as crises continuarem crescendo como estão atualmente!
Prof. Bernardo Melgaço da Silva – bernardomelgaco@hotmail.com
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