porque convergimos e integramos com AMOR, VERDADE, RETIDÃO, PAZ E NÃO-VIOLÊNCIA

dedicamos este espaço a todos que estão na busca de agregar idéias sobre a condição humana no mundo contemporâneo, através de uma perspectiva holística, cujos saberes oriundos da filosofia, ciência e espiritualidade nunca são divergentes; pelo contrário exige-nos uma postura convergente àquilo que nos move ao conhecimento do homem e das coisas.
Acredito que quanto mais profundos estivermos em nossas buscas de respostas da consciência melhor será para alcançarmos níveis de entendimento de quem somos nós e qual o propósito que precisaremos dar as nossas consciências e energias objetivas e sutis para se cumprir o projeto de realização holística, feliz, transcendente, consciente e Amorosa.

"Trata-se do sentido da unidade das coisas: homem e natureza, consciência e matéria, interioridade e exterioridade, sujeito e objeto; em suma, a percepção de que tudo isso pode ser reconciliado. Na verdade, nunca aceitei sua separatividade, e minha vida - particular e profissional - foi dedicada a explorar sua unidade numa odisseia espiritual". Renée Weber

PORTANTO, CONVERGIR E INTEGRAR TUDO - TUDO MESMO! NAS TRÊS DIMENSÕES:ESPIRITUAL-SOCIAL-ECOLÓGICO

O cientista (psicólogo e reitor da Universidade Holística - UNIPAZ) PIERRE WEIL (1989) aponta os seguintes elementos para a falta de convergência e integração da consciência humana em geral: "A filosofia afastou-se da tradição, a ciência abandonou a filosofia; nesse movimento, a sabedoria dissociou-se do amor e a razão deixou a sabedoria, divorciando-se do coração que ela já não escuta. A ciência tornou-se tecnologia fria, sem nenhuma ética. É essa a mentalidade que rege nossas escolas e universidades"(p.35).

"Se um dia tiver que escolher entre o mundo e o amor...Lembre-se: se escolher o mundo ficará sem o amor, mas se escolher o amor, com ele conquistará o mundo" Albert Einstein

domingo, 23 de junho de 2013



A EDUCAÇÃO ONDE TODOS SOMOS NÓS, EU, TU E ELES UNOS (SEM PARTIDO)

Uma educação moderna se realiza com um compromisso de ação que contemple uma pluralidade de objetivos, metas e anseios acadêmicos, culturais, políticos, sociais e éticos. Nesse sentido, a construção, preservação e manutenção de seu patrimônio tangível e intangível se realiza através de um conjunto integrado estratégico de planejamentos, organizações, programações, ações e valores coordenados de modo coletivo e participativo. No mundo dinâmico e veloz em que vivemos o conhecimento se recicla em períodos cada vez mais curtos. Novas abordagens, novas visões, novas descobertas, novos atores surgem como forças propulsoras em busca de novos limites que separam mundos, verdades e paradigmas. A universidade tem um papel importante na identificação desses limites, na aproximação gradativa com o essencial que se manifesta subjacente ao aparente ou visível racional.
Nesse contexto, faz-se necessário desenvolver nos campus da universidade a curiosidade e o prazer pela inovação na descoberta de novos rumos e visões que respeitem a pluralidade da vida e a unidade das leis que regem o princípio da força criadora comum em todos. E para que isso ocorra, a universidade precisa adquirir a força coletiva de mudança e construção de novas respostas aos mega-problemas naturais e sociais. Inserida num mundo de desafios ela tem o seu próprio desafio de se superar na vivência e convivência de seus atores que também se questionam sobre a sua própria capacidade de construir e desconstruir modelos contribuindo assim na formação de diversos significados da realidade interpretados pelos olhos da academia.
Uma universidade viva é de todos porque ela é a criação de todos no objetivo maior de fazer acontecer e transcender a cada um de seus atores envolvidos. Faz-se necessário, portanto, estabelecer critérios, planos, processos, projetos comuns e solidários. É na força da união de seus membros que a universidade se ergue e socializa o que há de mais notável em seu projeto: a humanidade dos símbolos e dos encontros refletidos nos seus gestos, princípios e verdades! A universidade é a humanidade vista por ângulos humanos diferentes com seus inúmeros pontos de vista da consciência que se movimenta e se busca incessantemente autodescobrir. Daí a importância de se criar mecanismos inteligentes que tenham o poder de inclusão de cada membro na construção permanente de visões diferenciadas mas complementares entre si.
Uma universidade assim tem por base a força da inclusão sem destruição, ou seja, é verdadeiramente crítica e inteligente. Isto porque eleva o homem em sua condição de caminhante na eterna trajetória e escalada da sabedoria maior – cósmica!
Mas, para que ela cumpra o seu papel formador ético, social e humano, faz-se necessário um plano diretor constituído em três eixos a saber: o tecnológico, o científico e o político. O eixo tecnológico diz respeito as tecnologias em seus dois modos de transformação: social e industrial. O científico como princípio e método de construção de um conhecimento sistematizado e organizado. E o político como uma práxis que convida a todos a discutirem e buscarem espaços comuns e públicos das verdades humanas particulares. Assim sendo, a educação deve ser indissociável em seus três modos de constituição de sua estrutura: o ensino, a pesquisa e a extensão. O ensino responsável pela tarefa de transformar e elevar o nível de conhecimento entre dois pólos de comunicação e aprendizado: o mestre e o discípulo, o conhecimento e o autoconhecimento. A pesquisa como princípio da investigação que não se contenta em apenas responder a uma dada questão, mas antes de tudo de questionar a própria investigação do princípio da investigação: a formação da consciência de si da própria consciência! E por último a extensão como ponte que se coloca entre os mundos externo e interno da ciência; o saber e a solidariedade;  a visão e o mundo; a práxis e a teoria; a academia e a sociedade.
A educação superior em síntese é a pluralidade, interdisciplinariedade, intencionalidade, transversalidade de conhecimentos, idéias, pensamentos, concepções, teorias, filosofias na busca de construção de novos modelos de explicação para o mundo aparente das coisas, dos acontecimentos, dos fatos, das verdades, dos fenômenos que desafiam o ser humano a voltar-se sobre si próprio e descobrir-se como ser criador de realidades multidimensionais e essenciais. O cenário da educação atual exige uma intensa busca e interação com novos saberes, culturas e modos de ver o mundo adequado ao espaço e tempo contemporâneo: homem digital, vida ecológica, ecossistema, efeito estufa, aquecimento global, globalização econômica, mudanças geopolíticas, conflitos religiosos e étnicos, doenças, crises sociais etc.
A educação moderna precisa perceber que o mundo moderno carece de uma base ética cósmica universal. A ciência e a religião pouco poderão fazer se não houver um fundamento ético cósmico que sustente a visão de mundo desse homem utilitário e insensível. E daí a importância de se produzir autoconhecimento na busca incessante de atender ao chamado sagrado para se compartilhar o pão da vida e a interpretar a lei do Espírito. A política partidária, dos dias de hoje, carece dessa conduta nobre e ética. O que vemos é uma classe política partidária que está mais preocupada em seguir as regras e os mandamentos ideológicos dos seus partidos políticos do que de fato compreender filosoficamente a razão que motiva os homens a competirem e a lutarem entre si.
O mundo moderno vive atualmente a euforia do progresso da produção acelerada e do consumo material descartável. Mas, uma análise mais cuidadosa nos mostrará que existe um limite natural que é o esgotamento da energia primária (petróleo, gás, álcool, força da água, carvão etc.), devido principalmente  ao esgotamento dos recursos naturais do planeta. Pois, 1/3 do planeta está em processo de desertificação, outro terço está cultivado e o terceiro terço em vias de ser cultivado. Assim, partindo dessa premissa e levando em consideração que do século XIX (1800) para cá a população mundial foi multiplicada por seis vezes (de 1 bilhão para 6 bilhões de indivíduos!), podemos inferir que os recursos naturais estão diminuindo enquanto a população mundial está aumentando.
A qualidade de vida para todos depende de um pacto global partindo de uma conduta ecológica e humanista onde os ricos cedam para que os pobres possam usufruir do mínimo necessário. E além disso, os pobres não poderão desejar os níveis de consumo dos ricos, pois como já foi visto anteriormente a própria terra é o limite da expansão do consumo e produção igual para todos. Isto porque, se adotarmos o modelo norte-americano de produção e consumo para todos os países precisaríamos, segundo os especialistas, de duas terras e meia para satisfazer a necessidade de todos. Por isso, uma consciência política (não-partidária), participativa e inteligente deve nortear as ações do poder público e da universidade pública.
Nesse sentido, a questão social e política deve transcender a velha dicotomia: capitalismo x socialismo. Ela precisará se basear em parâmetros éticos, filosóficos e humanistas. A educação de qualidade para todos é fundamental – em todos os níveis básico, fundamental, médio e superior! - onde deve-se buscar uma formação sólida e holística no sentido de esclarecer o ser humano sobre o seu papel no mundo, na sociedade em que vive e no cosmo em que existe. Assim, o desafio da universidade moderna se torna presente porque saber significa também ir além do estabelecido, do conhecido, do vivido, do percebido e do passado. Isso implica dizer, que cada um deve descobrir, no presente – no agora, a sua missão e o seu dom respeitando os limites da vida e percebendo que não veio ao mundo por acaso mas para construir com exemplo de vida uma história, um sentido sagrado para a existência humana.
E a nossa universidade pode nos propiciar um salto de compreensão nesse sentido. Mas, para tanto temos que largar e deixar de lado velhos paradigmas e desta forma construirmos uma nova universidade sem a visão partidária anacrônica.

Prof. Bernardo Melgaço da Silva

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