porque convergimos e integramos com AMOR, VERDADE, RETIDÃO, PAZ E NÃO-VIOLÊNCIA

dedicamos este espaço a todos que estão na busca de agregar idéias sobre a condição humana no mundo contemporâneo, através de uma perspectiva holística, cujos saberes oriundos da filosofia, ciência e espiritualidade nunca são divergentes; pelo contrário exige-nos uma postura convergente àquilo que nos move ao conhecimento do homem e das coisas.
Acredito que quanto mais profundos estivermos em nossas buscas de respostas da consciência melhor será para alcançarmos níveis de entendimento de quem somos nós e qual o propósito que precisaremos dar as nossas consciências e energias objetivas e sutis para se cumprir o projeto de realização holística, feliz, transcendente, consciente e Amorosa.

"Trata-se do sentido da unidade das coisas: homem e natureza, consciência e matéria, interioridade e exterioridade, sujeito e objeto; em suma, a percepção de que tudo isso pode ser reconciliado. Na verdade, nunca aceitei sua separatividade, e minha vida - particular e profissional - foi dedicada a explorar sua unidade numa odisseia espiritual". Renée Weber

PORTANTO, CONVERGIR E INTEGRAR TUDO - TUDO MESMO! NAS TRÊS DIMENSÕES:ESPIRITUAL-SOCIAL-ECOLÓGICO

O cientista (psicólogo e reitor da Universidade Holística - UNIPAZ) PIERRE WEIL (1989) aponta os seguintes elementos para a falta de convergência e integração da consciência humana em geral: "A filosofia afastou-se da tradição, a ciência abandonou a filosofia; nesse movimento, a sabedoria dissociou-se do amor e a razão deixou a sabedoria, divorciando-se do coração que ela já não escuta. A ciência tornou-se tecnologia fria, sem nenhuma ética. É essa a mentalidade que rege nossas escolas e universidades"(p.35).

"Se um dia tiver que escolher entre o mundo e o amor...Lembre-se: se escolher o mundo ficará sem o amor, mas se escolher o amor, com ele conquistará o mundo" Albert Einstein

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

TUDO QUE NECESSITAMOS É AMOR: MINHAS EXPERIÊNCIAS ACADÊMICAS ENTRE 1988 E 1992



TUDO QUE NECESSITAMOS É AMOR: MINHAS EXPERIÊNCIAS ACADÊMICAS ENTRE 1988 E 1992


(número 10... CAP.4 parte III  PRINCÍPIOS E VERDADES – A LEITURA DOS PRINCÍPIOS ....obs.: Prezados leitores quem quiser continuar acompanhar a série TUDO QUE NECESSITAMOS É AMOR: MINHAS EXPERIÊNCIAS ESPIRITUAIS INEXPLICÁVEIS E EXTRAORDINÁRIAS....por favor visite o site no  link  http://bernardomelgaco.blogspot.com.br/  .ou o site Educação Para o Terceiro Milênio  ver link... https://www.facebook.com/EducacaoParaOTerceiroMilenio
Obrigado... Namastê!
“Senhor, eu sei que Tu me Sondas...”
“Conhece-te a ti mesmo” – Sócrates (ver link...carta encíclica ”fé e razão” do Papa João Paulo II.. http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_15101998_fides-et-ratio_po.html)
“All you need is love” (Lennon/MaCartney)
"o problema humano é o mesmo do problema divino quando se consegue responder um então conseguimos responder o outro" Bernardo Melgaço da Silva
“O Humano e Deus são os dois lados da mesma moeda” Bernardo Melgaço da Silva

PRINCÍPIOS E VERDADES
O equilíbrio da existência humana se constrói no desenvolvimento pela pessoa de um trabalho integrador de percepção (busca), leitura (compreensão) e conversão (transformação) de sua sensibilidade. O  pouco desenvolvimento da sensibilidade metafísica  faz com que o homem forme sua visão do mundo limitada pelos "testes" empíricos de seus cinco sentidos e pelo conhecimento  proveniente  das  descobertas que consegue fazer com relação à energia circulante em seu entorno "natural". Sem o dominio do processo de vivência assegurado pela sensibilidade metafísica, o homem acaba estabelecendo a fronteira de um círculo vicioso de verdades tautológicas, que o protege perante um universo contraditório, estranho e "inimigo". Num  ato  instintivo,  procura  formar "seu" núcleo de verdades, para assim se assegurar da sobrevivência de si e de sua consciência. O limite que estabeleceu para si lhe veda a busca de outros processos "perigosos", desestabilizadores, que poderiam lhe permitir o acesso à sensibilidade metafísica. Preso em seu processo de conhecimento, forma a imagem do outro e da natureza que o cerca a partir desse conjunto de conhecimentos "defensivos", num auto-aprisionamento na cela da sua própria consciência. Nesse processo, o homem  produz cada vez mais conhecimentos objetivos e operativos. Em contrapartida  sua compreensão fica restrita ao universo físico sujeito ao "teste" empírico.
 "O processo atual de produção, com o aparato sofisticado de suas técnicas subliminares, teria de envolver igualmente muitas de nossas crenças em linha paralela a esse atual processo.
 Ao acreditarmos firmemente em certas coisas, há muito do trabalho subliminar e inconsciente dessas técnicas, a fazer o homem comum dirigir grande parte de suas opiniões e de suas crenças pelo que vê, ouve ou lê, num amplo condicionamento dos meios auditivos e visuais de comunicação" (MORAIS, 1971,p.141).

            O crescimento exponencial desses conhecimentos resulta em angústia, na medida em que eles por si mesmos, não têm a possibilidade de abrir as "portas" de acesso ao equilíbrio espiritual. Isso pressupõe  uma sabedoria enraizada na sensibilidade metafísica.  O dualismo dinâmico criada entre as verdades objetivas e operacionais, excludentes de princípios metafísicos empurra o homem continuamente para novas descobertas e transformações, num  permanente estado de tenso desequilíbrio. O processo de produção de conhecimento traz em si a marca desse dinamismo, transcorrendo em indissociavel vinculação com complexos aparatos técnicos. Vejamos o que diz o grupo dos NEURÓTICOS ANÔNIMOS (1984):
  "A doença emocional é doença espiritual. Essa afirmação se baseia em nossa experiência e em nossas observações. Quando estávamos emocionalmente doentes, estávamos de fato, espiritualmente doentes. Antes que voçê interrompa a leitura e saia correndo, pedimos-lhe que considere o seguinte: uma definição de "espiritual" é: "que diz respeito a pensamentos e emoções". Indubitavelmente, estávamos doentes em nossos pensamentos e emoções. Não lhe pedimos que dê um significado sobrenatural a "espiritual", embora para muitos de nós tal significado realmente se aplique (P.27).

            Continuemos a analisar as declarações dos N.A.:
 "Nós que já passamos pelas profundezas do desepero emocional e do sofrimento, e que conseguimos recuperar-nos, declaramos que a doença que tivemos, denominada doença mental e emocional, é na realidade uma enfermidade da alma. De fato, já sabíamos disso, mesmo quando estávamos doentes. Muitas, muitas vezes mesmo, dizíamos: "Minha alma está sofrendo". Ainda ouvimos pessoas que sofrem dizer-nos: "Minha alma está doente", "Minha alma está torturada", etc. Por estranho que pareça, mesmo ateus e agnósticos fazem afirmações desse tipo.
  A forma pela qual essa "alma" é definida não importa. Ninguém é obrigado a pressupor uma alma imortal. Acreditamos que o uso da palavra "alma" pelas pessoas que sofrem diz respeito àquela parte do indivíduo que é o conhecimento consciente de sí mesmo, sua sensação de existir, sua essência íntima,  que não é sinônimo de "mente" e que é sobretudo independente do corpo.
[...] Atribuímos esses sentimentos à "alma" porque eles representam aqueles valores que dizem respeito à vida moral, ao amor e à vida em harmonia com os nossos semelhantes. Conhecíamos as virtudes sociais, sabíamos como agir, mas não as sentíamos. Sentíamos-nos perdidos sós junto aos nossos semelhantes, muito embora nossas maneiras pudessem ter sido impecáveis.
 Também não fomos capazes de sarar por meio do pensamento racional. O pensamento racional simplesmente não afetou nossas emoções desordenadas" (pp.30-31) 

            Recentemente a revista VEJA (nº 46 - NOV. DE 1990) apresentou para o grande público como as descobertas feitas pela ciência já provocam um movimento nos meios científicos no sentido de reformular o conceito de inteligência. Diversos cientistas pesquisadores do cérebro humano já perceberam que uma das partes do cérebro responde a estímulos mais sensíveis do que a outra. Esta parte mais sensível está associada à intuição. Assim comenta a revista :

  "Há exemplos na vida prática de como fazer a ginástica cerebral proposta por Le Poncin . Um matemático que se dedique à pintura  vai utilizar uma área nova de seu cérebro que provavelmente, ficaria preguiçosa sem esse novo estímulo. Se ele ainda for uma pessoa que goste de esportes e começar a nadar seguindo à risca algum estilo que o obrigue a aprender uma postura corporal nova, estará dando uma terceira carga positiva ao cérebro. Ele acabará estimulando as duas atividades originais, à matemàtica e a pintura. Os  pesquisadores acreditam que isso ocorre porque os neurônios, mesmo os envolvidos em funções completamente  distintas , conversam muito entre si e, como se houvesse  uma saudável competição , sentem-se emulados quando áreas contíguas do cérebro mostram algum progresso especial. Le Poncin aconselha os nadadores a aprender matemática, os matemáticos a pintar , os pintores a aprender música e os músicos a escrever poemas" (p.66).

            A "ciência oficial" se apóia no dualismo cartesiano, não conseguindo ainda perceber que o "Discurso sobre o método"  abarca  dois métodos: produto-racional e processo-intuitivo. Para percebermos o "segundo método" faz-se necessária a sensibilidade metafísica. Podemos ter um vestígio de sua presença na  seguinte  declaração do autor (DESCARTES, 1935):
  "tomei a resolução de estudar em mim mesmo [...] Minha terceira máxima consistia em procurar sempre vencer antes a mim do que a fortuna, em mudar antes os meus desejos do que a ordem do mundo"(pp.18-36).

            Sabemos realmente o que significa "estudar em mim mesmo"? Descartes estava desenvolvendo sua sensibilidade a partir da ativação de alguns princípios, mediante desenvolvimento de um processo de vivência.
            O "segundo método" depende de um trabalho de (auto)confiança na percepção dos nossos próprios pensamentos e sentimentos. Se desenvolvo a sensibilidade certamente adquiro novos conhecimentos, mas a recíproca não é verdadeira. Não perceber isso é uma das principais dificuldades do pensamento ocidental moderno que gira cumulativamente num mesmo plano da espiral. A  própria crença de que o acúmulo quantitativo de conhecimento  é sinal de evolução impede um questionamento mais profundo da realidade. O conhecimento pode ser resultado ou produto da evolução, mas nunca a evolução própriamente dita, que pressupõe "saltos qualitativos" em nossa própria estrutura. Os "saltos" exigem sensibilidade para uma percepção e realização. A minha existência é real, mas a realidade é o conjunto de percepções que eu formei a respeito de mim e da natureza que me cerca. Mas essa realidade pode se impor ao nosso eu (real), nos levando como um "barco de papel" num rio caudaloso.       
            O processo de aprendizagem de princípios se dá através de uma "iniciação", que opera uma sensibilização dos mecanismos sensoriais, cognitivos e emocionais. A criança aprende mediante exercícios de sensibilização dos mecanismos sensoriais, os quais se apóiam nos cinco sentidos, elementos de captação das energias que circulam entre o homem e a natureza física. A leitura lógico-formal de nossa educação nos induz a uma padronização da percepção. Mas o processo de leitura é muito mais amplo do que podemos de início imaginar. Vejamos o que diz MORAIS (1971):
  "O homem chamado primitivo, o índio, por exemplo, pode ao encostar o ouvido no terreno, escutar tropéis ou simplesmente pisadas a grande distância; ouvir sons, ruídos, cheiros ou despertar, num abrir e fechar de olhos, para perigos inesperados, revelando, assim, uma acuidade sensorial que a tecnologia diminuiu imensamente. Um aguçamento da sensorialidade, capaz de captar, de modo direto, o mundo ou as coisas em tôrno, em tipos de sabedoria infinitamente menos escudadas nos aparatos da técnica, faz pensar neste contraditório fenômeno: à proporção que evoluímos tecnicamente e aumentamos, de maneira notável, o nosso poder sobre o mundo, perdemos porém as formas de contato direto conosco mesmos ou com as coisas em torno de nós. Ganhamos um domínio para fora, através de instrumentos cada vez mais sofisticados e reduzimos muitíssimo o poder de perscrutar diretamente o que se passa diante dos nossos olhos, dos nossos ouvidos, do nosso tato, do nosso paladar  ou do nosso olfato, sem falar nas percepções vindas através de outras vias menos convencionais e que tais aguçamentos da sensorialidade evidentemente sugerem" (p.151).   

            Ao buscarmos compreender a realidade a partir de uma única direção estamos correndo atrás de algo desconhecido que está por detrás  daquilo que estamos descobrindo. Assim, esse "algo" se torna  "invísivel" para a percepção de nossa sensibilidade física. Para percebermos esse "algo" invisível necessitamos alterar o nosso processo de percepção física.
            Sabemos pelos conhecimentos gerenciais que o processo de comunicação numa empresa ocorre em três níveis: o estratégico, o tático e o operacional. O primeiro é o topo da administração, o segundo o meio e o terceiro a base. A comunicação eficaz entre esses três níveis é a meta de qualquer empresa. O nível estratégico precisa ler (compreender) o nível tático e este ler o operacional. O objetivo destas leituras é  alcançar a estabilidade lógica do processo produtivo. Para que a leitura do nível estratégico seja eficaz se torna imprescindível que o nível tático faça uma leitura correta do nível operacional. Qualquer desequilíbrio no nível operacional se reflete em movimentos de reequilibração nos níveis superiores. Analogamente, o homem também apresenta um processo de leitura e equilíbrio. O nível estratégico da empresa corresponde ao nível ontológico, o nível tático ao psicológico e o nível operacional ao físiológico. O processo cristalizado de ensino formal padroniza a prática da leitura psicológica da realidade. Quando tentamos registrar uma leitura ontológica traduzimos um saber ontológico num saber psicológico. A leitura psicológia é criada pela experiência dos sentidos objetivos, enquanto a leitura ontológica é inata e individual nos individuos pessoais. A visão do mundo objetivo, por força do impedimento de conversão (de uma linguagem inferior para uma linguagem superior), é mantida "cristalizada" numa linguagem psicológica.  Mas o processo cristalizado da leitura psicológica impede de desenvolvermos ou retomarmos a leitura ontológica. Segundo JUNG (CLARET,1986):

 "A personalidade quer desenvolver-se a partir de suas condições inconscientes, e sentir-se viver enquanto totalidade, mas há, profundamente enraizada no homem, uma resistência a tudo o que lhe permitiria saber mais sobre si próprio. É a razão pela qual o desenvolvimento interior não segue de maneira nenhuma o progresso dos conhecimentos e das atividades externas" (p.73).
                       
                        A fig.4.2.4 mostra uma relação simplificada e esquemática dos níveis de comunicação na natureza humana.
 
  Fig.4.2.4 - o sentido de leitura e equilíbrio do homem 
            Como  se pode observar na figura 4.2.4, o processo transcorre no interior de uma estrutura hierarquizada. No caso da leitura ele se dá no sentido que vai do superior para o inferior. No caso da "equilibração" o sentido é o inverso. O modelo de leitura de programas "softwares" de computador pode  corresponder analogamente ao processo de leitura que descrevemos. Um computador possui diversos níveis de "softwares", estruturados de forma hierárquica, onde somente os níveis superiores lêem os níveis inferiores. Quanto a leitura psicológica da realidade assim pensava JUNG (apud CLARET, 1986):
 "Tudo quanto experiencio é psíquico. A própria dor física é uma imagem psíquica experimentada por mim; as minhas impressões sensoriais - apesar de me imporem um mundo de objetos impenetráveis que ocupam espaço - são imagens psíquicas; e só estas constituem a minha experiência imediata, pois são elas os únicos objetos imediatos da minha consciência. A minha psique chega até a transformar e falsificar a realidade, e fá-lo em tal escala que tenho de lançar mão de meios artificiais para determinar o que as coisas são independentemente de mim. Descubro assim que um som é uma vibração de ar de tal ou tal frequência, e que a cor é uma onda luminosa deste ou daquele comprimento. Na verdade, estamos de tal maneira envolvidos pelas imagens psíquicas que não podemos penetrar nada na essência das coisas que nos são externas. Todo o nosso conhecimento consiste no conteúdo da psique, o qual, sendo o único imediato, é superlativamente real. Eis,portanto, uma realidade que o psicólogo pode invocar: a realidade psíquica" (pp.61-62). 
 
            E quanto a leitura ontológica de sua realidade interior assim percebia também JUNG (apud CLARET, 1986):
 "Diante dos acontecimentos interiores, as outras lembranças empalidecem: viagens, relações humanas, ambiente. Muitos conheceram a história do nosso tempo e sobre ela escreveram: será melhor buscá-la em seus escritos, ou então ouvir o seu relato. A lembrança dos fatos exteriores de minha vida, em sua maior parte, esfumou-se em meu espírito ou então desapareceu. Mas os encontros com a outra realidade, o embate com o inconsciente, se impregnaram de maneira indelével em minha memória. Nessa região sempre houve abundância e riqueza; o restante ocupava o segundo plano.
 Assim também os seres tornaram-se para mim lembranças imperecíveis na medida em que seus nomes sempre estiveram inscritos no livro do meu destino: conhecê-los equivalia a um relembrar-me.
 Mesmo aquilo que em minha juventude, ou mais tarde, veio do exterior, ganhou importância, estava colocado sob o signo da vivência interior. Muito cedo cheguei a convicção de que as respostas e as soluções das complicações da vida não vêm do íntimo, isto quer dizer que pouco significam. As circunstâncias exteriores não podem substituir as de ordem interior. Eis porque minha vida foi pobre em acontecimentos exteriores. Não me estenderei sobre eles, pois isto me pareceria vazio e imponderável. Só posso compreender-me através das ocorrências interiores" (pp.14-16).

            A hierarquia da leitura e visão dos mundos interior e exterior, é apontada por JUNG nesta frase: "As circunstâncias exteriores não podem substituir as de ordem interior". A instabilidade num estado provoca uma releitura e ação corretiva do estado superior imediato. Existem, portanto, "valores" indicadores de estabilidade da sensibilidade. O "valor" normal de estabilidade tem como resposta os equilíbrios físico,  psiquíco e ôntico, percebidos através de reações tais como a paz, a serenidade, a felicidade, etc.
            O mundo moderno respira atualmente o sucesso da era da informatização. O computador mostra-se um verdadeiro auxiliar na tarefa de administrar , controlar e estabelecer um contínuo fluxo de informações no processo produtivo e organizacional da divisão do trabalho. Ele se instaura como o fiel da balança no equilíbrio das forças produtivas, onde a comunicação de dados cada vez mais veloz direciona o processo de desenvolvimento de tecnologias mais avançadas. Circuitos integrados (chips) contendo milhares de circuitos em espaços físicos cada vez menores dão a tônica do processo de miniaturização de componentes. Novos softwares (programas) mais complexos exigem lógicas de programação semelhantes à da memória humana. E os programas de Inteligência Artificial são as respostas para esta demanda.
            Os movimentos dos robôs estão exigindo tecnologias que  incorporem os movimentos  do homem. Assim como copiamos os  movimentos do homem. Da mesma forma buscamos copiar os sentidos, principalmente o tato e a visão. A evolução da máquina se realiza como a reprodução da natureza da "máquina-humana",com o homem criando e produzindo a máquina à sua imagem e semelhança.   
 "A partir dos mecanismos e dispositivos de relojoaria (século XIII), desenvolveu-se um automatismo de operações cada vez mais precisas, delicadas e diversificadas, constituindo cadeias que se anelam sobre si mesmas de modo reiterativo; assim chegamos aos autômatos  do século XVIII, que imitam de modo maravilhoso os gestos do comportamento animal e humano. Este automatismo relojoeiro desenvolveu-se nos mecanismos industriais, até aparecer um estágio novo de complexidade no automatismo maquinal: o estágio cibernético. A partir daí, um comando até então externo torna-se interno (programa) e organizador (ordenador), e o autômato cibernético começa a assemelhar-se ao ser vivo, já não pela aparência, como o autômato relojoeiro, mas pela organização do comportamento" (MORIN,1977,p.161).   

            A  importância que a mídia atribui ao computador em qualquer processo produtivo parece nos "cegar" para uma reflexão mais profunda. A idolatria direcionada para  as "qualidades" do computador tem produzido, no meio industrial, uma crença tal como: a máquina é "quase" perfeita e não tem os problemas e incertezas do "fator humano", devendo mesmo sempre que possível substituí-lo. Diante dos riscos dessa cegueira, torna-se urgente recuperar e manter desperta nossa capacidade de discernimento do que há de positivo e de negativo na informatização, diferenciando o que de positivo a máquina nos vem oferecer do que ela pode trazer de dependência ou desestruturação do lado sensível e psíquico do homem.
 "Precisamos enxergar bem claro as degradações  produzidas na vida humana pelo processo  tecnológico, ao lado de suas conquistas  inestimáveis. Sem isso, perdemos o completo sentido  mais essencial da liberdade e veremos, como no  inferno de Dante, dizeres a indicar que perdida é  para nós toda a esperança, nas fronteiras  demoníacas do esgotamento total do ser humano"  (MORAIS, 1971, p.242).       

  Temos realmente capacidade para avaliar os aspectos  "positivos" e "negativos" do que representa a incursão das  máquinas em nossas vidas? Podemos responder a esta pergunta se  ainda não conhecemos o que é o homem? O homem é o que pensamos e  conhecemos  dele,  ou é "algo" superior até mesmo ao que pensamos e ao que conhecemos? O pensamento pode responder por si mesmo o que está além dele?
            Responder a essas perguntas é reconhecer o lugar da  sensibilidade no esforço de "equilibração" existencial  (ontológica) do homem, e ver no conhecimento uma resposta a esse esforço de equilíbrio. O caminho que escolhemos é um caminho incerto e perigoso, pois o poder da máquina, sem o desenvolvimento  da sensibilidade do homem, é uma faca de dois gumes. Não  em  decorrência de qualquer imaginário poder maligno da máquina em si, mas principalmente devido à real ignorância humana a respeito dos efeitos do seu poder de utilizar artefatos em seus impactos sobre a sociedade e a natureza. O homem que produz micro-computadores não é tão diferente, em termos de sensibilidade, daquele que produzia lanças e espadas. Continuamos  aperfeiçoando  nossas armas de defesa das ilusões que criamos em relação a nós mesmos. SOLZHENITSYN (1972) assim analisa as leituras distorcidas que a  humanidade está realizando nesse século XX:          
 "Nosso século XX já provou ser o mais cruel dos séculos que o precederam, e em seus primeiros cinqüenta anos não apagou todos os seus horrores. Nosso mundo está rasgado em pedaços pelas mesmas velhas emoções da idade das cavernas, a ganância, a inveja, a falta de controle, a hostilidade recíproca, que simplesmente se ocultam atrás de apelidos respeitáveis, tais como lutas de classe, conflitos raciais, lutas de massas, reivindicações sindicais. A primitiva recusa de aceitar um acordo foi transformada num princípio teórico, e considerada a virtude da ortodoxia. Isso redunda em milhões sacrificados em guerras civis sem-fim, e continua martelando nossos espíritos com o afirmação de que o conceito universal e imutável de bondade e justiça não existe, que todos eles flutuam e se transformam. Daí o princípio - faça sempre o que é mais proveitoso para o seu próprio partido. Qualquer grupo profissional, tão logo perceba a conveniente oportunidade de arrancar um pedaço, mesmo que seja supérfluo ou não-merecido, vai e o arranca na mesma hora, pouco se importando se com isso toda a sociedade desmorona. Visto de fora, o volume das convulsões da sociedade ocidental está no ponto além do qual o sistema se torna metastático e está fadado a cair" (p.57-58).
 
            A máquina é importante  auxiliadora do homem. Mas nossos   esforços  para  compreender a realidade através da máquina podem levar a sociedade a uma neurose coletiva. A sensibilidade  quantitativa e "maquinal" não corresponde à sensibilidade integral  do homem. O risco está na exaltação unilateral da sensibilidade maquinal. Pode a máquina substituir a sensibilidade metafísica do  homem? 
            Se o homem investe unilateralmente, só cuidando do  desenvolvimento da sensibilidade da  máquina, ele acaba se  desequilibrando, o que gera uma hipertrofia do sistema maquinal. A integração dos conhecimentos depende de percebermos que existe um  salto "dentro" do próprio processo de criação de pensamento e sentimento: um espaço "sutil", cuja detecção requer uma sensibilidade que nenhuma máquina poderá substituir. Assim falou ZARATUSTRA (apud CLARET, 1985): 
 "O homem é uma corda, atada  entre o  animal e o  além-do-homem - uma corda sobre um abismo.   
 
 Perigosa travessia, perigoso o caminho, perigoso  olhar-para-trás, perigoso arrepiar-se e parar. 
 
 O que é grande no homem, é que ele é uma ponte e  não um fim: o que pode ser amado no homem, é que  ele é um passar e um sucumbir (p.90)".     
 
            Essa visão da "ponte" é a grande descoberta que o homem  precisa realizar para compreender o mistério de sua existência e do seu Criador. É uma tarefa que exigirá  dele fé e vontade  para  reinterpretar todo o conhecimento que ele mesmo gerou. A máquina  precisa ser amiga do homem, mas, antes disso, o homem precisa ser amigo dele mesmo.              
            A leitura que de um modo geral está se fazendo é de que a  máquina ajudaria o  homem em sua busca de um melhor caminho do  conforto e da felicidade. Com maior "tempo" de lazer o homem  poderia ser mais feliz. Está na hora de nós pararmos para uma  reflexão e questionarmos se através desse caminho tornamo-nos  realmente felizes. Quando o homem transfere para máquina o  desenvolvimento de sua sensibilidade metafísica direta, ele  reforça cada vez mais a sua dificuldade de realizar uma leitura  holística da realidade. Uma leitura cuja realização depende de um equilíbrio da sensibilidade humana, incompatível com a situação de  dependência do crescimento incontrolado da sensibilidade maquinal.  Devido a falta de "exercícios" para o desenvolvimento da sensibilidade integral, tornamo-nos incapazes de realizar uma  leitura ontológica (metafísica) dos impactos da utilização da  máquina em nossas vidas. MORAIS (1971) assim comenta:     
"O fenômeno essencial, porém que não está sendo  visto, e muito menos analisado sistematicamente pelos pensadores, é o de como a fusão do tempo com  o espaço, através das técnicas elétricas de  comunicação, fazendo os mesmos fatos presentes, do  mesmo modo, em todos lugares, possui uma dupla e  essencial característica, nos países dos centros tecnológicos, tendendo a homogeneizar tudo, cada  vez mais, e nos países da periferia criando uma  estranha heterodoxia ou associacão de valores e até  de tempos, coetâneamente presentes na mesma pessoa  ou geração" (p.58).          
  
            Complementando o pensamento de MORAIS temos:    
    "Quando a onda sonora do rádio ou a imagem através  do cinema e da televisão, além dos efeitos gráficos  de jornais e revistas chegaram até nós, não apenas  incorporamos essas impressões, porém ao mesmo tempo  toda uma visão de mundo, inclusive ética. As  técnicas elétricas, então, tornando simultâneamente  a presença, em toda parte, dos seus apelos,  provocam a esse respeito, nos povos periféricos,  repercussões especiais: envolvem também  simultâneamente, com a velocidade instantânea  desses processos elétricos, a mente mesma das áreas  inclusive de pobreza, através de valores em  desconexão inevitável com essas áreas. Isso  precisamente pela interpenatração profunda de  valores que provocam, misturam e confundem  igualmente aspirações de grupos, classe, status e  profissões" (p.210).       
  
            A linguagem tanto dos místicos como dos físicos nucleares tem  raízes fincadas no paradoxo. Como compreender estes enunciados que  de imediato nos levam a uma contradição? O paradoxo é indicativo  da existência de um "abismo" ôntico que separa nossas verdades dos  princípios, as  experiências das vivências, o real da realidade, o  intrínseco do extrínseco, o homem de Deus.      
            Vivemos a cada instante  de  nossas vidas lendo, sem nos  darmos conta de qual processo de leitura estamos seguindo. Somente  conseguimos ler aquilo em que previamente nos exercitamos para  ler. E somente conhecemos aquilo que conseguimos ler. O problema  central do processo de produção de conhecimento está ligado ao  treinamento do processo de leitura que executamos para os  diferentes níveis de manifestação dos princípios. Cada nível de  manifestação dos princípios corresponde a um determinado nível de  sensibilidade para leitura. Em função disso, a transmissão do  saber depende de intuirmos[1] quem será o receptor e qual seu  nível de sensibilidade para leitura da mensagem. Isso porque a  compreensão depende fundamentalmente da vivência e da experiência  nos diversos graus e naturezas dos processos de leituras.  A  questão é muito complexa se considerarmos que a palavra (ou  conceito) somente está ligada ao conteúdo quando  vivenciamos o  conteúdo. A palavra em si não nos leva diretamente ao conteúdo que representa. A palavra "água" não é molhada. O exemplo é muito  simples mas representa bem a ponte necessária da vivência.  
    Senhor, Eu sei que Tu me Sondas (música religiosa brasileira http://letras.mus.br/padre-marcelo-rossi/66350/ ). Bonita!!!!!!!!!!!!!!!!!
Senhor,
Eu sei que tu me sondas
Sei também que me conheces
Se me assento ou me levanto
Conheces meus pensamentos
Quer deitado ou quer andando
Sabes todos os meus passos
E antes que haja em mim palavras
Sei que em tudo me conheces
Senhor, eu sei que tu me sondas (4 vezes) Refrão
Deus, tu me cercaste em volta
Tuas mãos em mim repousam
Tal ciência, é grandiosa
Não alcanço de tão alta
Se eu subo até o céu
Sei que ali também te encontro
Se no abismo está minh'alma
Sei que aí também me amas
Senhor, eu sei que tu me sondas (4 vezes) Refrão
Senhor, eu sei que tu me amas (4 vezes) Refrão
Sugiro que assistam seis vídeos na Internet: “Quem somos nós? (baseado na física quântica...ver link http://www.youtube.com/watch?v=WDXFRvbe2VY)”, “I AM” (Sobre Tom Shadyac) , “As Sete leis Espirituais do Sucesso – de Deepak Chopra”, “O Ponto de Mutação – baseado no livro de Fritjof Capra ”, “Conversando com Deus” – baseado no livro publicado por Neale Donald Walsch ... Conversando com Deus (título original em inglês: Conversations with God) é uma série de três livros publicada por Neale Donald Walsch, que afirma ter sido inspirado diretamente por Deus em seus escritos. Cada livro é escrito como um diálogo no qual Walsch faz perguntas e "Deus" as responde. Walsch afirma ainda que não se trata de canalizações, mas de inspirações divinas. Em 2006, um filme foi lançado sobre a história do autor e seus livros... Ver link http://pt.wikipedia.org/wiki/Conversando_com_Deus), “A Unidade das Religiões: O Amor Universal – no site da Organização Sri Sathya Sai Baba do Brasil”.
Livros recomendados: “Mãos de Luz – de Barbara Ann Brennan, editora Pensamento”, “Medicina Vibracional – de Richard Gerber, editora Cultrix”, “Seu EU Sagrado – Dr. Wayne Dyer, Editora Nova Era”, “O Fluir do Amor Divino: Prema Vahini – Publicado por: Fundação Bhagavan Sri Sathya Sai Baba do Brasil”.
Namastê!
Prof. Bernardo Melgaço da Silva – pensador livre holístico-transcendental: filósofo (praticante), cientista e espiritualista – Professor Universitário Aposentado da URCA (Universidade Regional do Cariri –CE).
Facebook: Bernardo Melgaço da Silva/ Educação Para o Terceiro Milênio
bernardomelgaco.blogspot.com
Nota: Em 1992 e 1998 fiz dois trabalhos científicos: dissertação de mestrado e tese de doutorado respectivamente. E nesses dois trabalhos, que tem uma cópia de cada um na Universidade Federal do Rio de Janeiro (na biblioteca do Cento de Tecnologia –CT  - Universidade Federal do Rio de Janeiro - Brasil), procurei mostrar (“explicar cientificamente”) o Caminho do Amor Divino que fiz em 1988. E quem desejar uma cópia dos meus trabalhos científicos envie um e-mail (eu tenho eles no formato Word) para mim, pois terei o maior prazer do mundo de compartilhar minhas pesquisas acadêmicas na UFRJ/COPPE. Namastê...obrigado!


[1]JESUS CRISTO chegou a afirmar : "Dê a Cézar o que é de
  Cézar"

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