TUDO QUE NECESSITAMOS É AMOR: MINHAS EXPERIÊNCIAS ACADÊMICAS
ENTRE 1988 E 1992
(número 10...
CAP.4 parte III PRINCÍPIOS
E VERDADES – A LEITURA DOS PRINCÍPIOS ....obs.:
Prezados leitores quem quiser continuar acompanhar a série TUDO QUE
NECESSITAMOS É AMOR: MINHAS EXPERIÊNCIAS ESPIRITUAIS INEXPLICÁVEIS E
EXTRAORDINÁRIAS....por favor visite o site no
link http://bernardomelgaco.blogspot.com.br/ .ou o site
Educação Para o Terceiro Milênio ver
link... https://www.facebook.com/EducacaoParaOTerceiroMilenio
Obrigado... Namastê!
“Senhor,
eu sei que Tu me Sondas...”
“Conhece-te a ti mesmo” – Sócrates
(ver link...carta encíclica ”fé e razão” do Papa João Paulo II..
http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_15101998_fides-et-ratio_po.html)
“All you
need is love” (Lennon/MaCartney)
"o
problema humano é o mesmo do problema divino quando se consegue responder um
então conseguimos responder o outro" Bernardo Melgaço da Silva
“O Humano e
Deus são os dois lados da mesma moeda” Bernardo Melgaço da Silva
PRINCÍPIOS E VERDADES
O
equilíbrio da existência humana se constrói no desenvolvimento pela pessoa de
um trabalho integrador de percepção (busca), leitura (compreensão) e conversão
(transformação) de sua sensibilidade. O
pouco desenvolvimento da sensibilidade metafísica faz com que o homem forme sua visão do mundo
limitada pelos "testes" empíricos de seus cinco sentidos e pelo
conhecimento proveniente das
descobertas que consegue fazer com relação à energia circulante em seu
entorno "natural". Sem o dominio do processo de vivência assegurado
pela sensibilidade metafísica, o homem acaba estabelecendo a fronteira de um
círculo vicioso de verdades tautológicas, que o protege perante um universo
contraditório, estranho e "inimigo". Num ato
instintivo, procura formar "seu" núcleo de verdades,
para assim se assegurar da sobrevivência de si e de sua consciência. O limite
que estabeleceu para si lhe veda a busca de outros processos
"perigosos", desestabilizadores, que poderiam lhe permitir o acesso à
sensibilidade metafísica. Preso em seu processo de conhecimento, forma a imagem
do outro e da natureza que o cerca a partir desse conjunto de conhecimentos
"defensivos", num auto-aprisionamento na cela da sua própria
consciência. Nesse processo, o homem
produz cada vez mais conhecimentos objetivos e operativos. Em
contrapartida sua compreensão fica
restrita ao universo físico sujeito ao "teste" empírico.
"O processo atual de produção, com o
aparato sofisticado de suas técnicas subliminares, teria de envolver igualmente
muitas de nossas crenças em linha paralela a esse atual processo.
Ao acreditarmos firmemente em certas coisas,
há muito do trabalho subliminar e inconsciente dessas técnicas, a fazer o homem
comum dirigir grande parte de suas opiniões e de suas crenças pelo que vê, ouve
ou lê, num amplo condicionamento dos meios auditivos e visuais de
comunicação" (MORAIS, 1971,p.141).
O
crescimento exponencial desses conhecimentos resulta em angústia, na medida em
que eles por si mesmos, não têm a possibilidade de abrir as "portas"
de acesso ao equilíbrio espiritual. Isso pressupõe uma sabedoria enraizada na sensibilidade
metafísica. O dualismo dinâmico criada
entre as verdades objetivas e operacionais, excludentes de princípios
metafísicos empurra o homem continuamente para novas descobertas e transformações,
num permanente estado de tenso
desequilíbrio. O processo de produção de conhecimento traz em si a marca desse
dinamismo, transcorrendo em indissociavel vinculação com complexos aparatos
técnicos. Vejamos o que diz o grupo dos NEURÓTICOS ANÔNIMOS (1984):
"A doença emocional é doença espiritual.
Essa afirmação se baseia em nossa experiência e em nossas observações. Quando
estávamos emocionalmente doentes, estávamos de fato, espiritualmente doentes.
Antes que voçê interrompa a leitura e saia correndo, pedimos-lhe que considere o
seguinte: uma definição de "espiritual" é: "que diz respeito a
pensamentos e emoções". Indubitavelmente, estávamos doentes em nossos
pensamentos e emoções. Não lhe pedimos que dê um significado sobrenatural a
"espiritual", embora para muitos de nós tal significado realmente se
aplique (P.27).
Continuemos
a analisar as declarações dos N.A.:
"Nós que já passamos pelas profundezas do
desepero emocional e do sofrimento, e que conseguimos recuperar-nos, declaramos
que a doença que tivemos, denominada doença mental e emocional, é na realidade
uma enfermidade da alma. De fato, já sabíamos disso, mesmo quando estávamos
doentes. Muitas, muitas vezes mesmo, dizíamos: "Minha alma está
sofrendo". Ainda ouvimos pessoas que sofrem dizer-nos: "Minha alma
está doente", "Minha alma está torturada", etc. Por estranho que
pareça, mesmo ateus e agnósticos fazem afirmações desse tipo.
A forma pela qual essa "alma" é
definida não importa. Ninguém é obrigado a pressupor uma alma imortal.
Acreditamos que o uso da palavra "alma" pelas pessoas que sofrem diz
respeito àquela parte do indivíduo que é o conhecimento consciente de sí mesmo,
sua sensação de existir, sua essência íntima,
que não é sinônimo de "mente" e que é sobretudo independente
do corpo.
[...] Atribuímos esses
sentimentos à "alma" porque eles representam aqueles valores que
dizem respeito à vida moral, ao amor e à vida em harmonia com os nossos
semelhantes. Conhecíamos as virtudes sociais, sabíamos como agir, mas não as
sentíamos. Sentíamos-nos perdidos sós junto aos nossos semelhantes, muito
embora nossas maneiras pudessem ter sido impecáveis.
Também não fomos capazes de sarar por meio do
pensamento racional. O pensamento racional simplesmente não afetou nossas
emoções desordenadas" (pp.30-31)
Recentemente
a revista VEJA (nº 46 - NOV. DE 1990) apresentou para o grande público como as
descobertas feitas pela ciência já provocam um movimento nos meios científicos
no sentido de reformular o conceito de inteligência. Diversos cientistas
pesquisadores do cérebro humano já perceberam que uma das partes do cérebro
responde a estímulos mais sensíveis do que a outra. Esta parte mais sensível
está associada à intuição. Assim comenta a revista :
"Há exemplos na vida prática de como
fazer a ginástica cerebral proposta por Le Poncin . Um matemático que se
dedique à pintura vai utilizar uma área
nova de seu cérebro que provavelmente, ficaria preguiçosa sem esse novo
estímulo. Se ele ainda for uma pessoa que goste de esportes e começar a nadar
seguindo à risca algum estilo que o obrigue a aprender uma postura corporal
nova, estará dando uma terceira carga positiva ao cérebro. Ele acabará
estimulando as duas atividades originais, à matemàtica e a pintura. Os pesquisadores acreditam que isso ocorre
porque os neurônios, mesmo os envolvidos em funções completamente distintas , conversam muito entre si e, como
se houvesse uma saudável competição ,
sentem-se emulados quando áreas contíguas do cérebro mostram algum progresso
especial. Le Poncin aconselha os nadadores a aprender matemática, os
matemáticos a pintar , os pintores a aprender música e os músicos a escrever
poemas" (p.66).
A
"ciência oficial" se apóia no dualismo cartesiano, não conseguindo
ainda perceber que o "Discurso sobre o método" abarca
dois métodos: produto-racional e processo-intuitivo. Para percebermos o
"segundo método" faz-se necessária a sensibilidade metafísica.
Podemos ter um vestígio de sua presença na
seguinte declaração do autor
(DESCARTES, 1935):
"tomei a resolução de estudar em mim mesmo
[...] Minha terceira máxima consistia em procurar sempre vencer antes a mim do
que a fortuna, em mudar antes os meus desejos do que a ordem do
mundo"(pp.18-36).
Sabemos
realmente o que significa "estudar em mim mesmo"? Descartes estava
desenvolvendo sua sensibilidade a partir da ativação de alguns princípios,
mediante desenvolvimento de um processo de vivência.
O
"segundo método" depende de um trabalho de (auto)confiança na
percepção dos nossos próprios pensamentos e sentimentos. Se desenvolvo a sensibilidade
certamente adquiro novos conhecimentos, mas a recíproca não é verdadeira. Não
perceber isso é uma das principais dificuldades do pensamento ocidental moderno
que gira cumulativamente num mesmo plano da espiral. A própria crença de que o acúmulo quantitativo
de conhecimento é sinal de evolução
impede um questionamento mais profundo da realidade. O conhecimento pode ser
resultado ou produto da evolução, mas nunca a evolução própriamente dita, que
pressupõe "saltos qualitativos" em nossa própria estrutura. Os
"saltos" exigem sensibilidade para uma percepção e realização. A
minha existência é real, mas a realidade é o conjunto de percepções que eu
formei a respeito de mim e da natureza que me cerca. Mas essa realidade pode se
impor ao nosso eu (real), nos levando como um "barco de papel" num
rio caudaloso.
O
processo de aprendizagem de princípios se dá através de uma "iniciação", que opera uma
sensibilização dos mecanismos sensoriais, cognitivos e emocionais. A criança
aprende mediante exercícios de sensibilização dos mecanismos sensoriais, os
quais se apóiam nos cinco sentidos, elementos de captação das energias que
circulam entre o homem e a natureza física. A leitura lógico-formal de nossa
educação nos induz a uma padronização da percepção. Mas o processo de leitura é
muito mais amplo do que podemos de início imaginar. Vejamos o que diz MORAIS
(1971):
"O homem chamado primitivo, o índio, por
exemplo, pode ao encostar o ouvido no terreno, escutar tropéis ou simplesmente
pisadas a grande distância; ouvir sons, ruídos, cheiros ou despertar, num abrir
e fechar de olhos, para perigos inesperados, revelando, assim, uma acuidade
sensorial que a tecnologia diminuiu imensamente. Um aguçamento da
sensorialidade, capaz de captar, de modo direto, o mundo ou as coisas em tôrno,
em tipos de sabedoria infinitamente menos escudadas nos aparatos da técnica,
faz pensar neste contraditório fenômeno: à proporção que evoluímos tecnicamente
e aumentamos, de maneira notável, o nosso poder sobre o mundo, perdemos porém
as formas de contato direto conosco mesmos ou com as coisas em torno de nós.
Ganhamos um domínio para fora, através de instrumentos cada vez mais
sofisticados e reduzimos muitíssimo o poder de perscrutar diretamente o que se
passa diante dos nossos olhos, dos nossos ouvidos, do nosso tato, do nosso
paladar ou do nosso olfato, sem falar
nas percepções vindas através de outras vias menos convencionais e que tais
aguçamentos da sensorialidade evidentemente sugerem" (p.151).
Ao
buscarmos compreender a realidade a partir de uma única direção estamos correndo atrás de algo desconhecido que
está por detrás daquilo que estamos
descobrindo. Assim, esse "algo" se torna "invísivel" para a percepção de
nossa sensibilidade física. Para percebermos esse "algo" invisível
necessitamos alterar o nosso processo de percepção física.
Sabemos
pelos conhecimentos gerenciais que o processo de comunicação numa empresa
ocorre em três níveis: o estratégico, o tático e o operacional. O primeiro é o
topo da administração, o segundo o meio e o terceiro a base. A comunicação
eficaz entre esses três níveis é a meta de qualquer empresa. O nível
estratégico precisa ler (compreender) o nível tático e este ler o operacional.
O objetivo destas leituras é alcançar a
estabilidade lógica do processo produtivo. Para que a leitura do nível
estratégico seja eficaz se torna imprescindível que o nível tático faça uma
leitura correta do nível operacional. Qualquer desequilíbrio no nível
operacional se reflete em movimentos de reequilibração nos níveis superiores.
Analogamente, o homem também apresenta um processo de leitura e equilíbrio. O
nível estratégico da empresa corresponde ao nível ontológico, o nível tático ao
psicológico e o nível operacional ao físiológico. O processo cristalizado de
ensino formal padroniza a prática da leitura psicológica da realidade. Quando
tentamos registrar uma leitura ontológica traduzimos um saber ontológico num
saber psicológico. A leitura psicológia é criada pela experiência dos sentidos
objetivos, enquanto a leitura ontológica é inata e individual nos individuos
pessoais. A visão do mundo objetivo, por força do impedimento de conversão (de
uma linguagem inferior para uma linguagem superior), é mantida
"cristalizada" numa linguagem psicológica. Mas o processo cristalizado da leitura
psicológica impede de desenvolvermos ou retomarmos a leitura ontológica.
Segundo JUNG (CLARET,1986):
"A personalidade quer desenvolver-se a
partir de suas condições inconscientes, e sentir-se viver enquanto totalidade,
mas há, profundamente enraizada no homem, uma resistência a tudo o que lhe
permitiria saber mais sobre si próprio. É a razão pela qual o desenvolvimento
interior não segue de maneira nenhuma o progresso dos conhecimentos e das
atividades externas" (p.73).
A fig.4.2.4 mostra uma
relação simplificada e esquemática dos níveis de comunicação na natureza
humana.
Fig.4.2.4 - o sentido de leitura e equilíbrio
do homem
Como se pode observar na figura 4.2.4, o processo
transcorre no interior de uma estrutura hierarquizada. No caso da leitura ele
se dá no sentido que vai do superior para o inferior. No caso da
"equilibração" o sentido é o inverso. O modelo de leitura de
programas "softwares" de computador pode corresponder analogamente ao processo de
leitura que descrevemos. Um computador possui diversos níveis de
"softwares", estruturados de forma hierárquica, onde somente os
níveis superiores lêem os níveis inferiores. Quanto a leitura psicológica da
realidade assim pensava JUNG (apud CLARET, 1986):
"Tudo quanto experiencio é psíquico. A
própria dor física é uma imagem psíquica experimentada por mim; as minhas
impressões sensoriais - apesar de me imporem um mundo de objetos impenetráveis
que ocupam espaço - são imagens psíquicas; e só estas constituem a minha
experiência imediata, pois são elas os únicos objetos imediatos da minha
consciência. A minha psique chega até a transformar e falsificar a realidade, e
fá-lo em tal escala que tenho de lançar mão de meios artificiais para
determinar o que as coisas são independentemente de mim. Descubro assim que um
som é uma vibração de ar de tal ou tal frequência, e que a cor é uma onda
luminosa deste ou daquele comprimento. Na verdade, estamos de tal maneira
envolvidos pelas imagens psíquicas que não podemos penetrar nada na essência
das coisas que nos são externas. Todo o nosso conhecimento consiste no conteúdo
da psique, o qual, sendo o único imediato, é superlativamente real.
Eis,portanto, uma realidade que o psicólogo pode invocar: a realidade psíquica"
(pp.61-62).
E
quanto a leitura ontológica de sua realidade interior assim percebia também
JUNG (apud CLARET, 1986):
"Diante dos acontecimentos interiores, as
outras lembranças empalidecem: viagens, relações humanas, ambiente. Muitos
conheceram a história do nosso tempo e sobre ela escreveram: será melhor
buscá-la em seus escritos, ou então ouvir o seu relato. A lembrança dos fatos
exteriores de minha vida, em sua maior parte, esfumou-se em meu espírito ou
então desapareceu. Mas os encontros com a outra realidade, o embate com o
inconsciente, se impregnaram de maneira indelével em minha memória. Nessa
região sempre houve abundância e riqueza; o restante ocupava o segundo plano.
Assim também os seres tornaram-se para mim
lembranças imperecíveis na medida em que seus nomes sempre estiveram inscritos
no livro do meu destino: conhecê-los equivalia a um relembrar-me.
Mesmo aquilo que em minha juventude, ou mais
tarde, veio do exterior, ganhou importância, estava colocado sob o signo da
vivência interior. Muito cedo cheguei a convicção de que as respostas e as
soluções das complicações da vida não vêm do íntimo, isto quer dizer que pouco
significam. As circunstâncias exteriores não podem substituir as de ordem
interior. Eis porque minha vida foi pobre em acontecimentos exteriores. Não me
estenderei sobre eles, pois isto me pareceria vazio e imponderável. Só posso
compreender-me através das ocorrências interiores" (pp.14-16).
A
hierarquia da leitura e visão dos mundos interior e exterior, é apontada por
JUNG nesta frase: "As circunstâncias exteriores não podem substituir as de
ordem interior". A instabilidade num estado provoca uma releitura e ação
corretiva do estado superior imediato. Existem, portanto, "valores"
indicadores de estabilidade da sensibilidade. O "valor" normal de
estabilidade tem como resposta os equilíbrios físico, psiquíco e ôntico, percebidos através de
reações tais como a paz, a serenidade, a felicidade, etc.
O
mundo moderno respira atualmente o sucesso da era da informatização. O
computador mostra-se um verdadeiro auxiliar na tarefa de administrar ,
controlar e estabelecer um contínuo fluxo de informações no processo produtivo
e organizacional da divisão do trabalho. Ele se instaura como o fiel da balança
no equilíbrio das forças produtivas, onde a comunicação de dados cada vez mais
veloz direciona o processo de desenvolvimento de tecnologias mais avançadas.
Circuitos integrados (chips) contendo milhares de circuitos em espaços físicos
cada vez menores dão a tônica do processo de miniaturização de componentes.
Novos softwares (programas) mais complexos exigem lógicas de programação
semelhantes à da memória humana. E os programas de Inteligência Artificial são
as respostas para esta demanda.
Os
movimentos dos robôs estão exigindo tecnologias que incorporem os movimentos do homem. Assim como copiamos os movimentos do homem. Da mesma forma buscamos
copiar os sentidos, principalmente o tato e a visão. A evolução da máquina se
realiza como a reprodução da natureza da "máquina-humana",com o homem
criando e produzindo a máquina à sua imagem e semelhança.
"A partir dos mecanismos e dispositivos
de relojoaria (século XIII), desenvolveu-se um automatismo de operações cada
vez mais precisas, delicadas e diversificadas, constituindo cadeias que se
anelam sobre si mesmas de modo reiterativo; assim chegamos aos autômatos do século XVIII, que imitam de modo
maravilhoso os gestos do comportamento animal e humano. Este automatismo
relojoeiro desenvolveu-se nos mecanismos industriais, até aparecer um estágio
novo de complexidade no automatismo maquinal: o estágio cibernético. A partir
daí, um comando até então externo torna-se interno (programa) e organizador
(ordenador), e o autômato cibernético começa a assemelhar-se ao ser vivo, já
não pela aparência, como o autômato relojoeiro, mas pela organização do
comportamento" (MORIN,1977,p.161).
A
importância que a mídia atribui ao computador em qualquer processo
produtivo parece nos "cegar" para uma reflexão mais profunda. A
idolatria direcionada para as
"qualidades" do computador tem produzido, no meio industrial, uma
crença tal como: a máquina é "quase" perfeita e não tem os problemas
e incertezas do "fator humano", devendo mesmo sempre que possível
substituí-lo. Diante dos riscos dessa cegueira, torna-se urgente recuperar e
manter desperta nossa capacidade de discernimento do que há de positivo e de
negativo na informatização, diferenciando o que de positivo a máquina nos vem
oferecer do que ela pode trazer de dependência ou desestruturação do lado
sensível e psíquico do homem.
"Precisamos enxergar bem claro as
degradações produzidas na vida humana
pelo processo tecnológico, ao lado de
suas conquistas inestimáveis. Sem isso,
perdemos o completo sentido mais
essencial da liberdade e veremos, como no
inferno de Dante, dizeres a indicar que perdida é para nós toda a esperança, nas
fronteiras demoníacas do esgotamento
total do ser humano" (MORAIS, 1971,
p.242).
Temos realmente capacidade para avaliar os
aspectos "positivos" e
"negativos" do que representa a incursão das máquinas em nossas vidas? Podemos responder a
esta pergunta se ainda não conhecemos o
que é o homem? O homem é o que pensamos e
conhecemos dele, ou é "algo" superior até mesmo ao
que pensamos e ao que conhecemos? O pensamento pode responder por si mesmo o que
está além dele?
Responder
a essas perguntas é reconhecer o lugar da
sensibilidade no esforço de "equilibração" existencial (ontológica) do homem, e ver no conhecimento
uma resposta a esse esforço de equilíbrio. O caminho que escolhemos é um
caminho incerto e perigoso, pois o poder da máquina, sem o desenvolvimento da sensibilidade do homem, é uma faca de dois
gumes. Não em decorrência de qualquer imaginário poder
maligno da máquina em si, mas principalmente devido à real ignorância humana a
respeito dos efeitos do seu poder de utilizar artefatos em seus impactos sobre
a sociedade e a natureza. O homem que produz micro-computadores não é tão
diferente, em termos de sensibilidade, daquele que produzia lanças e espadas.
Continuamos aperfeiçoando nossas armas de defesa das ilusões que
criamos em relação a nós mesmos. SOLZHENITSYN (1972) assim analisa as leituras
distorcidas que a humanidade está
realizando nesse século XX:
"Nosso século XX já provou ser o mais
cruel dos séculos que o precederam, e em seus primeiros cinqüenta anos não
apagou todos os seus horrores. Nosso mundo está rasgado em pedaços pelas mesmas
velhas emoções da idade das cavernas, a ganância, a inveja, a falta de
controle, a hostilidade recíproca, que simplesmente se ocultam atrás de
apelidos respeitáveis, tais como lutas de classe, conflitos raciais, lutas de
massas, reivindicações sindicais. A primitiva recusa de aceitar um acordo foi
transformada num princípio teórico, e considerada a virtude da ortodoxia. Isso
redunda em milhões sacrificados em guerras civis sem-fim, e continua martelando
nossos espíritos com o afirmação de que o conceito universal e imutável de
bondade e justiça não existe, que todos eles flutuam e se transformam. Daí o
princípio - faça sempre o que é mais proveitoso para o seu próprio partido.
Qualquer grupo profissional, tão logo perceba a conveniente oportunidade de arrancar um pedaço, mesmo que seja
supérfluo ou não-merecido, vai e o arranca na mesma hora, pouco se importando
se com isso toda a sociedade desmorona. Visto de fora, o volume das convulsões
da sociedade ocidental está no ponto além do qual o sistema se torna
metastático e está fadado a cair" (p.57-58).
A máquina é importante auxiliadora do homem. Mas nossos esforços
para compreender a realidade
através da máquina podem levar a sociedade a uma neurose coletiva. A
sensibilidade quantitativa e
"maquinal" não corresponde à sensibilidade integral do homem. O risco está na exaltação
unilateral da sensibilidade maquinal. Pode a máquina substituir a sensibilidade
metafísica do homem?
Se o homem investe unilateralmente,
só cuidando do desenvolvimento da
sensibilidade da máquina, ele acaba
se desequilibrando, o que gera uma
hipertrofia do sistema maquinal. A integração dos conhecimentos depende de
percebermos que existe um salto
"dentro" do próprio processo de criação de pensamento e sentimento:
um espaço "sutil", cuja detecção requer uma sensibilidade que nenhuma
máquina poderá substituir. Assim falou ZARATUSTRA (apud CLARET, 1985):
"O homem é uma corda, atada entre o
animal e o além-do-homem - uma
corda sobre um abismo.
Perigosa travessia, perigoso o caminho,
perigoso olhar-para-trás, perigoso
arrepiar-se e parar.
O que é grande no homem, é que ele é uma ponte
e não um fim: o que pode ser amado no
homem, é que ele é um passar e um sucumbir (p.90)".
Essa
visão da "ponte" é a grande descoberta que o homem precisa realizar para compreender o mistério
de sua existência e do seu Criador. É uma tarefa que exigirá dele fé e vontade para
reinterpretar todo o conhecimento que ele mesmo gerou. A máquina
precisa ser amiga do homem, mas, antes disso, o homem precisa ser amigo
dele mesmo.
A leitura que de um modo geral está
se fazendo é de que a máquina ajudaria
o homem em sua busca de um melhor
caminho do conforto e da felicidade. Com
maior "tempo" de lazer o homem
poderia ser mais feliz. Está na hora de nós pararmos para uma reflexão e questionarmos se através desse
caminho tornamo-nos realmente felizes.
Quando o homem transfere para máquina o
desenvolvimento de sua sensibilidade metafísica direta, ele reforça cada vez mais a sua dificuldade de
realizar uma leitura holística da realidade.
Uma leitura cuja realização depende de um equilíbrio da sensibilidade humana,
incompatível com a situação de
dependência do crescimento incontrolado da sensibilidade maquinal. Devido a falta de "exercícios" para
o desenvolvimento da sensibilidade integral, tornamo-nos incapazes de realizar
uma leitura ontológica (metafísica) dos
impactos da utilização da máquina em
nossas vidas. MORAIS (1971) assim comenta:
"O fenômeno
essencial, porém que não está sendo
visto, e muito menos analisado sistematicamente pelos pensadores, é o de
como a fusão do tempo com o espaço,
através das técnicas elétricas de
comunicação, fazendo os mesmos fatos presentes, do mesmo modo, em todos lugares, possui uma
dupla e essencial característica, nos
países dos centros tecnológicos, tendendo a homogeneizar tudo, cada vez mais, e nos países da periferia criando
uma estranha heterodoxia ou associacão
de valores e até de tempos,
coetâneamente presentes na mesma pessoa
ou geração" (p.58).
Complementando o pensamento de
MORAIS temos:
"Quando a onda sonora do rádio ou a
imagem através do cinema e da televisão,
além dos efeitos gráficos de jornais e
revistas chegaram até nós, não apenas
incorporamos essas impressões, porém ao mesmo tempo toda uma visão de mundo, inclusive ética.
As técnicas elétricas, então, tornando
simultâneamente a presença, em toda
parte, dos seus apelos, provocam a esse
respeito, nos povos periféricos,
repercussões especiais: envolvem também
simultâneamente, com a velocidade instantânea desses processos elétricos, a mente mesma das
áreas inclusive de pobreza, através de
valores em desconexão inevitável com
essas áreas. Isso precisamente pela
interpenatração profunda de valores que
provocam, misturam e confundem
igualmente aspirações de grupos, classe, status e profissões"
(p.210).
A
linguagem tanto dos místicos como dos físicos nucleares tem raízes fincadas no paradoxo. Como compreender
estes enunciados que de imediato nos
levam a uma contradição? O paradoxo é indicativo da existência de um "abismo" ôntico
que separa nossas verdades dos
princípios, as experiências das
vivências, o real da realidade, o
intrínseco do extrínseco, o homem de Deus.
Vivemos
a cada instante de nossas vidas lendo, sem nos darmos conta de qual processo de leitura
estamos seguindo. Somente conseguimos
ler aquilo em que previamente nos exercitamos para ler. E somente conhecemos aquilo que
conseguimos ler. O problema central do
processo de produção de conhecimento está ligado ao treinamento do processo de leitura que
executamos para os diferentes níveis de
manifestação dos princípios. Cada nível de
manifestação dos princípios corresponde a um determinado nível de sensibilidade para leitura. Em função disso,
a transmissão do saber depende de
intuirmos[1] quem será o receptor e
qual seu nível de sensibilidade para
leitura da mensagem. Isso porque a
compreensão depende fundamentalmente da vivência e da experiência nos diversos graus e naturezas dos processos
de leituras. A questão é muito complexa se considerarmos que
a palavra (ou conceito) somente está
ligada ao conteúdo quando vivenciamos
o conteúdo. A palavra em si não nos leva
diretamente ao conteúdo que representa. A palavra "água" não é
molhada. O exemplo é muito simples mas
representa bem a ponte necessária da vivência.
Senhor, Eu sei que Tu me Sondas (música
religiosa brasileira http://letras.mus.br/padre-marcelo-rossi/66350/
). Bonita!!!!!!!!!!!!!!!!!
Senhor,
Eu sei que tu me sondas
Sei também que me conheces
Se me assento ou me levanto
Conheces meus pensamentos
Quer deitado ou quer andando
Sabes todos os meus passos
E antes que haja em mim palavras
Sei que em tudo me conheces
Eu sei que tu me sondas
Sei também que me conheces
Se me assento ou me levanto
Conheces meus pensamentos
Quer deitado ou quer andando
Sabes todos os meus passos
E antes que haja em mim palavras
Sei que em tudo me conheces
Senhor, eu sei que tu me sondas (4 vezes)
Refrão
Deus, tu me cercaste em volta
Tuas mãos em mim repousam
Tal ciência, é grandiosa
Não alcanço de tão alta
Se eu subo até o céu
Sei que ali também te encontro
Se no abismo está minh'alma
Sei que aí também me amas
Tuas mãos em mim repousam
Tal ciência, é grandiosa
Não alcanço de tão alta
Se eu subo até o céu
Sei que ali também te encontro
Se no abismo está minh'alma
Sei que aí também me amas
Senhor, eu sei que tu me sondas (4 vezes)
Refrão
Senhor, eu sei que tu me amas (4 vezes)
Refrão
Sugiro
que assistam seis vídeos na Internet: “Quem somos nós? (baseado na física
quântica...ver link http://www.youtube.com/watch?v=WDXFRvbe2VY)”, “I AM” (Sobre Tom Shadyac) , “As Sete leis Espirituais do Sucesso – de Deepak
Chopra”, “O Ponto de Mutação – baseado no livro de Fritjof Capra ”,
“Conversando com Deus” – baseado no livro publicado por Neale Donald Walsch ... Conversando com Deus
(título original em inglês: Conversations with God) é uma série
de três livros publicada por Neale Donald Walsch, que afirma ter sido
inspirado diretamente por Deus em seus escritos. Cada livro é escrito como
um diálogo
no qual Walsch faz perguntas e "Deus" as responde. Walsch afirma
ainda que não se trata de canalizações, mas de inspirações
divinas. Em 2006, um
filme foi lançado
sobre a história do autor e seus livros... Ver link
http://pt.wikipedia.org/wiki/Conversando_com_Deus), “A Unidade das Religiões: O
Amor Universal – no site da Organização Sri Sathya Sai Baba do Brasil”.
Livros
recomendados: “Mãos de Luz – de Barbara Ann Brennan, editora Pensamento”,
“Medicina Vibracional – de Richard Gerber, editora Cultrix”, “Seu EU Sagrado –
Dr. Wayne Dyer, Editora Nova Era”, “O Fluir do Amor Divino: Prema Vahini –
Publicado por: Fundação Bhagavan Sri Sathya Sai Baba do Brasil”.
Namastê!
Prof.
Bernardo Melgaço da Silva – pensador livre holístico-transcendental: filósofo
(praticante), cientista e espiritualista – Professor Universitário Aposentado
da URCA (Universidade Regional do Cariri –CE).
e-mail:
bernardomelga10@hotmail.com
Facebook:
Bernardo Melgaço da Silva/ Educação Para o Terceiro Milênio
bernardomelgaco.blogspot.com
Nota:
Em 1992 e 1998 fiz dois trabalhos científicos: dissertação de mestrado e tese
de doutorado respectivamente. E nesses dois trabalhos, que tem uma cópia de
cada um na Universidade Federal do Rio de Janeiro (na biblioteca do Cento de
Tecnologia –CT - Universidade Federal do
Rio de Janeiro - Brasil), procurei mostrar (“explicar cientificamente”) o
Caminho do Amor Divino que fiz em 1988. E quem desejar uma cópia dos meus
trabalhos científicos envie um e-mail (eu tenho eles no formato Word) para mim,
pois terei o maior prazer do mundo de compartilhar minhas pesquisas acadêmicas
na UFRJ/COPPE. Namastê...obrigado!
Nenhum comentário:
Postar um comentário