TUDO QUE
NECESSITAMOS É AMOR: MINHAS EXPERIÊNCIAS ACADÊMICAS ENTRE 1988 E 1992
(número 3...
CAP.2 parte II DESCOBRIR A EVOLUÇÃO OU EVOLUIR O DESCOBRIMENTO?: A DEPENDÊNCIA PSÍQUICA DA DIMENSÃO
ESPAÇO-TEMPO.....obs.:
Prezados leitores em decorrência de o Facebook ter me bloqueado (NÃO SÓ
BLOQUEOU COMO TAMBÉM RETIROU (?????????) O NÚMERO 17 DA MINHA SÉRIE SOBRE
MINHAS EXPERIÊNCIAS ESPIRITUAIS INEXPLICÁVEIS E EXTRAORDINÁRIAS (que em uma
semana alcançou 44.000 visualizações!!!!!....eles enviaram um e-mail para o meu
hotmail sugerindo para que eu pagasse pelas minhas postagens ..eu vinha fazendo
gratuitamente!!!!!! ) eu decidi, então, levar esta série para um outro site meu
.....ver link ..... http://bernardomelgaco.blogspot.com.br/ (nome do
site é TUDO QUE NECESSITAMOS É AMOR: MINHAS EXPERIÊNCIAS ESPIRITUAIS
INEXPLICÁVEIS E EXTRAORDINÁRIAS) ....assim quem quiser continuar acompanhar a
série TUDO QUE NECESSITAMOS É AMOR: MINHAS EXPERIÊNCIAS ESPIRITUAIS
INEXPLICÁVEIS E EXTRAORDINÁRIAS....por favor visite o site no link http://bernardomelgaco.blogspot.com.br/ ...obrigado
Namastê!
“Senhor,
eu sei que Tu me Sondas...”
“Conhece-te a ti mesmo” – Sócrates
(ver link...carta encíclica ”fé e razão” do Papa João Paulo II..
http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_15101998_fides-et-ratio_po.html)
“All you
need is love” (Lennon/MaCartney)
"o
problema humano é o mesmo do problema divino quando se consegue responder um
então conseguimos responder o outro" Bernardo Melgaço da Silva
DESCOBRIR A EVOLUÇÃO OU EVOLUIR O DESCOBRIMENTO?
2.3 A DEPENDÊNCIA PSÍQUICA DA DIMENSÃO
ESPAÇO-TEMPO
As expressões "tempo" e
"matéria", para o homem moderno,
sintetizam uma enorme quantidade de conhecimentos que para os indivíduos comuns permanecem ocultos numa
nuvem de desconhecimento. Todas as análises matemáticas com suas deduções e
axiomas alimentam a interpretação puramente racional desses conceitos, e habituamo-nos a aceitar como
verdades inquestionáveis tais
formulações. Se em algum momento aceitamos o
significado de tempo como algo "subjetivo", esse instante é
fugaz: logo sucumbimos a toda uma carga de interpretações cientifizadas que
invalidam essa perspectiva, impedindo que enveredemos pelo caminho novo e
desconhecido de uma tal intuição.
Somos desse modo "cativos"
da construção mental "ad infinitum" de teorias a respeito da nossa
"certeza" em relação a realidade do tempo e da matéria. E ,assim,
medimos, comparamos e dividimos. Toda uma civilização "material" se estrutura
tendo por base essas certezas "físicas".
O tempo "físico" está
inserido nas fórmulas matemáticas que o homem criou. Para compreender essa
inserção o homem precisa primeiro construir o "mapa" do território
"tempo", descobrindo algo que ele teme inconscientemente, para
formular então uma resposta consciente sobre o sentido de sua existência como
ser vivo num local determinado de um universo ilimitado e finito.
A concepção cristã nos dá uma idéia
de tempo que não se deixa reduzir a uma explicação racional analítica, pois:
"O homem criado por Deus á Sua imagem e semelhança, foi
precipitado no tempo e na morte em consequência do pecado, que é uma ruptura
com Deus. Pelo Cristo, porém, que é o mediador, pode restabelecer a ligação com
Deus, e fazer da sua vida no tempo uma preparação para a vida eterna. O tempo é
apenas um caminho que deve conduzir o homem fora e além do
tempo"(ENCICLOPÉDIA MIRADOR INTERNACIONAL,1983, p.10827)
Analisando
este texto podemos verificar uma relação do tempo com o pecado e a morte.
Considerando o tempo como o universo desconhecido da sensibilidade de
construção da realidade, a Queda do homem se deu e está se dando em associação
com sua dificuldade em encontrar seu caminho de retorno a um nível superior de
ser: a vida eterna. A palavra pecado tem um esquecido significado simbólico: o
arqueiro, ao tentar acertar o alvo, erra-o. A morte por sua vez está
relacionada à incapacidade do individuo de elevar-se para além do tempo, para a
eternidade. O pecado também está, em nossa sociedade moderna, relacionada com o
amor. KRISNAMURT (1981) assim aponta essas relações:
"Conheceis o tempo. Só há um tempo: o tempo do relógio. Não há
outro tempo. Não há, com efeito, nenhum amanhã, a não ser o amanhã criado pelo
pensamento. Na realidade, não existe amanhã. Paciência, senhores, que já vou
explicar isto. A questão requer muita investigação, e não meramente, que se
diga: "Que disparate estais dizendo!" Há amanhã. Tenho de ir ao
escritório, tenho de ganhar dinheiro para comprar "isto" e fazer
"aquilo", tenho de ir a um certo lugar - amanhã - Claro que há um
amanhã - cronológico! - nas vinte e quatro horas marcadas pelo relógio. Mas,
existe outra espécie de tempo? Nós fizemos o tempo - não o "tempo
cronológico", porém o "tempo psicológico" - como meio de
resolver nossos problemas: "Resolverei meu problema amanhã",
"Farei isto", "Farei aquilo". O pensamento inventou o
tempo, uma irrealidade, e esta é uma das nossas dificuldades.
Este assunto requer muita
investigação, e não que se "aceite" ou "rejeite", porque
toda a nossa educação, nossas maneiras de pensar - a criação de uma utopia, que
significa o sacrifício do presente pelo futuro, o desenvolvimento do caráter, e
a idéia "serei", "terei êxito", "ganharei",
"virei a ser" - todas elas estão na esfera do tempo que o pensamento
criou. E o que o pensamento criou não é real. Só há um tempo, o tempo do
relógio" (pp.57-58)
E continuando com a análise de
KRISNAMURTI (1981) temos:
"Iremos considerar a morte em relação com o tempo, e em relação
com o amor. Mas, se não compreenderdes o processo integral do tempo, não
podereis entrar em contato com o problema da morte e, por conseguinte,
compreendê-la. E, se não compreendeis essa coisa extraordinária chamada
"morte", não compreendereis o amor. Assim, pois, o tempo, a morte, e
o amor estão relacionados entre si. Naturalmente não temos tempo para
analisarmos por miúdo esta questão do tempo. Se não tivésseis o
"tempo", entendido como "amanhã" ver-vos-íeis
frente-a-frente com vosso problema pessoal, em íntimo contato com ele. De modo
nenhum se deve pensar em adiar esse problema. Não há tempo para análises. O
problema tem de ser resolvido imediatamente. E pode-se resolver imediatamente
qualquer problema, quando a mente não está envolvida no tempo" (p.60)
Uma
idéia de tempo inteiramente fundada na explicação racional-analítica fomentou
nossa concepção de progresso, produtividade e eficiência. Esses três conceitos
norteiam o comportamento social das sociedades modernas. Através do conceito de
tempo vinculamos a vida das pessoas à vida industrial instrumentada
"sincronizando" o processo mental de organização das atividades com o
nosso processo biológico interno. Acordamos sob o comando de uma máquina, fazemos todas as nossas atividades
preso ao olhar atento da máquina de medir tempo, promovemos os nossos encontros
sociais dirigidos pela organização mental-espacial das atividades representada
por esta mesma máquina. A crença neste mecanismo nos faz sofrer e adoecer
porque nossos órgãos internos não foram criados para seguir apenas um ritmo
fixo determinado segundo nossa construção puramente mental-racional da
realidade.
Essa
questão pode ser assim sumarizada:
"Os baluartes da identidade são a fixação de metas a prazo longo.
As metas, segundo o psicólogo social Gordon Allport, devem ser arduamente
buscadas e este esforço " sempre tem uma referência futura".
Portanto, a orientação temporal da cultura e da vontade individual condicionam
a qualidade do seu esforço, a qual, por sua vez, retroalimenta e possibilita o
sucesso. O esforço, como motivo, não pode ser separado da questão da
auto-imagem: "...há muito crescimento que só ocorre com a ajuda e por
causa da auto-imagem. Esta imagem ajuda-nos a pôr a nossa visão do presente em
linha com a nossa visão do futuro", salientaram os psicólogos sociais Chad
Gordon e Kenneth Gergen.
Metas e esforços relacionam-se
com as imagens- papéis, que, por sua vez, são uma expressão composta de
aspirações e ocupações, de objetivos educacionais e relações sociais, que
sofrem veloz mudança. Sem a auto-imagem que liga o nosso comportamento presente
à nossa visão do futuro, todas as atividades humanas, condicionadas por uma
perspectiva intemporal, seriam meras respostas a estímulos imediatos [...] As
evidências, que estabelecem a ligação entre o que somos e a visão que temos de
nós próprios, o modo como existimos no tempo, são dispersas, mas prementes.
Consideremos, em primeiro lugar, o nosso sentido de tempo.
O sentido de tempo, conforme é
expresso pela criança, parece começar entre as idades de dois e dois e meio
anos, pois é nessa idade que as palavras indicativas do futuro começam a
aparecer na fala da criança. Antes que o processo de assunção de papel comece
com intensidade, as palavras que tratam do futuro ligam-se a atividades e
acontecimentos concretos, e então, ao final do terceiro ano, a criança começa a
entender os papéis futuros. Os indivíduos do seu meio imediato fornecem-lhe as
identificações e expectativas iniciais que ajudam a formar a sua identidade. É
neste ponto que começam a tornar-se aparentes diferenças do comportamento dos
pais em relação à criança, que parecem então condicionar o desenvolvimento das
diferentes perspectivas de tempo, aspirações e o comportamento necessário a
realizà-las.
O processo começa com a ideia que
os pais fazem do futuro da criança. Na verdade, há pesquisas indicadoras de que
as imagens futuras que os pais fazem dos filhos podem ser um fator mais
importante em seu desenvolvimento intelectual do que o tempo que os pais perdem
para ensinar- lhes a contar ou a escrever o nome. Foi esse surpreendente
resultado da pesquisa de Norman Radin e Hanne Sonquist, quando investigaram os
fatores mais aptos a melhorar o desempenho das crianças, num programa tipo
"operação de iniciação" realizado em Ypsilanti, Michigan.
Verificou-se que o fator mais importante ligado ao real sucesso da criança no
programa- a medição do crescimento cognitivo- era a imagem dos pais quanto ao
futuro da criança: suas expectativas ocupacionais para o filho no futuro. As
expectativas dos pais estavam entre "as melhores variáveis
prognosticadoras para o crescimento cognitivo pré-escolar no meio da população
desabonada", segundo Radin e Sonquist. O mecanismo pelo qual esta
aspiração focalizada no futuro transforma-se em habilidades cognitivas nas
crianças não é claro, mas existe" (SINGER,1977, pp.51-52).
A
produtividade de que tanto nos orgulhamos tem um "preço emocional".
Ela está baseada num processo maquinal-mental que leva o homem ao
desequilíbrio. O “super-paradigma" da produtividade precisa ser revisado.
O
tempo, como processo interno no ser humano, enraiza-se na diferença de
percepção entre emoção e raciocínio. Ele gera assim um espaço na consciência,
onde se opera um continuo movimento de "telas mentais", numa dinâmica
de construção/destruição de equilíbrios/desequilíbrios. Esse movimento engendra
a sensação do "tempo", como uma espécie de "imersão
existencial", análoga à dos peixes dentro da água. Nesse espaço da
consciência criamos uma realidade onde o objeto observado e o sujeito
observador são reconstituídos simbolicamente. Assim, cria-se uma história
pessoal, onde se diluem as fronteiras entre "ilusão" e
"realidade": conversamos, discutimos, amamos e recordamos pessoas e
eventos distantes de nós , ou mesmo já mortos. Einstein assim se referia a esta
ilusão (apud PAGELS,1982):
"O amigo de Einstein morreu um mês antes dele, na Suiça.
Exprimindo a sua imagem do mundo de determinismo absoluto, Einstein escreveu as
seguintes palavras numa carta comovente ao filho e à irmã de Besso: "Agora
ele deixou este estranho mundo um pouco antes de mim. Isto não significa nada.
As pessoas como nós, que acreditam na física, sabem que a distinção entre
passado, presente e futuro é apenas uma ilusão obstinadamente persistente"
(p.73).
E Segundo MORIN (1977):
"A recordação é uma
duplicação do acontecimento, sob a forma de imagem. Esta imagem recordada é da
mesma natureza que a imagem percebida: um cérebro, animal ou humano, nunca vê,
a partir de estímulos transmitidos pelos sentidos, senão uma imagem, uma
representação dos acontecimentos ou das coisas. É esta imagem vista que se
engrama e, depois, se reconverte em imagem. Assim, a remoração traduz a
potencialidade generativa do nosso cérebro: transformar o real fenomênico em
imagem, e reproduzir, re-generar esta imagem" (p.301).
O desenvolvimento da sensibilidade do
homem "terrestre" é relatado nas tradicionais ciências sagradas como
imerso num processo evolutivo complexo. Torna-se imperativo para a evolução
humana desenvolver uma capacidade de construção simbólica que alargue os
horizontes da percepção espaço-temporal. As expressões comunicativas guturais
se transformam no código abstrato denominado "linguagem". O
adestramento dos sentidos, juntamente com o desenvolvimento da capacidade
motora, permite ao homem suas primeiras "interpretações" da
realidade, registradas nas imagens pintadas em cavernas espalhadas pelo mundo.
A "experiência do mundo" está vinculada a atos imperativos para a
sobrevivência, que configuram uma realidade "direta" e
"imediata", apenas tenuemente referida a uma outra realidade
"mágica" mais abstrata, que lhe é subjacente. Nessa "experiência
do mundo" cativa do domínio dos sentidos, as manifestações tremendas da
natureza despertam a sensibilidade para uma intuição do transcendente e as
figuras dos deuses como símbolos do mistério.
A constante observação da natureza
circundante desenvolve no homem a capacidade de uma construção mental da
realidade, onde a construção "sensível" fica condicionada pelos imperativos
de sobrevivência em um ambiente "animalesco". O raciocínio se
desenvolve imerso em necessidades da sobrevivência, onde se configuram os
diversos ciclos das culturas. A humanidade sedentária distingue-se da nomâde.
Emerge o apoio humano sobre previsões racionalmente construídas e a necessidade
de conhecimento mais sistemático das regularidades do mundo físico. A percepção
objetiva pode então crescer em decompasso com a sutilização da sensibilidade,
de modo que sua realidade se "cristalize" e absolutize, tornando
opaco seu caráter incompleto e "simbólico". A ciência objetiva, filha
do raciocínio, conquista posição de destaque ao desenvolver um conjunto de
conhecimentos eficientes e gradativamente aperfeiçoados. Emerge uma
cientifização da cosmologia. Essa construção cientifizada da realidade se
autoperpetua, invadindo os domínios da Estética e da Religião.
A nossa dependência para com o
raciocínio cientifizado perdura até o dia de hoje. Ele engendra uma progressiva
potencialização e um contínuo aprimoramento dos métodos de investigação do
mundo fenomênico da natureza visando sua objetivação. Aquilo que normalmente
conhecemos como "natural" é fruto do hábito. O processo de
sutilização da sensibilidade, que constitui a base dos métodos de autoconhecimento,
tem por finalidade investigar e modificar os hábitos adquiridos
inconscientemente. Os hábitos mais enraizados são os de pensar e sentir. Neles
depositamos uma crença inabalável, com eles nos identificamos totalmente. Esses
hábitos são os principais desencadeadores dos outros hábitos físicos e
comportamentais. O hábito de pensar sem uma auto-investigação provoca um
processo de identificação e criação de "formas-pensamentos" que
designaremos de "aderências". BRENNAN (1990) assim analisa sua visão
das "formas-pensamentos":
"Cada forma de pensamento contém suas próprias definições da
realidade, como, por exemplo: todos os homens são cruéis; o amor é fraco; ter
tudo sob controle é seguro e forte. Deduzo das minhas experiências que as
pessoas, quando se movem na sua experiência diária, também se, movem por
diferentes "espaços" ou níveis de realidade, definidos pelos grupos
de formas de pensamento. O mundo é experimentado de maneira diferente em cada
grupo ou espaço da realidade.
As formas de pensamento são realidades
energéticas, observáveis, que irradiam cores de várias intensidades. Sua
intensidade e sua definição de forma decorrem da energia ou da importância que
a pessoa lhes deu. As formas de pensamento são criadas, construídas e mantidas
pelos seus donos por intermédio dos pensamentos habituais. Quanto mais
definidos e claros forem os pensamentos, tanto mais definida será a forma. A
natureza e a força das emoções associadas aos pensamentos dão a forma sua cor,
sua intensidade e seu poder. Esses pensamentos podem ou não ser
conscientes" (BRENNAN,1990,p.146).
Essas formas-pensamentos são um a priori para a consciência num duplo sentido:
i) porque a consciência não se "lembra" de como elas foram criadas e,
toma-as como dado inquestionável; e ii) porque elas próprias se autonomizam com
respeito à consciência. Como se fossem dotadas de vida própria. Devido a falta
de hábito de auto-investigação confundimos a reflexão com o simples
processamento informacional das "aderências". Ao fazermos nesse capitulo
essa distinção, entendemos por reflexão:
"Reflexão: [...] ato ou efeito de refletir (-se), volta da
consciência, do espírito, sobre si mesmo, para exame do próprio conteúdo,
ponderação, observação" (FERREIRA,1977, p.407).
A reflexão é uma atividade do espírito
humano na busca de compreensão dos princípios que dizem respeito a ele mesmo. A
falta de discernimento entre "reflexão" e "aderência"
conduz o ser humano a um hábito mental-emocional que induz a uma percepção
distorcida da realidade. Podemos dizer que a consciência humana opera por
ciclos de fluxos e refluxos, onde o fluxo é a "inspiração" e o
refluxo é "expiração". No primeiro caso temos o conhecimento e no
segundo o autoconhecimento. O hábito unilaterizado de produção de conhecimento
como objetivações desequilibrou e está desequilibrando o processo de
"respiração" da consciência. Perdemos o hábito de produção de
autoconhecimento. As perplexidades dos grandes cientistas como Einstein
corrobora nossas afirmações e temores:
"Tenho a firme convicção de
que nenhuma riqueza de bens materiais pode fazer progredir o homem, mesmo que
ela esteja nas mãos de homens que demandam uma meta superior. Pode alguém
imaginar Moisés, Jesus ou Gandhi, armados de um saco de dinheiro
milionário?" (apud ROHDEN,1989,p.225).
2.4 A
"CRISTALIZAÇÃO" DO MÉTODO CIENTÍFICO
O
método é a alma de uma ciência. O método é o caminho, percurso, meio ou via para se desenvolver
uma experiência, podendo ser aprendido pelos meios formais de aquisição de
conhecimento ou pela prática da vida
cotidiana. O método é, portanto, processo, caminho e não um fim em sí. Ele só
se completa quando concluída a ação de caminhar. Em seu movimento de caminhar
ele possui pelo menos duas direções ou dois sentidos. O conhecimento científico
"peca" por supor ser o método cientifíco como o único sentido, sendo
ele capaz de orientar e conduzir completamente a ação humana em seu anseio de
conhecer a ordem, o movimento de organização da vida.
"Na origem, a palavra "método" significava caminho.
Aqui temos de aceitar caminhar sem caminho, fazer o caminho de caminhar. O que
dizia Machado: Caminante no hay camino, se hace camino al andar". O método
só pode formar-se durante a investigação; só pode desprender-se e formular-se
depois, no momento em que o termo se torna um novo ponto de partida, desta vez
dotado de método. Nietzche sabia-o: "Os métodos vêm no fim" (O
Anticristo). O regresso ao começo não é um círculo vicioso se a viagem, como
hoje a palavra trip indica, significa experiência, donde se volta mudado.
Então, talvez tenhamos podido aprender a aprender aprendendo. Então o círculo
terá podido transformar-se numa espiral onde o regresso ao começo é,
precisamente, aquilo que afasta do começo. Foi precisamente isto que nos
disseram os romances de aprendizagem de Wilhelm Meister a Siddharta"
(MORIN,1977,p.25).
Temos
dois tipos de método, um racional-analítico e outro intuitivo-sensível, e
devemos aqui nos lembrar da advertência de Leibniz: "que o importante não
é saber, mas ser capaz de saber" (apud ENCICLOPÉDIA MIRADOR
INTERNACIONAL,1983,p.7532). Como nos dizem MATTOSO e SAVIOLI (1987), o método
científico pode ser visto da seguinte forma:
"A produção da vida do homem é um processo permanente, através do
qual são alteradas suas necessidades. Assim, se num dado momento da história, a
atividade do homem restringiu-se principalmente à satisfação de necessidades
básicas (procriação, alimentação, etc.), com o passar do tempo tais
necessidades transformaram- se. Por um lado novas necessidades são criadas; por
exemplo, a educação formal tornou-se necessidade e direito de todo o cidadão,
na sociedade contemporânea. Por outro lado, velhas necessidades são alteradas;
por exemplo, são hoje muito diferentes os hábitos e necessidades alimentares
dos indíviduos, em relação ao que foram em outros momentos. O método
científico, portanto, é um conjunto de procedimentos utilizados na produção
científica e um conjunto de pressupostos em que tais procedimentos se baseiam.
Tais pressupostos, retomando, referem-se ás concepções de homem, de natureza e
de ciência de que se parte para propor a maneira de produzir conhecimento
científico. A mudança de um destes pressupostos implica necessariamente uma
nova forma de ver a realidade, um novo modo de atuação para a obtenção do
conhecimento e uma transformação no próprio conhecimento; muda, portanto, a
própria forma de interferir na realidade. O método científico é históricamente
determinado e só pode ser compreendido desta forma. O método é o reflexo das
nossas necessidades e possibilidades materiais, ao mesmo tempo que nelas
interfere. Portanto, os métodos científicos transformam-se no decorrer da
história" (p.7-8).
O
método científico tanto na dimensão material/racional quanto na dimensão
espiritual/sensível depende dos conjuntos de pressupostos que o constituem. O
conjunto de pressuposto das ciências racionais se baseia nos paradigmas das
construções mentais (os axiomas). O processo de ganho de conhecimento no campo
científico é eminentemente dinâmico e se transforma, à medida que novas
construções vão sendo propostas e aceitas como válidas. Os principios ou
pressupostos quando bem formulados adequadamente, asseguram a possibilidade de
se alcançar os objetivos do experimento. A relação do sujeito com o objeto observado
depende dos princípios e dos métodos para a obtenção de maior quantidade e
melhor qualidade de informações. O grau de confiabilidade dos principios, bem
como o método correto, são fatores imprescíndiveis para desenvolvimento de
qualquer experimento, tanto na lógica "cerebral" quanto na
"lógica" do coração. A questão passa portanto a ser sobre quais
princípios nos devemos apoiar, já que o universo de pressupostos possíveis é
imenso. Por isso ALLEAU (1976) afirma: "Aquilo que menos se sabe a cerca
de qualquer coisa é o princípio dela ". E EINSTEIN (1985) enfatiza essa
mesma questão:
“O método teórico implica que, como base em todas as hipóteses, ele
utilize aquilo que se chamam princípios, a partir dos quais pode deduzir
consequências. Sua atividade portanto se divide principalmente em duas partes.
Em primeiro lugar, tem de procurar estes princípios e em seguida desenvolver as
consequências inerentes a eles. Para a execução do segundo trabalho recebe na
escola excelentes instrumentos.
[...] Porque aqui não existe
que se possa aprender ou sistematicamente aplicar para alcançar um objetivo. O
pesquisador tem antes que espiar, se assim se pode dizer, os princípios gerais
na natureza, enquanto detecta, através dos grandes conjuntos de fatos experimentais,
os traços gerais e exatos que poderão ser explicitados
nitidamente"(p.142).
Os
cientistas desenvolvem suas pesquisas envolvidos num conjunto de principios
hierarquicamente encadeados. Os princípios referem-se a uma hierarquia de
domínios, referentes aos campos: a) do saber; b) do saber-fazer; c) do
saber-fazer-acontecer; d) do saber-fazer-acontecer-transcender. Nessa cadeia o
primeiro é uma pré-condição para o segundo e assim sucessivamente até que o
ultimo contém a todos em si.
No
campo do saber o homem desenvolve uma ciência da investigação: aprende a
conhecer ou interpretar mentalmente os fenômenos da natureza produzindo um
conjunto de CONHECIMENTOS. No campo do saber-fazer o homem desenvolve uma
ciência experimental: aprende a experimentar ou "controlar" os
fenômenos da natureza produzindo um conjunto de EXPERIÊNCIAS. No campo do
saber-fazer-acontecer o homem desenvolve a ciência das descobertas: aprende a
prever eventos, descobrir leis físicas e visualizar fenômenos da natureza com
relativa antecedência produzindo um conjunto de PERCEPÇÕES INTUITIVAS. No campo
do saber-fazer-acontecer-transcender o homem aprende sensívelmente a
compreender as leis e fenômenos da natureza, produzindo um conjunto de
AMOR-SABEDORIA, que transcende a mera "modernidade" da existência.
Esses campos da cadeia hierárquica do
ser são direcionados segundo níveis da dinâmica de sobrevivência: a) evolução
do eu; b) descobrimento e manutenção do prazer; c) fortalecimento do poder do
grupo; d) impulso de amor pela natureza. Inicialmente somos impulsionados para
o processo de evolução do eu. Devido às interferências dos valores e da visão
do mundo esse impulso é desviado para o descobrimento e a manutenção do prazer,
expressos no fortalecimento do poder do grupo, que gera facções e divisões por
todo o ambiente político, social, familiar, profissional,etc. O impulso de amor
pela natureza, fim último do impulso de evolução do eu, é distorcido por
desvios, de modo a ficarmos cativos de impulsos intermediários, numa simbiose
ilusória, identificada como expressão da defesa da sobrevivência.
Uma vez perdida a noção de que a
evolução se enraíza e culmina no Amor, nossa visão fica direcionada para o
descobrimento do poder e para a paixão pelo prazer. Desvirtuamos a noção de
evolução degenerando-a num processo semi-mecânico de afirmação pela força da
"materialidade" da vida.
A escolha dos caminhos de evolução e de
descobrimento conduz à inevitável experiência de aquisição de
"poder". Mas esse poder, que a humanidade pratica, se autonomiza face
ao verdadeiro caos de valores reinante no mundo moderno. É um processo
conducente a um beco sem saída. Sendo os valores e as virtudes as condições de
possibilidade da evolução, o esforço por retomar a trilha evolutiva se torna "solitário",
precisando tatear no escuro da consciência para o reencontro dos valores. A
buscarmos encontrá-los no "mundo material" corremos o risco da
idolatria dos poderes modernos. Nos resta a "perigosa" alternativa de
nos voltarmos para a "interioridade" do "mundo espiritual",
reencontrando a trilha do autoconhecimento como a busca daquilo que Jesus
Cristo chamou do "Reino dos Céus" dentro de nós. MORAIS (1971) assim
comenta:
"Nada nos ajuda nesse processo dramático, pelo qual rompemos os
elos de ligação com áreas essenciais da vida. O que penetra dentro de nós
faz-nos ainda, paradoxalmente, caminhar mais para fora. O que nos torna cada
vez prêsa mais fácil da solidão" (p.197).
Prosseguindo
com o comentário de MORAIS temos:
"Nos desencontramos a cada passo; procuramos, com irriquieta
agonia, nosso eu interior e quando nos damos conta de nós, auscultamos apenas
os estertores vazios do não-eu, ou seja, de todos os apelos vindos do mundo
exterior, num pandemônio incongruente através de todas as sugestões ultrapoderosas
dos processos de comunicação.
Já não nos damos conta do que
somos e vagamos como inquietos sonâmbulos pelas avenidas superlotadas de outras
pessoas igualmente como nós, sofrendo as mesmas emoções. Padecendo os mesmos
sofrimentos, como sobretudo vagando ou escapulindo para mundos irreais, na
desesperada busca da fuga e todos os outros mecanismos que nos dêem menor
sensação de instabilidade, num mundo que se tornou móvel demais debaixo dos
nossos pés e, mais ainda, dentro de nossas próprias cabeças" (p.195).
Senhor, Eu
sei que Tu me Sondas (música religiosa brasileira http://letras.mus.br/padre-marcelo-rossi/66350/
). Bonita!!!!!!!!!!!!!!!!!
Senhor,
Eu sei que tu me sondas
Sei também que me conheces
Se me assento ou me levanto
Conheces meus pensamentos
Quer deitado ou quer andando
Sabes todos os meus passos
E antes que haja em mim palavras
Sei que em tudo me conheces
Eu sei que tu me sondas
Sei também que me conheces
Se me assento ou me levanto
Conheces meus pensamentos
Quer deitado ou quer andando
Sabes todos os meus passos
E antes que haja em mim palavras
Sei que em tudo me conheces
Senhor, eu sei que tu me sondas (4 vezes)
Refrão
Deus, tu me cercaste em volta
Tuas mãos em mim repousam
Tal ciência, é grandiosa
Não alcanço de tão alta
Se eu subo até o céu
Sei que ali também te encontro
Se no abismo está minh'alma
Sei que aí também me amas
Tuas mãos em mim repousam
Tal ciência, é grandiosa
Não alcanço de tão alta
Se eu subo até o céu
Sei que ali também te encontro
Se no abismo está minh'alma
Sei que aí também me amas
Senhor, eu sei que tu me sondas (4 vezes)
Refrão
Senhor, eu sei que tu me amas (4 vezes)
Refrão
Sugiro
que assistam seis vídeos na Internet: “Quem somos nós? (baseado na física
quântica...ver link http://www.youtube.com/watch?v=WDXFRvbe2VY)”, “I AM” (Sobre Tom Shadyac) , “As Sete leis Espirituais do Sucesso – de Deepak
Chopra”, “O Ponto de Mutação – baseado no livro de Fritjof Capra ”, “Conversando
com Deus” – baseado no livro publicado por Neale Donald Walsch ... Conversando com Deus
(título original em inglês: Conversations with God) é uma série
de três livros publicada por Neale Donald Walsch, que afirma ter sido
inspirado diretamente por Deus em seus escritos. Cada livro é escrito como
um diálogo
no qual Walsch faz perguntas e "Deus" as responde. Walsch afirma
ainda que não se trata de canalizações, mas de inspirações
divinas. Em 2006, um
filme foi lançado
sobre a história do autor e seus livros... Ver link
http://pt.wikipedia.org/wiki/Conversando_com_Deus), “A Unidade das Religiões: O
Amor Universal – no site da Organização Sri Sathya Sai Baba do Brasil”.
Livros
recomendados: “Mãos de Luz – de Barbara Ann Brennan, editora Pensamento”,
“Medicina Vibracional – de Richard Gerber, editora Cultrix”, “Seu EU Sagrado –
Dr. Wayne Dyer, Editora Nova Era”, “O Fluir do Amor Divino: Prema Vahini –
Publicado por: Fundação Bhagavan Sri Sathya Sai Baba do Brasil”.
Namastê!
Prof.
Bernardo Melgaço da Silva – pensador livre holístico-transcendental: filósofo
(praticante), cientista e espiritualista – Professor Universitário Aposentado
da URCA (Universidade Regional do Cariri –CE).
e-mail:
bernardomelga10@hotmail.com
Facebook:
Bernardo Melgaço da Silva/ Educação Para o Terceiro Milênio
bernardomelgaco.blogspot.com
Nota:
Em 1992 e 1998 fiz dois trabalhos científicos: dissertação de mestrado e tese
de doutorado respectivamente. E nesses dois trabalhos, que tem uma cópia de
cada um na Universidade Federal do Rio de Janeiro (na biblioteca do Cento de
Tecnologia –CT - Universidade Federal do
Rio de Janeiro - Brasil), procurei mostrar (“explicar cientificamente”) o
Caminho do Amor Divino que fiz em 1988. E quem desejar uma cópia dos meus
trabalhos científicos envie um e-mail (eu tenho eles no formato Word) para mim,
pois terei o maior prazer do mundo de compartilhar minhas pesquisas acadêmicas
na UFRJ/COPPE. Namastê...obrigado!
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