No momento em que escrevo estas linhas estou vendo a TV esperando ver o Jornal das oito e meia, e ao mesmo tempo estou escutando, no meu belíssimo equipamento que comprei hoje, CDs de músicas nacionais e francesas. Sinto-me encantado pelas lindas músicas e ao mesmo tempo enjoado quando olho para a TV ligada onde passa uma novela por demais boba – quase idiota! Acabei de ler os blogs do crato e do cariricult. Os meus sentimentos estão misturados, pois li coisas interessantes e outras sem muito sentido. Concordo com o movimento COLETIVO CAMARADAS e com o grande Ariano Suassuna. A coisa é mais embaixo – mesmo! As bandas e os empresários seguem a ordem do mercado, do fútil, do consumo imediato e fácil, dos valores que pregam a negação do ócio (segundo Oswald de Andrade ao se referir ao negócio como negação do ócio sagrado) da ideologia do descartável, da negação e substituição dos valores profundos e sagrados da natureza humana. Esse processo é parte de um fenômeno social complexo porque é resultado de um longo caminho de perda de identidade e desencantamento com a vida em geral. A cultura que se expressa é uma manifestação do processo de formação da identidade de um povo, comunidade ou nação. Em outras palavras, uma sociedade ou comunidade ao manifestar uma determinada cultura sinaliza o caminho que vem seguindo de construção, perda ou substituição de valores, ideais, perspectivas, visão de mundo e cosmologia. O que plantamos, educamos e idealizamos no passado, hoje colhemos, aprendemos e "ideologizamos". Isso implica dizer, segundo a moderna Física Quântica, que somos produtores de realidades. Nesse sentido, a cultura que vivenciamos é uma linha reta dentre várias que criamos da realidade. E se não estamos gostando dessa linha em particular precisamos criar em paralelo uma outra que desejamos ou preferimos seguir. Nada podemos fazer, mas tudo pode ser criado de novo – paradoxal! O passado não pode ser mudado, mas o futuro pode ser moldado conforme assim desejarmos com fé e vontade. Cada um é responsável pelo que acredita, pensa, sente ou deseja. Nesse contexto, culturas nascem – culturas morrem! Impérios surgem – impérios sucumbem! Nada é eterno no mundo humano. Cabem aos artistas investirem na criação de culturas que elevem a sensibilidade humana; cabem aos educadores investirem na formação de ideais nobres que elevem a consciência humana. Por isso, concordo em se pressionar o Estado para respeitar a cultura local e valorizar os seus artistas. Xô cultura e forró do besteirol!
Prof. Bernardo Melgaço da Silva
Visitem o meu site: bernardomelgaco.blogspot.com
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