A REVOLUÇÃO DO ESPÍRITO
Hoje, a vida
moderna clama por uma nova revolução. Uma revolução que transforme a vida de
milhões de indivíduos desempregados, doentes, excluídos, sem tetos, sem terras,
sem perspectiva de dias melhores e sem paz. Há um sentimento de que a vida
precisa tomar um novo sentido de conquistas em prol da paz e harmonia entre os
homens de boa vontade. Multidões em diversos cantos e em diferentes culturas
re-clamam por esse novo re-nascer de um dia de comunhão e consagração da vida.
Os espíritos humanos se sentem cansados, esgotados e descrentes desse modo
atual de ser acelerado, angustiado e individualizado. São tantas as guerras,
incertezas, desencontros, misérias, sofrimentos, indiferenças e esquecimentos.
Então, por que nos encontramos nessa encruzilhada conflituosa da vida? Para
onde ir e a quem seguir? São tantos os arautos que anunciam o caminho da
libertação que ficamos na dúvida porque é que existem tantos caminhos e setas
tão distintas. Creio, que foi João quem disse, quando indagado se ele era o
mestre (o rabi) e caminho: “Eu não sou o
mestre. O caminho é Ele (apontando para Jesus). Eu sou apenas uma seta”.
Hoje, vemos nas televisões, nas escolas, nas universidades um conjunto de
individuos que se apresentam como iluminados, mestres ou sábios anunciadores da
boa nova da vida moderna material. Eles anunciam a Revolução da Matéria através
de novos paradigmas e formas de organização social. E aí José, para onde
seguir, a Revolução da Matéria ou a Revolução do Espírito? Um exame minucioso e
atento nos descortinará o engano de se escolher o caminho atual, pois o
verdadeiro caminho é estreito e a porta pequena. Muitos caminharão por largos
caminhos aparentemente fáceis de seguir e cairão no abismo existencial da
confusão mental e espiritual. Hoje, pouco se discute nas universidades as
questões relacionadas à Revolução do Espírito e as perspectivas metafísicas da
existência de níveis sutis da consciência. Esse novo olhar é proibido. A
descoberta do Amor do Espírito nos é proibida! Isto porque a ciência se tornou
cartorial dos direitos de interpretação do mundo real. A verdade se resume em
um paper publicado numa revista
indexada ou uma teoria consagrada no domínio da Revolução da Matéria. A verdade
é científica nesse mundo de tantas invenções e inovações materiais-utilitárias.
E a própria verdade vem se tornando uma invenção sem muita contestação
epistemológica. A sociedade acredita e consome o subproduto ideológico dos
caminhos apontados pelos teóricos revolucionários. Poucos são aqueles que conseguem
se libertar da invasão contínua de novos modelos e novas premissas inventadas.
Um dia era o macaco, no outro era uma bactéria, ontem foi big-bang, amanhã será
o caos. No futuro será o passado revestido e pintado de uma cor ideológica
diferente. E nós continuaremos acreditando que uma revolução aconteceu quando
na verdade apenas mudamos a tonalidade das idéias e pensamentos. Mudamos a
roupa conceitual de acordo com a moda intelectual predominante. O ser nada –
nada mesmo! - mudou. Hoje, se ressuscita Marx mas ele nada de novo nos diz.
Amanhã ressuscitarão outros teóricos e eles nada dirão. Os seus tempos e épocas
já passaram. A história nunca volta, ela sempre permanece no caminho dela. As
verdades estão guardadas no túmulo junto com as histórias vividas e com os
corpos deteriorados e calados. Quem diz hoje sobre um modo de ser original, diz
uma versão – nunca o original! O original da compreensão foi-se junto com o seu
criador existencial. A estrela morreu, vemos apenas a luz que viaja e penetra
no nosso ser. O marxista não é Marx assim como o cristão não é Cristo, e da
mesma forma que o budista não é Buda. A luz não é o sol. O sol é a vida. E a vida é a consciência que não se atrasa e
nunca volta ser a mesma energia luminosa. Poucos percebem isso! A verdade é
indizível e a sua raíz existencial é inacessível pela razão. Eis a questão
fundamental: o Criador é você! Você é a
luz e o sol da vida – acredite!
Prof. Bernardo Melgaço da Silva
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