O ser humano ao longo da história sempre teve a curiosidade de saber sobre a origem da consciência e do conhecimento humano. Do esforço humano de querer saber mais e melhor - e responder as suas dúvidas ou incertezas - nasceram obras e criações que encantaram gerações. E todos os dias continuamos a nos surpreender com os relatos de pessoas simples e com as explicações complexas de teorias construídas por cientistas brilhantes. Então, nos perguntamos com a velha curiosidade dos nossos antepassados: de onde vem esse poder criador e revelador de leis, princípios e fenômenos em suas diversas e infinitas manifestações? Em que área do cérebro ou da consciência se processa a criatividade e a sensibilidade fina onde a beleza e a inteligência humana se destacam e nos deixam num estado de assombro, encantamento e mistério? Entendo que não existe uma área ou lugar específico, mas um PROCESSO DIALÉTICO natural-existencial nas profundezas da consciência humana. É, portanto, nesse processo dialético sutil que a mente humana se conecta ou se re-liga (religare) para sintonizar e captar de uma esfera transcendente as leis e os princípios do mundo imanente. Em outras palavras, é no fundo da consciência no limite entre o físico e o metafísico que se dá o processo dialético-existencial. “Penso 99 vezes e nada descubro. Mergulho em profundo silêncio. E eis que a verdade me é revelada” - Einstein. E como muito bem afirmou Albert Einstein, a verdade é um processo de revelação. E também como ele mesmo chegou afirmar essa revelação acontece através de um “salto” de consciência. Esse “salto” de consciência é semelhante ao salto quântico da partícula no processo de formação da luz. E é interessante esse processo porque os cientistas que estudam o comportamento do cérebro humano já perceberam que áreas do cérebro acendem (se iluminam) quando se está num processo de reflexão.
A fronteira entre a dimensão física e a dimensão metafísica da consciência é semelhante a existente entre as dimensões da matéria e da anti-matéria. É como se houvesse um mundo paralelo ao da consciência comum onde pudéssemos atravessar e visitar assim que desejarmos e soubermos (é o que eu sinto em mim!). Na dimensão “física” da consciência somos seres imanentes, racionais, concretos, culturais, sociais, temporais - meio homem e meio animal - é o estado Eu-Isso na linguagem buberiana! Na dimensão “metafísica” da consciência somos seres transcendentes, intuitivos, sutis, cósmicos, a-temporais – meio homem e meio divino – é o Estado Eu-Tu na linguagem buberiana! E não é por acaso que em várias culturas e épocas a natureza humana foi representada por estátuas ou símbolos que caracterizavam esses dois estados: homem-animal, homem-divindade. Os santos da igreja católica representam essa dimensão e poder transcendente: homem-divindade. As esfinges no Egito antigo representavam essa dimensão e poder imanente: homem-animal. E na Grécia antiga os relatos míticos misturam a dimensão racional (humana-instintiva) com a dimensão irracional (divina-amorosa).
A luta feroz pela manutenção da consciência material insere o homem na sua dimensão “física” e o faz abandonar a sua dimensão “metafísica” num processo de exclusão ou “negação” da sua própria consciência superior transcendente. Nesse sentido, a nossa identidade se realiza na dimensão que nos incluímos consciente ou inconscientemente. O produto dessa inclusão é a evolução de cada um e ao mesmo tempo dos grupos sociais. Pois, a evolução se dá no grau de inclusão e experiência individual e coletivo que realizamos em quaisquer das duas dimensões. Seremos extremamente racionais e pragmáticos se escolhermos e nos incluirmos nas experiências “físicas”, ou seja, objetivas, históricas, sociais, funcionais e fragmentadas. E seremos extremamente intuitivos e sensíveis se escolhermos e nos incluirmos nas experiências vividas “metafísicas”, ou seja, subjetivas, a-históricas, cósmicas, compreensíveis e holísticas. A primeira corresponde ao que chamamos de experiências do CONHECIMENTO DA REALIDADE MATERIAL (humana-animal-mineral-vegetal), e a segunda corresponde ao que chamamos de vivências do AUTOCONHECIMENTO DA REALIDADE ESPIRITUAL (humana-divina). Historiadores descobriram que existiram em várias partes do planeta, culturas (p.ex.: TEOTIHUACAN no México) muito antigas que concebiam a realidade em pelo menos três mundos-dimensões: inframundos (realidade da fertilidade e dos mortos), mundo humano (realidade social) e o mundo celestial (realidade dos deuses). O teólogo brasileiro Leonardo Boff utiliza a imagem da árvore para representar as três dimensões dos mundos-realidades: a raiz (plano do corpo físico imanente), o tronco (plano da psique) e a copa (plano espiritual transcendente). O saber completo se realiza nessa inclusão e experiência-vivência desses três planos. Então, cada um DECIDE a sua própria re-evolução na inclusão e escolha consciente ou inconsciente (induzida) para realização das transformações, experiências e vivências necessárias!
Prof. Bernardo Melgaço da Silva – bernardomelgaco@hotmail.com - Núcleo de Estudos sobre Ciência, Espiritualidade e Filosofia – NECEF - URCA (http://www.urca.br/)
A fronteira entre a dimensão física e a dimensão metafísica da consciência é semelhante a existente entre as dimensões da matéria e da anti-matéria. É como se houvesse um mundo paralelo ao da consciência comum onde pudéssemos atravessar e visitar assim que desejarmos e soubermos (é o que eu sinto em mim!). Na dimensão “física” da consciência somos seres imanentes, racionais, concretos, culturais, sociais, temporais - meio homem e meio animal - é o estado Eu-Isso na linguagem buberiana! Na dimensão “metafísica” da consciência somos seres transcendentes, intuitivos, sutis, cósmicos, a-temporais – meio homem e meio divino – é o Estado Eu-Tu na linguagem buberiana! E não é por acaso que em várias culturas e épocas a natureza humana foi representada por estátuas ou símbolos que caracterizavam esses dois estados: homem-animal, homem-divindade. Os santos da igreja católica representam essa dimensão e poder transcendente: homem-divindade. As esfinges no Egito antigo representavam essa dimensão e poder imanente: homem-animal. E na Grécia antiga os relatos míticos misturam a dimensão racional (humana-instintiva) com a dimensão irracional (divina-amorosa).
A luta feroz pela manutenção da consciência material insere o homem na sua dimensão “física” e o faz abandonar a sua dimensão “metafísica” num processo de exclusão ou “negação” da sua própria consciência superior transcendente. Nesse sentido, a nossa identidade se realiza na dimensão que nos incluímos consciente ou inconscientemente. O produto dessa inclusão é a evolução de cada um e ao mesmo tempo dos grupos sociais. Pois, a evolução se dá no grau de inclusão e experiência individual e coletivo que realizamos em quaisquer das duas dimensões. Seremos extremamente racionais e pragmáticos se escolhermos e nos incluirmos nas experiências “físicas”, ou seja, objetivas, históricas, sociais, funcionais e fragmentadas. E seremos extremamente intuitivos e sensíveis se escolhermos e nos incluirmos nas experiências vividas “metafísicas”, ou seja, subjetivas, a-históricas, cósmicas, compreensíveis e holísticas. A primeira corresponde ao que chamamos de experiências do CONHECIMENTO DA REALIDADE MATERIAL (humana-animal-mineral-vegetal), e a segunda corresponde ao que chamamos de vivências do AUTOCONHECIMENTO DA REALIDADE ESPIRITUAL (humana-divina). Historiadores descobriram que existiram em várias partes do planeta, culturas (p.ex.: TEOTIHUACAN no México) muito antigas que concebiam a realidade em pelo menos três mundos-dimensões: inframundos (realidade da fertilidade e dos mortos), mundo humano (realidade social) e o mundo celestial (realidade dos deuses). O teólogo brasileiro Leonardo Boff utiliza a imagem da árvore para representar as três dimensões dos mundos-realidades: a raiz (plano do corpo físico imanente), o tronco (plano da psique) e a copa (plano espiritual transcendente). O saber completo se realiza nessa inclusão e experiência-vivência desses três planos. Então, cada um DECIDE a sua própria re-evolução na inclusão e escolha consciente ou inconsciente (induzida) para realização das transformações, experiências e vivências necessárias!
Prof. Bernardo Melgaço da Silva – bernardomelgaco@hotmail.com - Núcleo de Estudos sobre Ciência, Espiritualidade e Filosofia – NECEF - URCA (http://www.urca.br/)
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