Desde pequeno tive a felicidade de perceber diretamente que a minha realidade era constituída de pelo menos dois planos: material (natural) e espiritual (sobrenatural). Acredito que a maioria dos indivíduos de alguma forma foi tocada pela experiência mística do sobrenatural, mas procurou evitar, esquecer ou esconder. Ainda tenho na memória a lembrança de vovó Catarina. Vovó Catarina era uma entidade espiritual que incorporava frequentemente na minha madrasta. Havia um ritual que antecedia a incorporação. Minhas duas irmãs mais novas se trancavam no quarto com minha madrasta e preparavam o ambiente espiritual para a recepção da entidade: a roupa branca, o cachimbo, o banquinho, o altar com velas e a reza. E o ambiente onde se realizava a manifestação do transcendente era a nossa residência. Tanto a voz (muito fraca) quanto os movimentos lentos da entidade incorporada sinalizavam uma pessoa bem idosa, bem diferente do modo de ser da minha madrasta. As vezes minhas irmãs se colocavam como tradutoras pois a linguagem utilizada pela entidade não era costumeira (p.ex.: apartamento ela chamava de caixote).
Eu gostava de me consultar com a entidade incorporada. E por várias vezes pude confirmar a previsão - com precisão! - dela sobre questões da minha vida. E assim com essa iniciação espiritual fui crescendo cheio de interrogações a respeito do mundo espiritual e a influência dele no nosso mundo material. Hoje, sou um cientista cercado ainda de dúvidas, mas muito mais convicto da existência da espiritualidade que cerca e envolve o mundo material, como um epifenômeno (“Fenômeno cuja presença ou ausência não altera o fenômeno que se toma principalmente em consideração” Novo Dicionário Aurélio, p.544). Em outras palavras, vivemos simultaneamente entre duas experiências de mundo só que por falta de sensibilidade e muita racionalização a realidade espiritual se torna periférica e pouca vivenciada por uma grande população.
Assim, onde estaria a fronteira entre a percepção do mundo material e a percepção do mundo espiritual? A resposta que encontrei foi essa: SENSIBILIDADE-FÉ-VONTADE. Essa tríade difere da outra tríade RAZÂO-CRENÇA-DESEJO. Enquanto a primeira tríade potencializa a consciência para poder acessar (vivenciar) e perceber o mundo espiritual, a segunda tríade, por sua vez, potencializa a consciência para poder acessar (experimentar) e perceber o mundo material. No primeiro caso temos a Ciência de si ou autoconhecimento, e no segundo caso temos a Ciência ou conhecimento. A realidade humana é, portanto, um epifenômeno existencial onde se busca a unidade e o equilíbrio cósmico entre dois mundos ou reinos (em Física: matéria e anti-matéria).
Prof. DSc. Bernardo Melgaço da Silva – bernardomelgaco@hotmail.com
Eu gostava de me consultar com a entidade incorporada. E por várias vezes pude confirmar a previsão - com precisão! - dela sobre questões da minha vida. E assim com essa iniciação espiritual fui crescendo cheio de interrogações a respeito do mundo espiritual e a influência dele no nosso mundo material. Hoje, sou um cientista cercado ainda de dúvidas, mas muito mais convicto da existência da espiritualidade que cerca e envolve o mundo material, como um epifenômeno (“Fenômeno cuja presença ou ausência não altera o fenômeno que se toma principalmente em consideração” Novo Dicionário Aurélio, p.544). Em outras palavras, vivemos simultaneamente entre duas experiências de mundo só que por falta de sensibilidade e muita racionalização a realidade espiritual se torna periférica e pouca vivenciada por uma grande população.
Assim, onde estaria a fronteira entre a percepção do mundo material e a percepção do mundo espiritual? A resposta que encontrei foi essa: SENSIBILIDADE-FÉ-VONTADE. Essa tríade difere da outra tríade RAZÂO-CRENÇA-DESEJO. Enquanto a primeira tríade potencializa a consciência para poder acessar (vivenciar) e perceber o mundo espiritual, a segunda tríade, por sua vez, potencializa a consciência para poder acessar (experimentar) e perceber o mundo material. No primeiro caso temos a Ciência de si ou autoconhecimento, e no segundo caso temos a Ciência ou conhecimento. A realidade humana é, portanto, um epifenômeno existencial onde se busca a unidade e o equilíbrio cósmico entre dois mundos ou reinos (em Física: matéria e anti-matéria).
Prof. DSc. Bernardo Melgaço da Silva – bernardomelgaco@hotmail.com
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