De Roberto Shiryashiki
Descobri que as pessoas diziam que não existia a felicidade, existem apenas os momentos de felicidade e nós temos que aproveitá-los para poder curtir a vida, o melhor possível!
Então pensei; É isso mesmo! Nos momentos em que vivia o amor com alguém ou conseguia uma vitória no trabalho eu me sentia bem. Felicidade devia ser algo por aí. Esses momentos me davam a sensação de ser uma pessoa feliz, mas depois de algum tempo percebia que faltava alguma coisa mais, não era possível que fosse só isso. Tanta luta para tão pouco prazer.
Em 1986, minha vida funcionava muito bem. Tinha conquistado tudo o que havia imaginado que me tornaria feliz, mas vivia frustrado. Ficava me perguntando se a vida era só isso. Uma coletânea de filmes de momentos...Como sempre fui muito religioso, não acreditava que o criador ia me mandar para essa viagem por tão pouco. Deveria haver algo mais, e assim decidi ir para o Oriente, conversar com os mestres e saber, o que eles pensavam a respeito da felicidade.
Fui para Nepal, mais exatamente para Katmandu, a um mosteiro budista para descobrir o segredo da felicidade.
Chegar em Katmandu, é uma epopéia. Um avião até Londres...outro de Londres para Nova Delhi...e mais até Katmandu.
Sabia através de um amigo de um mestre naquele lugar. Encontrei um homem e fui procurar o mosteiro. A pessoa na portaria que me atendeu disse que o mestre iria me receber na manhã seguinte, às nove horas.
Nessa noite praticamente não dormi, fiquei excitado frente a possibilidade de ter revelado o segredo da felicidade. Saí de madrugada do hotel da esperança do mestre estar disponível e poder conversar comigo mais cedo. Fiquei lá esperando até que ao redor das nove horas uma mulher que falava inglês com sotaque de francesa, entrou na sala.
Exultei imaginando que ela me levaria até o mestre.
Ela me acompanhou até uma sala, estendeu uma almofada e falou-me para sentar. Em frente a mim sentou essa moça francesa. Era uma moça muito bonita, morena, jovem e eu falei:
- Eu quero ver o mestre!
E ela respondeu:
- Eu sou o mestre.
Aí pensei: vou fazer uma pergunta muito difícil para que ela não saiba a resposta, então tenho certeza de que vai me levar até o mestre de verdade.
- Fiz uma pergunta, a mais difícil que pude pensar na hora:
- O que é budismo?
E ela me respondeu tranqüilamente:
- A base do budismo é que todo ser humano sofre.
Pensei comigo mesmo: não é possível, eu saio da nossa cultura ocidental que diz que o sofrimento é a base da purificação e da sabedoria e vim para cá para escutar que a base do budismo é o sofrimento! Mas não satisfeito pensei: vou fazer uma pergunta mais difícil para que ela não saiba a resposta e me leve até o verdadeiro mestre.
- E por que os seres humanos sofrem?
- Porque são ignorantes.
Bem, se eles são ignorantes deve ter alguma coisa que não sabem e que talvez seja a resposta que eu estou procurando.
- E qual é o conhecimento que nos falta?
- O conhecimento que nos falta é a compreensão de que as coisas da nossa vida são dinâmicas e fluidas. Quando ser humano estar feliz, ele bloqueia a felicidade, pois quer a eternidade para aquele momento. Então ele fica rígido com medo do fim do prazer.
Quando está infeliz pensa que o sofrimento não vai terminar nunca e mergulha na sombra e, assim, amplia sua dor.
A vida é dinâmica, como as ondas do mar. É tão certo a subida quanto a descida. Cada momento tem a sua beleza. No prazer nós expandimos e na dor nós evoluímos. Um movimento é complementar ao outro. Saber apreciar a alegria e a dor na sua vida é a base da felicidade. Você não pode ser feliz somente quando tem prazer, pois perderá o maior aprendizado da existência. Você deve descobrir um jeito de ser feliz na experiência dolorida, porque essa experiência carrega dentro dela a oportunidade de muito aprendizado.
Não curta somente o sol, aproveite também a lua. Não curta somente a calmaria, aproveite a tempestade. Tudo enriquece a vida. Ela não pode ser vivida somente dentro de uma casa, a vida tem que ser experimentada dentro do universo.
A felicidade é um jeito de viver, é uma postura de vida, é uma maneira de estar agradecido a tudo, não somente ao sol, mas também a lua; não somente grato a quem lhe estende a mão, mas também a quem lhe abandona, pois certamente nesse abandono existe a força dentro de você.
A felicidade não é o que você tem, mas o que faz com isso. Por isso existem pessoas que têm muitos bens materiais, um grande amor, filhos lindos e apesar disso se sentem angustiadas e depressivas.
Apaixonado por ela, somente consegui balbuciar antes de sair:
- Obrigada mestra! (Quase que o meu preconceito a respeito do sexo do mestre me afasta dessa lição de vida).
A felicidade não é o que acontece em sua vida, mas como você elabora esse episódio. A diferença entre a sabedoria e o desespero, o sábio e o desesperado, é o que o sábio sabe aproveitar as suas dificuldades para evoluir e o desesperado sente-se vítima dos seus problemas.
A felicidade é uma experiência que está diretamente ligada a sua sabedoria, e certamente para nós criarmos um planeta mais feliz, precisamos muito mais de sábios do que de gênios”.
Roberto Shiryashiki - Escritor, consultor e Presidente do Instituto Gente / Artigo publicado na Revista RH em síntese Jan/Fev/97.
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Bernardo Melgaço da Silva
Todos nós devemos estar atentos que a vida nos empurra todos os dias para o crescimento e sucesso (aqui no sentido mais amplo do que o material apenas – sugiro assistir documentário de Deepak Chopra sobre as 7 leis espirituais do sucesso)...mesmo que não tenhamos a mínima consciência disso...a lei da vida criadora e (Santa- Mãe ver figura acima)evolutiva não espera que fiquemos pronto para entender o que está e vai acontecer....essa lei-mãe só tem um sentido: te empurrar, com seu aval, para frente com dor ou com Amor...mas lhe permite escolher entre um e outro caminho.
A disciplina de cada um material-espiritual é a decisão individual ou coletiva escolhida. Aprendi vivendo diretamente que existem duas forças cósmicas agindo (o TAO dos chineses)no interior humano: as forças da terra (que são nossos impulsos e valores mais instintivos - são os nossos traços-fardos), e as forças do "céu" (supra-física) (que são nosso impulsos e valores supra-humanos - são nossas verdadeiras forças não instintivas e supra-racionais)).
A nossa capacidade de concentração e acumulação de energia é que vai determinar como estamos disciplinados num caminho ou no outro. Assim, se estamos disciplinados em captar e absorver apenas os impulsos do mundo externo a nossa razão estará cativa desses impulsos numa simbiose e círculo vicioso: nos tornamos presos como um pássaro na gaiola...cantamos para o mundo mas esse canto é de angustia, vazio, desespero e pedido de socorro – pois nesse caminho não somos e nunca seremos felizes de fato.
Daí, vem a causa do estresse ontológico (fora do caminho de felicidade) pois nos comportamos como uma galinha desconhecendo o poder que temos de uma águia (idéia de Leonardo Boff em seu livro a águia e a galinha). Ou seja, não vamos a lugar nenhum da felicidade e da transcendência de si. Ficamos a deriva buscando loucamente quem nos diga qual é a seta correta do caminho. Mas, infelizmente, a razão não tem poder para isso....somente a vivência (através da sensibilidade intuitiva) através de um disciplina impecável pode devolver ao homem em sua escuridão da consciência o seu inédito caminho de iluminação, salvação, libertação na transcendência do caminho mal escolhido.
Então, precisamos de sair dessa Crise de Percepção (Fritjof Capra no livro O Ponto de Mutação). Pois, o velho (os impulsos instintivos da "galinha") não morreu, e o novo ainda não nasceu (o poder supra-normal da "águia"). As nossas escolas se afastaram dessa filosofia basicamente oriental. E as nossas universidades esqueceram também da educação para a vida maior - estão preocupadas em revelar o mundo exterior da vida objetiva e do trabalho necessário e pouco se dedicam a revelação do mundo interior e do trabalho (e ciência interior) de sacro-ofício sagrado para a iluminação humana via intuição.
Segundo SCHUMACHER - Economista e escritor alemão (pouco conhecido aqui no Brasil) que publicou o excelente livro “Um Guia para os Perplexos”- a natureza humana está inserida numa escala evolutiva da vida e da consciência conforme se segue abaixo:
a) Nível 1 – reino mineral = “m”;
b) Nível 2 – reino vegetal = “m + x”;
c) Nível 3 – reino animal = “m + x + y”;
d) Nível 4 – reino humano (consciência racional) = “m + x + y + z”;
e) Nível 5 – reino supra-humano (consciência de si ...supra-racional intuitiva) = m + x + y + z + w”.
Nesse contexto, evoluímos e incorporamos os traços-impulsos dos reinos anteriores ou inferiores, por isso agimos contra as forças ou traços superiores que nos puxam para a subida, e ainda assim temos potencialmente a semente de um novo devir em processo da Santa Mãe Evolução. Não somos ainda, mas estamos construindo uma nova consciência num novo degrau de evolução para sermos o que ainda nem imaginamos o que poderemos ser de fato. E isso, depende de cada um num novo e inédito processo de aprendizado ou disciplina de aprimoramento ético-espiritual com as energias-consciências na passagem de um degrau para outro. O exterior (ciência, religião, filosofia e outros saberes) apenas nos induz racional e culturalmente a possibilidade de crescimento e evolução, mas o esforço e a decisão de seguir ou não depende apenas de cada um em seu propósito de vida e sucesso: material e/ou espiritual.
O Caminho certo é o caminhar consciente da disciplina que está se fazendo – o caminhar é pessoal e só se descobre O CAMINHO caminhando! Por isso, Cristo afirma com sabedoria: “Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida” siga-O! ou então escolha outro guia de sua preferência (p.ex.: Sai Baba).
Essas reflexões são produtos de uma longa experiência com minhas energias físicas e metafísicas. Quem tiver ouvido, ouça – diria o mestre dos mestres Jesus Cristo.
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