Já dizia Platão há milhares de anos: “Tente mudar (ou transformar) o mundo – o primeiro passo será mudar (ou transformar) a si mesmo”. Vivemos numa sociedade moderna onde o grande paradigma é se adaptar as mudanças velozes do mundo. Consciente ou inconscientemente a maioria dos indivíduos procura se adaptar a um modo predominante de ser e de poder. Raros são aqueles que seguem um caminho próprio fora do grande circuito competitivo de ser melhor, maior, superior etc. Vivemos empurrados por uma grande onda do inconsciente coletivo – uma espécie de Tsunami psicológico de valores sociais e culturais. E nesse processo não conseguimos ver ou perceber a onda que nos domina e nos faz caminhar sem rumo, sem consciência da multi-realidade cósmica. Assim, cada um quer encontrar um governo eficiente para o outro, mas esquece de aprender a governar eficientemente a si mesmo. Nesse sentido, agimos num campo de energias poderosas que se entrechocam continuamente afetando a todos. A vida social moderna é também o resultado de entrechoques de energias em processo de transformação e criação. E como não conseguimos ver essas energias procuramos logicamente dar uma solução para os problemas que inevitavelmente surgem a cada decisão inconsciente que tomamos. E com a visão reduzida atribuímos as crises, que criamos e participamos, a falta de administração e controle da vida. Mas, a vida não é uma fábrica, um clube ou um empreendimento qualquer. Ela não segue a nenhum modelo de comportamento e organização. A vida é um resultado de forças, energias e estados de consciência as quais se alteram, combinam ou se chocam continuamente. Mas, mesmo assim podemos, por uma questão didática, identificar três níveis básicos de sua manifestação ontológica: alto (estratégico), médio (tático) e baixo (operacional). O nível alto ou estratégico da vida diz respeito ao plano ontológico-espiritual onde as decisões tomadas valem para uma vida inteira ou várias encarnações de realização transcendental. O nível médio ou tático diz respeito ao plano psicológico-social onde as decisões tomadas valem para uma determinada fase ou etapa de nossa vida de realização mental-cultural. E o nível baixo ou operacional diz respeito, por sua vez, ao plano biológico onde as decisões valem principalmente para estabelecer um estado de prazer, equilíbrio e saúde física. Esses três níveis se interligam sutilmente permitindo uma unidade ou fragmentação, harmonia ou desarmonia, transcendência ou estagnação. Nesse sentido, a energia que nos faz infeliz é a mesma que pode nos fazer feliz, basta que tenhamos consciência do processo de administração ou governo de nossas realidades e energias em seus domínios específicos e interiores. Por isso mesmo que Gandhi sabiamente afirmou: “Aquele que não sabe governar [ou administrar] a si mesmo, não sabe governar [ou administrar] ninguém”. Nesse momento, em que somos convocados para escolhermos os futuros governantes municipais, devemos refletir e olhar cada um dos candidatos e vermos se de fato eles sabem governar suas próprias personalidades. Ou seja, se sabem governar seus egos, serão bons governantes, caso contrário seus governos serão réplicas fiéis de suas ingovernabilidades interiores - um desastre!
Prof. Bernardo Melgaço a Silva – bernardomelgaco@hotmail.com – (88)92019234
Prof. Bernardo Melgaço a Silva – bernardomelgaco@hotmail.com – (88)92019234
Nenhum comentário:
Postar um comentário